“O homem busca o infinito em direções erradas”
O Papa Bento XVI enviou uma mensagem ao bispo de Rimini, nordeste da Itália, Dom Francesco Lambiasi, por ocasião da 33ª Reunião para a Amizade entre os Povos, realizada de 19 a 25 de agosto deste ano. O Pontífice destacou que o ser humano tem sede do infinito, mas acaba buscando-o em direções erradas e a qualquer custo. A reflexão do Papa é pertinente ao tema do encontro: “A natureza do homem é a relação com o infinito”
“A sede de infinito que habita no homem não desaparece, mesmo que ele rejeite ou negue Deus na vida cotidiana. Ele procura com afã, e sem resultado, os ‘falsos infinitos’ que o satisfazem momentaneamente. E assim, sem que o saiba, o homem começa a buscar o Infinito em direções erradas: na droga, na sexualidade desordenada, nas tecnologias, no sucesso a qualquer custo e até mesmo em formas de religiosidade enganadoras”.
Sobre essas falsas promessas de infinito que seduzem o homem, Bento XVI destacou que é preciso abatê-las. Tais promessas, segundo o Pontífice, transformam o homem em escravo. “Para reencontrar realmente si mesmo e sua identidade, para viver à altura do próprio ser, o homem deve voltar a se ver como uma criatura dependente de Deus”.
Em outra passagem da carta, o Papa diz que “a interpretação do homem como criatura hoje tem uma conotação ‘incômoda’ porque implica numa referência essencial a algo de diferente, ou melhor, a um ‘Outro’ que o homem não pode comandar”.
O Pontífice concluiu explicando porque esta dependência, da qual o homem moderno tenta se livrar, não se reduz. “Esta dependência não se reduz, pois é a prova da grandeza e da dignidade suprema do homem, chamado à vida para entrar em relação com a própria Vida, com Deus”. (CM)
Bento XVI convida fiéis a redescobrirem beleza da Eucaristia
Redescobrir o valor do Sacramento da Eucaristia. Esse foi o convite feito pelo Papa Bento XVI antes de rezar a oração do Angelus junto aos fiéis católicos neste domingo, 19.
“Ele, grão de trigo, caído nos sulcos da terra, é a primícia da humanidade nova, libertada da corrupção do pecado e da morte. Redescubramos a beleza do Sacramento da Eucaristia que expressa toda a humildade e a santidade de Deus: o seu ser pequeno, fragmento do universo, para reconciliá-lo inteiramente no amor”.
O Pontífice destacou que Jesus não queria um trono terreno, mas sim compartilhar o destino dos profetas. “Jesus não era um Messias como o queriam, que aspirasse a um trono terreno. Não buscava consensos para conquistar Jerusalém; ao contrário, queria ir à Cidade Santa para compartilhar o destino dos profetas: dar a vida por Deus e pelo povo”.
Aos fiéis reunidos no pátio interno da residência de Castel Gandolfo, Bento XVI também comentou a passagem evangélica sobre o discurso de Jesus em Cafarnaum, no dia após o prodígio dos pães e dos peixes.
“Aqueles pães, divididos para milhares de pessoas, não queriam desencadear uma marcha triunfal, mas preanunciar o sacrifício da Cruz, em que Jesus se tornou pão repartido para a multidão, corpo e sangue oferecidos em expiação para a vida do mundo”.
O Papa também lembrou que esse discurso de Jesus foi para fazer com que os discípulos tomassem uma decisão. “E realmente, dentre eles alguns, a partir de então, não o seguiram mais”, disse.
Após a oração mariana, Bento XVI cumprimentou os fiéis em algumas línguas, e concedeu a todos a sua benção apostólica. (CM)
Fonte: Canção Nova