30 de setembro, “o dia da Bíblia”.
Em setembro, a Igreja Católica no Brasil celebra o mês da Bíblia, com o objetivo de fazer com que os fiéis conheçam e aprofundem mais a relação com a Palavra de Deus. E a escolha do mês se deve ao dia de São Jerônimo, patrono dos estudos bíblicos, cuja memória litúrgica é comemorada neste domingo, 30 de setembro. A mesma data também é conhecida como o Dia da Bíblia.
A Sagrada Escritura, desde sempre, faz parte da caminhada do povo de Deus. A partir do Concílio Vaticano II, marco fundamental para o florescimento de uma Pastoral Bíblica da Igreja no Brasil, a Bíblia foi conquistando espaço e recuperando sua condição de valor fundamental na vida e na missão da Igreja.
A Bíblia está dividida em duas partes: Antigo e Novo testamento. Ela é composta por 73 livros, sendo 46 do Primeiro Testamento e 27 livros do Segundo Testamento. A leitura constante e assídua da Palavra de Deus vai ajudando aos poucos as pessoas a descobrirem toda a riqueza que ela contém, bem como o que ela pode realizar na vida de cada fiel.
De acordo com o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, ler a Bíblia supõe abertura à ação do Espírito Santo, mas também aprofundamentos. Para ele, são importantes alguns estudos preliminares, que fornecem uma visão geral das informações básicas sobre o ambiente em que o livro foi escrito. Segundo Dom Orani, é preciso conhecer o contexto mais amplo da Bíblia, tendo em vista que ele irá variar dependendo de qual livro queremos ler.
— É óbvio que devemos ler os Evangelhos com uma ótica diferente de como lemos o livro do Apocalipse. Esta preparação é ainda mais necessária no caso do Antigo Testamento, que contém uma série de textos escritos dentro de uma cultura muito antiga. Novas traduções são fornecidas e somos ajudados com os comentários de rodapé ou à margem do texto. Recorrer aos Dicionários Bíblicos também nos complementa a ter uma visão mais ampla dos temas e situações. Estes materiais nos ajudam para a leitura individual, afirmou.
Para os brasileiros, ler a bíblia é um costume freqüente. O hábito é comprovado pelo Instituto Pró-Livro que, segundo pesquisa divulgada em abril, constatou que a Bíblia continua sendo o livro mais lido pelos brasileiros – ganha dos livros didáticos e dos romances. Na época, ao questionar os cerca de cinco mil participantes sobre os gêneros que costumam ler, a Bíblia foi citada por 42% e manteve-se no primeiro lugar da lista, mesma posição ocupada na edição anterior da pesquisa, em 2007. Os livros didáticos foram citados por 32%, os romances por 31%, os livros religiosos por 30% e os contos por 23%. Cada entrevistado selecionou em média três gêneros.
A Bíblia trata da salvação. Por isso, dentro dela estão muitos assuntos pertinentes e desejados pelo homem na busca constante da verdade. Muitas são as possibilidades oferecidas pela Igreja para aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus. Eles vão desde os estudos filosófico-teológicos, , seja pela Exegese, pela Hermenêutica, ou ainda pelas outras disciplinas bíblicas oferecidas nos institutos filosófico-teológicos, até os círculos populares bíblicos, grupo de estudo da Palavra, catequese e a leitura orante da Bíblia (lectio divina).
São Jerônimo
São Jerônimo viveu por volta do ano de 340 e foi a ele confiada, pelo Papa Damaso, a tradução latina da Sagrada Escritura. Essa tradução da Palavra para o latim ficou conhecida como a bíblia “Vulgata”, que significa “popular” e é usada até hoje em muitas outras traduções da Bíblia. Uma das frases mais célebres de São Jerônimo foi: “Desconhecer as Escrituras é desconhecer a Cristo”.
Leia também um artigo que publicamos em 2011:
A Bíblia, uma carta de Amor de Deus para nós
Fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro