Íntegra da mensagem final do Sínodo
A 13ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada no Vaticano de 7 a 28 de outubro, teve como tema a “Nova Evangelização para a transmissão da Fé”. No final do Sínodo os padres sinodais elaboraram uma mensagem dirigida a Igreja e dividida em 14 pontos a baixo a íntegra da mensagem.
Tradução não oficial foi feita pelo padre Luis Alves Lima, da arquidiocese de São Paulo.
Irmãos e irmãs,
“Graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (Romanos 1,7). Antes de voltar para as nossas Igrejas particulares, nós, Bispos vindos de todo o mundo que se reuniram à convite do Bispo de Roma, o papa Bento XVI para refletir sobre “a nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, desejamos nos dirigir a todos vocês, a fim de sustentar e orientar a pregação e ensino do Evangelho nos diversos contextos em que a Igreja se encontra hoje para dar testemunho.
1. Como a mulher samaritana no poço
Vamos começar a luz de uma passagem do Evangelho: o encontro de Jesus com a mulher samaritana (cf. João 4:5-42). Não há homem ou mulher que, na vida, não iria encontrar-se como a mulher de Samaria, ao lado de um poço com um balde vazio, com a esperança de encontrar a realização do desejo mais profundo do coração, o que por si só poderia dar sentido pleno para a vida. Hoje, muitos poços oferecer-se para saciar a sede da humanidade, mas temos que discernir de modo a evitar águas poluídas. Devemos orientar a busca corretamente, de modo a não cair para a decepção, o que pode ser prejudicial.
Como Jesus junto ao poço de Sicar, a Igreja também se sente obrigada a sentar ao lado de homens e mulheres de hoje. Ela quer tornar o Senhor presente em suas vidas, para que possam encontrá-lo porque o seu Espírito é a única água que dá a vida verdadeira e eterna. Só Jesus pode ler as profundezas de nosso coração e revelar a verdade sobre nós mesmos: “Ele me disse tudo o que eu fiz”, confessa a mulher aos cidadãos seus companheiros. Esta palavra do anúncio está unida à pergunta que abre a fé: “ele poderia ser o Messias?” Isso mostra que quem recebe a vida nova do encontro com Jesus não pode deixar de proclamar a verdade e a esperança para outros. O pecador que foi convertido torna-se um mensageiro da salvação e leva toda a cidade para Jesus. As pessoas passam do acolher seu testemunho para experimentar pessoalmente o encontro: “Já não acreditamos por causa da sua palavra, para que nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo”.
2. A nova evangelização
Levar os homens e mulheres do nosso tempo à Jesus, para o encontro com ele é uma necessidade que toca todas as regiões do mundo, os da velha e os da recente evangelização. Em todos os lugares realmente sentimos a necessidade de reavivar uma fé que corre o risco de eclipse em contextos culturais que impedem seu enraizamento nas pessoas, e sua presença na sociedade, a clareza do seu conteúdo e da coerência de seus frutos.
Não é uma questão de começar de novo, mas de entrar no longo caminho do anuncio do Evangelho a coragem apostólica de Paulo, que iria tão longe a ponto de dizer: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1 Coríntios 9,16). Ao longo da história, desde os primeiros séculos da era cristã até o presente, o Evangelho tem edificado comunidades de crentes em todas as partes do mundo. Sejam elas pequenas ou grandes, são o fruto da dedicação de gerações de testemunhas de Jesus – missionários e mártires – que recordamos com gratidão.
Os cenários social, cultural, econômico, civil e religiosos mudaram e nos chama para algo novo: a viver a nossa experiência comunitária de fé de uma forma renovada e anunciá-la através de uma evangelização que é “nova em seu ardor, em seus métodos, em sua expressões “(João Paulo II, Discurso à Assembleia do CELAM XIX, Porto Príncipe, 9 de março de 1983, n. 3) como disse João Paulo II. Bento XVI recordou que se trata de uma evangelização que se dirige “principalmente para aqueles que, embora batizados, se afastaram da Igreja e vivem sem referência à vida cristã… para ajudar essas pessoas a encontrar o Senhor, o único que preenche a nossa existência com significado profundo e paz, e para favorecer a redescoberta da fé, que a fonte da graça, que traz alegria e esperança para a vida pessoal, familiar e social “(Bento XVI, Homilia para a celebração eucarística para a inauguração solene da Assembleia XIII Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, Roma, 7 de outubro de 2012).
