O testemunho e a Igreja, Luz das Nações

Publicado em 31/10/2012 | Categoria: Notícias |


 


A cada mês o Santo Padre propõe duas intenções de oração: uma geral e uma missionária.

 

Veja as intenções confiadas ao Apostolado da Oração para o mês de novembro.

 

 

 

 

Intenção Geral

 

O TESTEMUNHO DOS MINISTROS DO EVANGELHO

Para que os bispos, os sacerdotes e todos os ministros do Evangelho dêem um testemunho corajoso de fidelidade ao Senhor crucificado e ressuscitado.

Todos os membros da Igreja são chamados a dar testemunho de Cristo morto e ressuscitado, mas os ministros ordenados (diáconos, presbíteros e bispos) devem dá-lo a um novo título. É a estes que se refere a Intenção Geral deste mês.

Os bispos, sacerdotes e diáconos, quando recebem o sacramento da ordenação, ficam constituídos ministros do Evangelho, capacitados para servir a Cristo e à sua Igreja, na qual Ele está presente e quer continuar a sua missão. Por esse sacramento de ordenação, transformam-se em «outros cristos», ao serviço dos seus irmãos, não como simples representantes de Jesus e em nome d’Ele, mas como se fossem o próprio Cristo, tendo, como diz S. Paulo, «os mesmos sentimentos de Cristo» (Fl 2, 5).

O primeiro grande testemunho

O primeiro grande testemunho foi o de Cristo, que veio para «dar testemunho da verdade», para proclamar e sobretudo viver a Verdade que era Ele: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14, 6). Cristo foi o grande profeta que, pelo testemunho da sua vida e pela força da sua palavra, proclamou o Reino de Deus. Para isso foi enviado pelo Pai, tendo realizado, como não podia deixar de ser, cabalmente a sua missão: «Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade» (Hb 10, 7). O testemunho de Cristo foi realizado por toda a sua vida, mas sobretudo pela sua morte e ressurreição, ápice e remate de tudo o que tinha sido a sua vida: testemunha do amor de Deus.

Testemunho transmitido à Igreja

O testemunho de Cristo foi transmitido à Igreja, representada pelos apóstolos, já durante a sua vida, escolhendo-os e enviando-os a dar testemunho do Reino de Deus (cf. Mt 10, 1-42). E depois da ressurreição fez o envio solene, já na plena posse do seu poder, que Lhe foi conferido ao ressurgir dos mortos: «Ide por todo o mundo e anunciai a Boa Nova a toda a humanidade» (Mc 16, 15).

Estas palavras não foram ditas por Cristo só aos apóstolos, mas a toda Igreja que Ele tinha vindo a fundar, e este testemunho continua a ser transmitido à Igreja, com a mesma autenticidade e as mesmas garantias com que foi encomendado aos doze, até ao fim dos tempos (cf. Mt 28, 20).

O testemunho, hoje

Este testemunho continuará sempre na Igreja, como acabamos de dizer, ainda que em circunstâncias que vão sendo diferentes através dos séculos, dentro das condições mutantes da história. A Igreja continua a ser, hoje, sobretudo através dos ministros ordenados, esse «facho de salvação» erguido no meio de todos os povos, como a procla-mou o Concílio Vaticano II.

Este testemunho é dado pela Palavra, mas sobretudo pela vida dos evangelizadores, já que esta constitui o principal testemunho que eles devem continuar a dar, sobretudo, diria, nos dias de hoje. Com efeito, vivemos nos nossos dias uma enorme «inflação de palavras», de ruído exterior, que impede o silêncio interior, que faz esquecer que o importante não são as palavras, mas as obras, tantas vezes realizadas no anonimato de quem não busca aplausos. Foi esta realidade que levou Paulo VI a afirmar: «O homem contemporâneo acolhe de melhor boa vontade as testemunhas que os mestres, e se escuta os mestres é porque eles são testemunhas». É de facto necessário que os ministros do Evangelho continuem a dar, hoje em dia, «um testemunho corajoso de fidelidade ao Senhor», como diz a Intenção Geral deste mês.

