Esporte é meio para evangelização, diz cardeal
‘O esporte não é apenas uma competição, é uma possibilidade de crescimento’, diz cardeal chileno.
Depois da classificação da seleção chilena para as oitavas de final da Copa do Mundo onde enfrentará a seleção brasileira, o arcebispo de Santiago, Cardeal Ricardo Ezzati, explicou que o esporte é um grande meio de evangelização que tem uma pedagogia extraordinária para a formação humana e cristã. Em uma coluna publicada no site www.periodicoencuentro.cl, o Cardeal explicou que “o esporte não é apenas uma competição, é uma possibilidade de crescimento”.
“Quando fui reitor do Colégio Salesiano de Concepção, dentro do programa educativo, os 1800 jovens tinham que fazer meia hora de ginástica todos os dias no começo da manhã. Assim se criam hábitos humanos e cristãos como o cuidado da saúde, o desenvolvimento dos talentos, aprender as regras de vida que supõe praticar uma disciplina, a capacidade de ser solidários e honestos”.
O cardeal disse logo que “não há nenhuma virtude humana e cristã que não possa ter um desenvolvimento a partir do esporte. Por conseguinte é um grande meio de evangelização, já que permite que os jovens desenvolvam virtudes que ajudam muito na vida”. “Por exemplo, o empenho e compromisso de correr para conseguir um gol tem uma transferência em outro âmbito da vida, que é saber que é necessária a dedicação, o estudo constante e sacrificado para conseguir metas. O esporte é uma pedagogia extraordinária para a formação humana e também para a formação cristã”.
O cardeal Ezzati indicou que não acredita “na eficácia dos cartões vermelhos. Acredito mais no estímulo que é necessário oferecer aos jovens, às crianças e à sociedade inteira com o cartão verde. Estou convencido que o cultivo da bondade das pessoas ajuda muito mais que castigar as coisas más”.
Árbitro de futebol
O arcebispo de Santiago do Chile recordou também as ocasiões nas quais desempenhou o papel de árbitro de futebol “a partir de uma missão pastoral que me confiaram quando era estudante de teologia em Roma. Em 1967 me atribuíram uma zona muito pobre de Roma. Ali o decanato tinha organizado, como um elemento de pastoral, o acompanhamento a meninos que, é claro, vibravam com o esporte”.
“Eu os acompanhava durante a semana, quando tinham reuniões por equipe em âmbitos de formação cristã e também na organização do decanato que fazia pastoral a partir do esporte. Em várias ocasiões tive que ser árbitro quando o titular faltava ou chegava tarde e para fazê-lo bem, fiz o curso”. O cardeal comenta deste modo que “curiosamente agora, quando o Papa me criou Cardeal, atribuiu-me uma das paróquias que pertence a esse decanato, por isso em outubro, quando eu assumir como titular, voltarei para esse setor e o farei com uma alegria muito grande”.
SIR
Fonte : Dom Total