3. O encontro pessoal com Jesus Cristo na Igreja
Antes de dizer qualquer coisa sobre as formas que esta nova evangelização deve assumir, sentimos a necessidade de dizer-lhes com convicção profunda que a fé determina tudo na relação que construímos com a pessoa de Jesus, que toma a iniciativa de encontrar-nos. A obra da nova evangelização consiste em apresentar mais uma vez a beleza e novidade perene do encontro com Cristo ao coração muitas vezes distraído e confuso e à mente dos homens e mulheres do nosso tempo, sobretudo para nós mesmos. Convidamos a todos a contemplar o rosto do Senhor Jesus Cristo, para entrar no mistério de sua vida entregue por nós na cruz, confirmado na sua ressurreição dentre os mortos, como dom do Pai, e dada a nós por meio do Espírito. Na pessoa de Jesus, o mistério do amor de Deus Pai para toda a família humana é revelado. Ele não quer que permanecemos em uma falsa autonomia. Ao contrário, ele nos reconciliou consigo mesmo em um pacto de amor renovado.
A Igreja é o espaço oferecido por Cristo na história, onde podemos encontrá-lo, porque ele lhe confiou a sua Palavra, o Batismo, que nos faz filhos de Deus, o seu Corpo e o seu Sangue, a graça do perdão dos pecados, sobretudo no sacramento da Reconciliação, a experiência de comunhão, que reflete o próprio mistério da Santíssima Trindade e da força do Espírito que gera caridade para com todos.
Devemos formar comunidades acolhedoras em que todos os irmãos encontram uma casa, experiências concretas de comunhão, que atraem o olhar desencantado da humanidade contemporânea com a força ardente do amor – “Vede como eles se amam!” (Tertuliano, Apologia, 39, 7). A beleza da fé deve brilhar em particular nas ações da sagrada Liturgia, sobretudo na Eucaristia dominical. É precisamente nas celebrações litúrgicas que a Igreja, revela-se como obra de Deus e faz com que o significado do Evangelho visível na palavra e gesto.
Cabe a nós hoje tornar as experiências da Igreja concretamente acessíveis, multiplicar os poços onde os homens sedentos e mulheres são convidados a encontrar Jesus, oferecer oásis nos desertos da vida. As comunidades cristãs e, nelas, cada discípulo do Senhor, são responsáveis por isso: um testemunho insubstituível tem sido confiado a cada um, para que o Evangelho possa entrar na vida de todos. Isso exige de nós a santidade de vida.
4. As ocasiões de encontro com Jesus e ouvir as Escrituras
Alguém vai perguntar como fazer tudo isso. Não precisamos inventar novas estratégias, como se o Evangelho fosse um produto a ser colocado no mercado das religiões. Precisamos redescobrir as formas em que Jesus se aproximou de pessoas e chamou-os, a fim de colocar em prática essas abordagens nas circunstâncias atuais.
Recordamos, por exemplo, como Jesus envolveu Pedro, André, Tiago e João no contexto do seu trabalho, como Zaqueu era capaz de passar da simples curiosidade para o calor de compartilhar uma refeição com o Mestre, como o centurião romano pediu-lhe para curar uma pessoa querida para ele, como o cego de nascença invocou como libertador de sua própria marginalização, como Marta e Maria viu a hospitalidade de sua casa e do seu coração recompensado pela sua presença. Ao passar pelas páginas dos Evangelhos, bem como pelas experiências missionárias dos apóstolos na Igreja primitiva, podemos descobrir as várias formas e circunstâncias em que as vidas pessoas se abriram à presença de Cristo.
A leitura frequente das Sagradas Escrituras – iluminadas pela Tradição da Igreja, que nos as entrega e é a sua interpretação autêntica – não só é necessária para conhecer o conteúdo do Evangelho, que é a pessoa de Jesus no contexto de história da salvação. Ler as Escrituras também nos ajuda a descobrir oportunidades de encontrar Jesus, abordagens verdadeiramente evangélicas enraizadas nas dimensões fundamentais da vida humana: a família, o trabalho, a amizade, a várias formas de pobreza e as provações da vida, etc.