E, graças a Deus, não faltam, nos nossos dias, exemplos de fidelidade corajosa, de muitos que, apesar das dificuldades e incompreensões e até de risco da própria vida, continuam fiéis à sua vocação de «amigos de Cristo», chamados e enviados por Ele. O verdadeiro evangelizador não perde a coragem, nem desiste do testemunho a dar, mesmo em ambientes difíceis ou indiferentes. Ele sabe que o dom da vida que o Senhor lhe deu, ele o entregou aos seus irmãos, e por isso vai ao ponto de entregar esta vida até à morte, se isso for necessário, para testemunhar a sua fé em Jesus Cristo.

Estas testemunhas são indispensáveis no caminho do Evangelho. E, graças a Deus, também na nossa época, muitas destas testemunhas continuam a não recuar perante nada neste testemunho de Jesus Cristo. Todos sabemos o que se passa na China, na Nigéria, no Irão, no Iraque e num longo etc. de países onde irmãos nossos dão um testemunho bem corajoso de fidelidade à sua fé. Todos podem repetir com os apóstolos: «Nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo» (Act 5, 32). Eles sabem que não anunciam uma verdade humana, mas a Palavra de Deus, possuidora de uma força intrínseca e misteriosa (cf. Rm 1, 16).

Oremos este mês, como nos pede o Papa, para que aqueles que foram ordenados como ministros do Evangelho sejam verdadeiros e autênticos servidores do mesmo Evangelho, dando sempre um corajoso testemunho.

Intenção Missionária

 

A IGREJA, LUZ DAS NAÇÕES

Para que a Igreja peregrina sobre a terra resplandeça como luz das nações.

Por meio desta intenção missionária, o Papa convida todos os cristãos a meditar sobre a vocação e a missão da Igreja, e a considerar igualmente a parte que eles têm na sua realização. Isto significa que nós não estamos convidados somente a rezar pela Igreja, mas sobretudo a contribuir com toda a nossa vida para que a Igreja viva a sua vocação de dar testemunho de Deus que Se fez homem por todos os homens, por toda a humanidade e para, desta maneira, anunciar a Luz que em Jesus Cristo venceu o mundo.

Somos convidados, como Igreja, a unir-nos ao cântico de Zacarias e a confessar diante de todos os povos que Cristo veio visitar-nos «como uma Luz do alto, a fim de iluminar todos os que habitam nas trevas e sombras da morte e guiar os nossos passos no caminho da paz» (cf. Lc 1, 79).

Deus quer continuar, hoje, a sua obra, começada em Cristo, por meio da Igreja, para que ela leve a sua Luz a todas as nações e lhes anuncie a salvação. Sabemos que a Igreja ainda se encontra a caminho, no cumprimento deste desejo de Deus e que tudo depende do compromisso e da colaboração de todos os cristãos. Por isso, assim como Jesus pediu aos seus apóstolos, em Getsemani, que se unissem à sua oração, assim a «Igreja Peregrina», sentindo a sua debilidade e reconhecendo a sua necessidade, pede aos seus fiéis que rezem por ela, para que possa corresponder à sua missão de dar testemunho do amor imenso de Deus pelos homens e de colocar-se ao serviço de todos aqueles que não têm a luz de Deus, mas anseiam pela sua redenção.

Unindo-nos à oração da Igreja, procuramos sentir compaixão especialmente para com aqueles que não tiveram até agora a experiência do amor de Cristo; fazemos nossa a preocupação da Igreja pelas pessoas «que vivem nas trevas». A nossa oração só será verdadeira na medida em que estejamos dispostos a oferecer a Deus a nossa vida pela Igreja e por todos aqueles que ainda não possuem a luz. É nisto que consiste viver a nossa vocação baptismal: é pelo baptismo que pertencemos à Igreja; é pelo baptismo que somos chamados a anunciar a todos os povos a Luz de Cristo.

António Coelho, s.j

Fonte: Apostolado da Oração

http://www.apostoladodaoracao.pt



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