Via Sacra em Copacabana

Publicado em 26/07/2013 | Categoria: Notícias |


Papa via sacra em copacabana

“O caminho da cruz é um dos momentos fortes da Jornada Mundial da Juventude” disse o Papa que também recordou o gesto de João Paulo II que, no final do ano 2000, confiou aos jovens que levassem a cruz pelo mundo inteiro no movimento de evangelização que fazem em torno das jornadas mundiais.

“Ninguém pode tocar na cruz de Jesus sem deixar algo de si nela e sem trazer algo dela pela sua vida”. Em seguida, o Papa pediu que todos se deixassem tocar por 3 perguntas: O que vocês deixaram na cruz nesse tempo em que elas atravessou o país? O que ficou da cruz na vida de vocês? E qual é o sentido da cruz de Jesus para todos? Para iniciar a brevíssima meditação sobre essas 3 perguntas, lembrou do episódio contado pela Tradição da Igreja que mostra o apóstolo Pedro querendo deixando Roma, quando cai em si e reconhece que precisava enfrentar a cruz porque podia contar com Cristo.

“Com a cruz, jesus se une às famílias que se encontra em dificuldade e que choram a perda de seus filhos”, disse ao Papa pedindo que todos rezassem pelos jovens que morreram no incêndio da Boate Kiss, no início deste ano, que deixou 242 mortes em Santa Maria (RS).

O Papa lembrou que com a cruz, Jesus está junto de pais e mães que choram ao ver seus filhos perdidos em paraísos falsos como as drogas. Com a cruz, Jesus está junto a tantos jovens que se desiludem com a política, com a Igreja e com Deus por causa da incoerências de seus ministros. E recordou ainda que Jesus carrega as cruzes de todos sobre seus próprios ombros e dá ânimo a todos. Para responder à segunda pergunta, sobre o que a cruz de Cristo deixa em cada pessoa, o Papa disse que deixa a certeza do amor fiel de Deus por todos. Cristo que entra no pecado e perdoa, entra no sofrimento e alivia. E, lembrando a última pergunta disse que “na cruz de Cristo está todo o amor de Deus e sua imensa misericórdia”. E que só em Cristo morto e ressuscitado se encontra a salvação. Com Cristo, disse o Papa, o sofrimento e a morte não têm a última palavra. Cristo transformou a cruz num símbolo de amor, de vitória e de vida.

O Papa destacou que o primeiro nome de Brasil foi “Terra de Santa Cruz” e a cruz de Cristo não foi plantada somente na praia ha 5 séculos, mas no coração e na história do Brasil. “Não há cruz pequena ou grande que Cristo não nos ajuda a carregar”, afirmou. O Pontífice afirmou que a cruz convida a sair de si mesmo e estender a mão aos outros. E finalizou perguntando aos jovens qual seria o rosto daqueles personagens que seguiram Jesus no caminho da cruz. Perguntou aos jovens que pensassem se queriam ser como covarde Pilatos ou solidários como Maria e Cirineu. “Queridos jovens: levamos as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os nossos fracassos para a cruz de Cristo.”

 

Fonte: CNBB

papa na via sacra

Papa Francisco desafiou os peregrinos a imitarem a Via Sacra

Não há cruz, grande ou pequena, que “o Senhor não venha compartilhar conosco”

 

Uma grande apresentação teatral na praia de Copacabana contou a Via Sacra para cerca de um milhão e meio de pessoas que acompanhavam o espetáculo. O show terminou com um desafio de Papa Francisco aos peregrinos para que eles se perguntassem com quem se pareciam – Pilatos, Simão Cireneu ou Maria. Depois de uma hora e meia de cenas dramáticas que mostravam o sofrimento de Jesus, embalado pelo som das ondas, o Papa disse aos peregrinos que Cristo estava olhando para eles e perguntando se poderiam ajudá-lo a carregar sua Cruz. O que vocês diriam a ele?“, perguntou.

No caminho para o palco da Jornada Mundial da Juventude, montado nas areias da Praia de Copacabana, Papa Francisco parou várias vezes para saudar os peregrinos, beijar crianças e abençoar as pessoas. Em um momento, abençoou uma imagem de São Francisco e colocou uma pomba na sua mão. Com 13 das 14 estações ao longo de 900 metros da parte central da Avenida Atlântica, e a parte final no palco central, a Via Sacra foi representada por 280 voluntários e narradores. Atores brasileiros também participaram do espetáculo que teve a atriz Cassia Kiss no papel de Maria.

As mensagens de cada uma das estações foram lidas por peregrinos de diferentes perfis: um missionário, um convertido, um ex-usuário de drogas, uma pessoa que representava as mães, um seminarista, alguém do movimento pela vida, um casal de namorados, uma mulher representando as pessoas que sofrem, um jovem que trabalha com redes sociais, um da pastoral penal, um jovem com doença terminal e um jovem deficiente auditivo.

A Via Sacra é uma tradição católica em que se acompanha um dos elementos centrais da fé cristã: o sofrimento e a morte de Jesus na cruz, antes de sua ressurreição. O objetivo da representação é aumentar a fé, o amor e a compaixão dos peregrinos e inspirar neles o desejo de mudar o mundo. “São mensagens de solidariedade”, disse o diretor artístico Ravel Cabral. “Não é só para falar do calvário, mas para atingir o espírito das pessoas para agirem como cristãos”.