5. Evangelizar nós mesmos e abrindo-nos à conversão
Nós, no entanto, nunca devemos pensar que a nova evangelização não nos diga respeito da nossa pessoa. Nestes dias as vozes entre os bispos foram levantadas para lembrar que a Igreja deve, antes de tudo dar atenção à palavra antes de que ela poder evangelizar o mundo. O convite para evangelizar torna-se um apelo à conversão.
Acreditamos firmemente que devemos converter-nos primeiro para o poder de Cristo, o único que pode fazer novas todas as coisas, acima de toda a nossa existência pobre. Com humildade, devemos reconhecer que a pobreza e as fraquezas dos discípulos de Jesus, especialmente de seus ministros, pesam sobre a credibilidade da missão. Estamos certamente conscientes – nós, Bispos, em primeiro lugar – que nunca correspondemos ao chamado do Senhor e ao mandato de anunciar o seu Evangelho para as nações. Sabemos que temos que reconhecer humildemente nossa vulnerabilidade, às feridas da história e não hesitar em reconhecer os nossos pecados pessoais. Estamos, no entanto, também convencido de que o Espírito do Senhor é capaz de renovar sua Igreja e tornando-a resplandecente se o deixarmos moldar-nos. Isto é demonstrado pelas vidas dos Santos, a lembrança e a narração dois quais um meio privilegiado da nova evangelização.
Se esta renovação dependesse de nós, haveria sérias razões para duvidar. Mas a conversão na Igreja, assim como a evangelização, não ocorre principalmente por meio de nós, pobres mortais, mas sim através do Espírito do Senhor. Aqui encontramos a nossa força e nossa certeza de que o mal nunca tem a última palavra seja na Igreja ou na história: “Não deixem que seus corações ser agitados ou com medo” (João 14,27), disse Jesus aos seus discípulos.
A obra da nova evangelização repousa sobre esta certeza serena. Estamos confiantes na inspiração e na força do Espírito, que nos ensinará o que devemos dizer e o que estamos a fazer, mesmo nos momentos mais difíceis. É nosso dever, portanto, vencer o medo pela fé, o desânimo pela esperança, a indiferença através do amor.
6. Aproveitando as novas oportunidades para a evangelização no mundo de hoje
Esta coragem serena também afeta a forma como olhamos para o mundo de hoje. Não somos intimidados pelas circunstâncias dos tempos em que vivemos. Nosso mundo está cheio de contradições e desafios, mas continua a ser a criação de Deus. O mundo está ferido pelo mal, mas Deus amá-lo ainda. É o campo em que a semeadura da Palavra pode ser renovado para que ele dê frutos mais uma vez. Não há espaço para pessimismo nas mentes e corações daqueles que sabem que o seu Senhor venceu a morte e que o seu Espírito trabalha com força na história. Abordamos este mundo com humildade, mas também com determinação. Isto vem da certeza de que no final a verdade triunfará. Nós queremos ouvir no mundo o chamado de Cristo ressuscitado para testemunhar a seu nome. Nossa Igreja está viva e enfrenta os desafios que a história traz consigo com a coragem da fé e do testemunho de muitos seus filhos e filhas.
Sabemos que temos de enfrentar neste mundo uma batalha contra os “principados” e “potestades”, “os maus espíritos” (Efésios 6,12). Nós não ignorar os problemas que tais desafios trazer, mas eles não nos assustam. Isto é verdade, sobretudo para os fenômenos da globalização que deve ser para nós a oportunidade de ampliar a presença do Evangelho. Apesar dos sofrimentos intensos dos imigrantes que acolhemos como irmãos e irmãs, as migrações foram e continuam a ser ocasiões para espalhar a fé e construir a comunhão em suas várias formas. Secularização -, bem como a crise que trouxe a dominação da política e do Estado – exige que a Igreja repense sua presença na sociedade, sem, no entanto renunciar a se mesma. As muitas e sempre novas formas da pobreza abrem novas oportunidades para o serviço de caridade: o anúncio do Evangelho compromete a Igreja a estar com os pobres para assumir os seus sofrimentos, como Jesus. Mesmo nas formas mais amargas do ateísmo e do agnosticismo, podemos reconhecer – embora em formas contraditórias – não um vazio, mas um desejo, uma expectativa que aguarda uma resposta adequada.
