Compromisso da semana
Cristo transfigurado é a resposta antecipada a Cristo sacrificado.
Passando pelo caminho da cruz, Ele nos mostra que o Amor é a única força capaz de fecundar o sofrimento.
VIDA TRANSFIGURADA
O evangelho de hoje nos diz que Jesus se transfigurou diante de três dos seus discípulos. Suas roupas ficaram “brilhantes e brancas”: foi o momento de grande esplendor, quando os apóstolos que o acompanhavam reconheceram realmente que ele era o Filho amado de Deus. A transfiguração é uma antecipação da glória de Jesus ressuscitado.
Para os monges orientais, a festa da Transfiguração era o programa de conversão de todo seguidor de Cristo. Compreendendo isso, faz sentido situar esta festa no início da Quaresma: tempo de conversão e transformação para o bem. A vida cristã passa por constantes transfigurações. As mudanças interiores das pessoas são importantes para que haja mudanças externas duradouras.
Pedro, movido por espontâneo desejo, diz a Jesus: É bom ficar aqui, vamos construir abrigos e desfrutar uma vida idílica! Qualquer um de nós faria essa proposta. Porém a glória definitiva só vem depois da passagem pela cruz. Não chegamos à Páscoa sem passar pelo Calvário. Pedro quer chegar à plenitude encurtando caminhos, seguindo atalhos. Os atalhos nem sempre nos levam ao destino desejado.
Precisamos sair da planície e subir à montanha para ouvir a voz de Deus que nos fala e para escutar o que nos pede. O caminho da montanha pode ser íngreme, mas é necessário percorrê-lo para conseguir a felicidade do mundo que almejamos. Como seguidores de Cristo, somos convidados a escutar a voz de Deus lá na montanha e depois fazer o caminho de retorno à planície, a fim de contribuirmos para a transfiguração da sociedade. Seguindo os passos de Jesus, aprendemos com ele a criar novo mundo – algo que antes parecia impossível realizar.
Pe. Nilo Luza, ssp
Imagem: Transfiguração, Rafael