A reflexão da sexta estação, por exemplo, mostrou trabalhadores sem terra, prostitutas, “pessoas excluídas da cultura digital e tratadas com preconceito”. Na oitava estação, mulheres representando diferentes profissões colocaram plantas no chão, enquanto, na nona estação, um cadeirante disse que “ciência e conhecimento muitas vezes me seduzem e me levam a pensar que eu não preciso de você”. Na décima um Cristo ensanguentado contrastou com as luzes dos hotéis iluminados a beira-mar. Na última estação, quando a cruz da Jornada Mundial da Juventude finalmente chegou ao palco, jovens representando a África, América do Norte, Europa, Ásia e Austrália leram orações inspiradas na mensagem final do Concílio de Roma, em 2012.

 

Na sua reflexão enquanto acompanhava a Via Sacra, Papa Francisco colocou três questões que gostaria que tivessem “eco no coração das pessoas”:

 

“O que vocês terão deixado na Cruz, queridos jovens brasileiros, nestes dois anos em que ela atravessou seu imenso país?

E o que terá deixado a Cruz de Jesus em cada um de vocês?

E, finalmente, o que esta Cruz ensina para a nossa vida?”.

 

Em espanhol, disse que a Cruz de Cristo acompanha todos que sofrem. “Com a Cruz, Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos; nela, Jesus se une às famílias que passam por dificuldades, que choram a perda dos seus filhos, ou que sofrem vendo-os presas de paraísos artificiais como a droga”.

“Nela”, ele continuou, “Jesus se une a quem é perseguido pela religião, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele; nela, Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho”.

Papa Francisco disse que a Cruz era “um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos dá a força para poder levá-lo”. Na Cruz, ele disse, “está todo o amor de Deus e sua imensa misericórdia”, e que “não há cruz, pequena ou grande da nossa vida que o Senhor não venha compartilhar conosco”.

Finalmente, assinalou que a Cruz “nos ensina a ser como Cireneu, que ajuda Jesus levar aquele madeiro pesado, como Maria e outras mulheres, que não tiveram que não tiveram medo de acompanhar Jesus até o final, com amor, com ternura”.

“E você?”, ele perguntou. “Como é?  Como Pilatos, como o Cireneu, como Maria?”

 

Também estavam com Papa Francisco no palco, a pedido dele, 35 representantes dos trabalhadores do aterro sanitário (catadores) da Argentina.

 

 

 

 

Via Sacra

 

A Via Sacra é uma tradição católica em que se acompanha um dos elementos centrais da fé cristã: o sofrimento e a morte de Jesus na cruz, antes de sua ressurreição. O objetivo da representação, encenada na praia de Copacabana durante a Jornada Mundial da Juventude, na presença do Papa Francisco, é aumentar a fé, o amor e a compaixão dos peregrinos e inspirar neles o desejo de mudar o mundo.

Segundo os responsáveis pelo evento, a intenção é “fazer com que as pessoas percebam que a vida não termina com a morte. Que Deus nos amou e Cristo veio ao mundo, morreu e ressucitou para ensinar-nos isso”

 via sacra cruz

A Cruz será carregada por 14 estações, que representam o caminho de Jesus no calvário e incluem apresentações artísticas para facilitar o entendimento. Ao final de cada uma, será lido um texto para meditação. Os narradores têm diferentes perfis para fazer com que todos os peregrinos se sintam representados.

Há um missionário, um convertido, um depedente químico recuperado, uma jovem falando pelas mães, um seminarista, uma religiosa que luta em defesa da vida, um jovem casal de namorados, uma jovem que representa as mulheres que sofrem, um jovem cadeirante, um que trabalha com as redes sociais, um jovem da pastoral penal, um jovem com uma doença terminal, um jovem com deficiência auditiva e, por fim, na última estação, estarão jovens da África, América do Norte, América Latina, Caribe, Europa, Asia e Austrália.

A primeira estação (Jesus é condenado) é um castelo romano com uma rampa que leva ao cenário em que Pôncio Pilatos, governador romano, aparece e lava as mãos, no famoso gesto de quem não se responsabiliza pelo que vai acontecer. A segunda (Jesus carrega a sua cruz) é no pátio do palácio, onde oito pessoas andam com cruzes negras com nomes escritos. No caminho da terceira estação (Jesus cai pela primeira vez), a cruz será levada por 30 pessoas em peregrinação. Há ainda uma estátua humana. A quarta estação (Jesus encontra com sua mãe) tem dez mulheres com seus filhos. Na quinta (Simão Cirineu ajuda Jesus a levar a cruz), vinte crianças entre 7 e 10 anos vestidos como anjos. Na sequência (Verônica seca o rosto de Jesus), um grupo de 25 mulheres entra como em um coro grego com lenços sobre os rostos, expressando sua dor. Na sétima estação (Jesus cai pela segunda vez), 12 casais representam os trabalhadores. A oitava (Jesus consola as mulheres em Jerusalém), os objetos são feitos de materiais orgânicos. A nona (Jesus cai pela terceira vez) terá a participação de 20 motociclistas, enquanto na décimo (Jesus é despojado de suas vestes), Jesus aparece aparece com uma túnica suja e rasgada, mostrando seu sofrimento.

No décimo-primeiro (Jesus na cruz) estarão 20 jovens de terno e gravata, enquanto no décimo-segundo (Jesus morre na cruz), há 20 enfermeiros. No décimo-terceiro (Jesus é descido da cruz), surdos aparecem e se comunicam na linguagem de sinais, enquanto no palco haverá uma representação da Pietá. A última estação (Jesus é sepultado) será já no palco principal, que estará cheio de pessoas representando o mundo.

Equipe Via Sacra:

 

Autores dos textos: José Fernandes de Oliveira (Padre Zezinho) e João Carlos Almeida (Padre Joãozinho)

Direção: Ravel Cabral

Direção de Movimento: Janice Botelho

Direção Musical: Roger Henri

Cenografia: Abel Gomes

Concepção e Direção Geral: Ulysses Cruz

 



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