Em face às questões que as culturas predominantes representam para a fé e para a Igreja, renovamos a nossa confiança no Senhor, certos de que, mesmo nestes contextos, o Evangelho é portador de luz e capaz de curar toda a fraqueza humana. Não somos nós que estamos realizando a obra de evangelização, mas Deus, como o Papa nos lembrou: “A primeira palavra, a verdadeira iniciativa, a atividade verdadeira vem de Deus e apenas colocando-nos na iniciativa divina, apenas por implorando esta iniciativa divina, nós também seremos capazes de se tornar – com ele e nele – evangelizadores “(Bento XVI, Meditação durante a primeira Congregação geral da Assembleia Geral XIII Ordinária do Sínodo dos Bispos, Roma, 8 de outubro de 2012).
7. Evangelização, a vida da família e consagrados
Desde a primeira evangelização, a transmissão da fé de uma geração para a seguinte encontraram um lar natural na família onde as mulheres desempenham um papel muito especial, sem diminuir a figura e a responsabilidade do pai. No contexto dos cuidados que cada família prevê o crescimento de seus pequeninos, os bebês e as crianças são introduzidas para os sinais da fé, a comunicação das verdades primeiras, a educação na oração e no testemunho dos frutos do amor. Apesar da diversidade de suas situações geográficas, culturais e sociais, todos os Bispos do Sínodo reconfirmaram este papel essencial da família na transmissão da fé. A nova evangelização é impensável sem reconhecer a responsabilidade específica de anunciar o Evangelho para as famílias e para sustentá-los na sua tarefa de educação.
Nós não ignoramos o fato de que hoje a família, fundada no casamento de um homem e de uma mulher que os torna “uma só carne” (Mateus 19,6) aberta à vida, é assaltada por crises em todos os lugares. É cercada por modelos de vida que penalizam-na e é negligenciada pela política da sociedade de que é também a célula fundamental. Nem sempre é respeitada em seus ritmos e sustentada nas suas tarefas pelas comunidades eclesiais. É precisamente isso, no entanto, que nos impulsiona a dizer que temos de cuidar especialmente da família e de sua missão na sociedade e na Igreja, e desenvolver de caminhos específicos de acompanhamento antes e depois do matrimônio. Nós também queremos expressar a nossa gratidão aos muitos casais e famílias cristãs que, através do seu testemunho, mostram ao mundo uma experiência de comunhão e de serviço que é a semente de uma sociedade mais amorosa e pacífica.
Nossos pensamentos também foram para as muitas famílias e casais que vivendo juntos, não refletem a imagem de unidade e de amor ao longo da vida que o Senhor nos confiou. Há casais que vivem juntos sem o vínculo sacramental do matrimônio. Mais e mais famílias em situação irregular são estabelecidas após o fracasso de casamentos anteriores. Estas são situações dolorosas que afetam a educação dos filhos e filhas na fé. A todos eles queremos dizer que o amor de Deus não abandona ninguém, que a Igreja os ama, também, que a Igreja é uma casa que acolhe a todos, que eles permaneçam membros da Igreja, mesmo que eles não podem receber a absolvição sacramental e Eucaristia. Que nas nossas comunidades católicas sejam bem acolhidos todos os que vivem em tais situações e acolhidos aqueles que estão no caminho de conversão e reconciliação.
A vida em família é o primeiro lugar em que o Evangelho encontra a vida comum e demonstra sua capacidade de transformar as condições fundamentais da existência no horizonte do amor. Mas não menos importante para o testemunho da Igreja é mostrar como esta existência temporal tem um cumprimento que vai além da história humana e alcança a comunhão eterna com Deus. Jesus não se apresentar à mulher samaritana simplesmente como aquele que dá a vida, mas como aquele que dá “vida eterna” (João 4,14). Dom de Deus, que a fé torna presente, não é simplesmente a promessa de melhores condições neste mundo. É o anúncio de que o significado último da nossa vida está além deste mundo, em que a plena comunhão com Deus, que esperamos no final dos tempos.
Deste horizonte sobrenatural do sentido da existência humana, há testemunhas particulares na Igreja e no mundo nos que o Senhor chamou para a vida consagrada. Precisamente porque é totalmente consagrada a ele no exercício de pobreza, castidade e obediência, a vida consagrada é o sinal de um mundo futuro que relativiza tudo o que é bom neste mundo. Que a gratidão da Assembleia do Sínodo dos Bispos chegue a estes nossos irmãos e irmãs por sua fidelidade ao chamado do Senhor e pela contribuição que eles deram e dão para a missão da Igreja. Nós os exortamos a esperar em situações que são difíceis até mesmo para eles, nestes tempos de mudança. Convidamo-los a estabelecer-se como testemunhas e promotores da nova evangelização nos diversos campos em que o carisma de cada um de seus institutos os coloca.
8. A comunidade eclesial e muitos agentes de evangelização
Nenhuma pessoa ou grupo na Igreja tem direito exclusivo sobre a obra de evangelização. É o trabalho das comunidades eclesiais como tal, onde se tem acesso a todos os meios para encontrar Jesus: a Palavra, os sacramentos, a comunhão fraterna, serviço da caridade, da missão.
Nesta perspectiva, o papel da paróquia surge acima de tudo como a presença da Igreja, onde homens e mulheres vivem “a fonte da aldeia”, como João XXIII gostava de chamá-lo, a partir do qual todos podem beber, encontrando nela o frescor da o Evangelho. Ela não pode ser abandonada, mesmo que as mudanças podem exigir que seja feita de pequenas comunidades cristãs ou para criar vínculos de colaboração dentro de contextos maiores pastorais.
Exortamos nossas paróquias para se juntar às novas formas de missão exigidas pela nova evangelização para o cuidado pastoral tradicional do povo de Deus. Estes também devem permear as várias expressões importantes da piedade popular.
Na paróquia, o ministério do sacerdote – pai e pastor de seu povo – continua a ser crucial. Para todos os sacerdotes, os bispos desta Assembleia sinodal expressas agradecimentos e proximidade fraterna para sua difícil tarefa. Convidamo-los a fortalecer os laços do presbitério diocesano, para aprofundar a sua vida espiritual, e para uma formação contínua que lhes permite enfrentar as mudanças.
Ao lado dos sacerdotes, a presença de diáconos é de ser mantida, assim como a ação pastoral dos catequistas e de muitos outros ministros e animadores nos campos da proclamação, da catequese, da vida litúrgica, e do serviço de caridade. Devem ser promovidas também as diversas formas de participação e corresponsabilidade dos fiéis. Nós não podemos agradecer o suficiente nossos homens e mulheres leigos, pela sua dedicação nos diversos serviços nas suas comunidades. Pedimos a todos eles, também, para colocar a sua presença e seu serviço na Igreja, na perspectiva da nova evangelização, tendo o cuidado de sua formação humana e cristã, a sua compreensão da fé e da sua sensibilidade a fenômenos culturais contemporâneos.
Com relação aos leigos, uma palavra especial vai para as várias formas de associações de antigos e novos, em conjunto com os movimentos eclesiais e as novas comunidades: Todos são uma expressão da riqueza dos dons que o Espírito concede à Igreja. Agradecemos também a essas formas de vida e de compromisso na Igreja, exortando-os a serem fiéis ao seu carisma próprio e de sincera comunhão eclesial, especialmente no contexto concreto das Igrejas particulares.
Testemunhar o Evangelho não é privilégio de um ou de poucos. Nós reconhecemos com alegria a presença de muitos homens e mulheres que com suas vidas se tornam um sinal do Evangelho no meio do mundo. Nós também reconhecê-los em muitos de nossos irmãos e irmãs cristãos com quem, infelizmente, a unidade ainda não está completa, mas são, no entanto, marcados pelo Batismo do Senhor e pela sua palavra. Nestes dias, foi uma experiência emocionante para nós ouvir as vozes de muitas autoridades das Igrejas e comunidades eclesiais que deram testemunho de sua sede de Cristo e sua dedicação ao anúncio do Evangelho. Eles, também, estão convencidos de que o mundo precisa de uma nova evangelização. Somos gratos ao Senhor por esta unidade na necessidade da missão.
9. Que os jovens podem encontrar Cristo
Os jovens são particularmente querido para nós, porque eles, que são uma parte significativa da humanidade e da Igreja de hoje, são também o seu futuro. Com relação a eles, os bispos estão longe de ser pessimistas. Questionadores sim, mas não pessimistas. Estamos preocupados porque os ataques mais agressivos do nosso tempo acontecer a convergem precisamente sobre eles. Não somos, no entanto, pessimistas, acima de tudo, porque o que se move nas profundezas da história é o amor de Cristo, mas também porque sentimos nos jovens aspirações profundas de autenticidade, de verdade, de liberdade, de generosidade, e porque estamos convencidos de que a resposta adequada é Cristo.
Queremos apoiá-los em sua busca e nós encorajamos nossas comunidades para ouvir, dialogar e responder com audácia e sem reservas para a difícil situação da juventude. Queremos aproveitar de nossas comunidades, não para reprimir o poder de seu entusiasmo, mas para lutar por eles contra as falácias e empreendimentos egoístas dos poderes do mundo que, para sua própria vantagem, procuram dissipar as energias e perder a paixão do jovem, tirando-lhes a grata memória do passado e toda a visão profunda do futuro.
O mundo dos jovens é um campo exigente, mas também particularmente promissor da Nova Evangelização.
Isto é demonstrado por muitas experiências, daquelas que atraem muitos deles como as Jornadas Mundiais da Juventude, como as mais escondidas – mas, no entanto poderosas – como as diferentes experiências de serviço, espiritualidade e missão. Tem que ser reconhecido o papel ativo dos jovens em primeiro lugar na evangelização do seu próprio mundo.
10. O Evangelho em diálogo com a cultura e experiência humana e com as religiões
A nova evangelização é centrada em Cristo e no cuidado para com a pessoa humana, a fim de dar vida a um encontro real com ele. No entanto, os seus horizontes são tão amplos quanto o mundo e além de qualquer experiência humana. Isso significa que ele cultiva cuidadosamente o diálogo com as culturas, confiante de que ele pode encontrar em cada uma delas as “sementes do Verbo” das quais os antigos Padres falaram. Em particular, a nova evangelização precisa de uma renovada aliança entre fé e razão. Estamos mais que convencidos que a fé tem a capacidade de acolher os frutos de um pensamento aberto à transcendência e a força para curar os limites e as contradições em que a razão pode cair. A fé não é fechar os olhos, nem mesmo diante das perguntas dolorosas resultantes da presença do mal na vida e na história, a fim de invocar a luz da esperança do mistério pascal de Cristo.
O encontro entre a fé e a razão também nutre o compromisso da comunidade cristã no campo da educação e da cultura. As instituições de formação e de pesquisa – escolas e universidades – ocupam um lugar especial no presente. Onde quer que a inteligência humana é desenvolvida e educada, a Igreja tem o prazer de trazer sua experiência e contribuição para a formação integral da pessoa. Neste contexto particular atenção deve ser reservada para as escolas católicas e para as universidades católicas, em que a abertura à transcendência que pertence a cada percurso autêntica cultural e educacional, deve ser cumprida em caminhos de encontro com o evento de Jesus Cristo e da sua Igreja. Que a gratidão dos Bispos chegue a todos os que, em condições difíceis, às vezes, estão envolvidos neste processo.
Evangelização exige que prestemos muita atenção ao mundo da comunicação social, especialmente os novos meios de comunicação, nos quais muitas vidas, dúvidas e expectativas convergem. É o lugar onde as consciências são formadas, em que as pessoas gastam seu tempo e vivem suas vidas. É uma nova oportunidade para tocar o coração humano.
Um campo particular do encontro entre fé e razão, hoje, é o diálogo com o conhecimento científico. Isso não é completamente longe da fé, uma vez que se manifesta o princípio espiritual que Deus colocou em suas criaturas. Ele nos permite ver as estruturas racionais em que se funda a criação. Quando a ciência e a tecnologia não presumem encarcerar humanidade e o mundo em um materialismo estéril, tornam-se um precioso aliado para tornar a vida mais humana. Nossos agradecimentos vão também para aqueles que estão envolvidos neste campo de conhecimento sensível.
Também queremos agradecer a homens e mulheres envolvidos em mais uma expressão do gênio humano, a arte em suas várias formas, desde as mais antigas as mais recentes. Reconhecemos as obras de arte como um modo particularmente significativo de expressar a espiritualidade na medida em que eles se esforçam para incorporar atração da humanidade de beleza. Somos gratos quando os artistas através de suas belas criações realçar a beleza do rosto de Deus e de suas criaturas. O caminho da beleza é um caminho particularmente eficaz da nova evangelização.
Além de obras de arte, toda a atividade humana chama a nossa atenção como uma oportunidade em que podemos cooperar na criação divina através do trabalho. Queremos lembrar ao mundo da economia e do trabalho de algumas questões decorrentes do Evangelho: para redimir o trabalho a partir das condições que muitas vezes tornam um fardo insuportável e um futuro incerto ameaçando pelo desemprego de jovens, de colocar a pessoa humana no centro de desenvolvimento econômico, de pensar esse desenvolvimento como uma ocasião para a humanidade a crescer em justiça e unidade. A humanidade transforma o mundo através do trabalho. No entanto, somos chamados a proteger a integridade da criação de um senso de responsabilidade para com as gerações futuras.
O Evangelho também ilumina o sofrimento causado pela doença. Os cristãos devem ajudar os que se sentir mal que a Igreja está perto de pessoas com a doença ou com deficiência. Os cristãos devem agradecer a todos que cuidar deles profissionalmente e humanamente.
Um campo em que a luz do Evangelho pode e deve brilhar para iluminar os passos da humanidade é a política. Política requer um compromisso de cuidado altruísta e sincero para o bem comum, respeitando plenamente a dignidade da pessoa humana desde a concepção até a morte natural, honrando a família fundada pelo casamento de um homem e uma mulher, e proteger a liberdade acadêmica; removendo as causas da injustiça, a desigualdade, a discriminação, a violência, o racismo, a fome e a guerra. Os cristãos são convidados a dar um testemunho claro do preceito da caridade no exercício da política.
Finalmente, a Igreja considera os seguidores de religiões como seus parceiros naturais no diálogo. Um é evangelizado, porque um está convencido da verdade de Cristo, não porque é um contra o outro. O Evangelho de Jesus é paz e alegria, e os seus discípulos são felizes em reconhecer o que é verdadeiro e bom que o espírito religioso da humanidade foi capaz de vislumbrar no mundo criado por Deus e que se expressou em várias religiões.
O diálogo entre os crentes das diversas religiões pretende ser uma contribuição para a paz. Ele rejeita qualquer fundamentalismo e denuncia toda a violência que tem vindo sobre crentes como graves violações dos direitos humanos. As Igrejas de todo o mundo estão unidas na oração e na fraternidade com os irmãos e irmãs que sofrem e questionam os responsáveis pelos destinos dos povos para salvaguardar o direito de todos à liberdade de escolher, professar e testemunhar a própria fé.
11. Lembrando-se do Concílio Vaticano II e referindo-se ao Catecismo da Igreja Católica no Ano da Fé
No caminho aberto pela Nova Evangelização, que também pode sentir como se estivéssemos em um deserto, no meio de perigos e falta de pontos de referência. O Santo Padre Bento XVI, na homilia da Missa de abertura do Ano da Fé, falou de uma “desertificação “espiritual” que tem avançado nas últimas décadas. Mas ele também encorajou-nos ao afirmar que “justamente a partir da experiência do deserto, a partir desse vazio, nós podemos descobrir de novo a alegria de crer, a sua importância vital para nós, homens e mulheres. É no deserto que se redescobre o valor do que é essencial para a vida “(Homilia para a celebração eucarística de abertura do Ano da Fé, em Roma, 11 de outubro de 2012). No deserto, como a Samaritana, buscamos a água e um poço do qual a beber: bem-aventurado é aquele que encontra Cristo lá. Agradecemos ao Santo Padre para o dom do Ano da Fé, um presente precioso para o caminho da nova evangelização. Agradecemos também por ter ligado este ano para a lembrança grata da abertura do Concílio Vaticano II, 50 anos atrás. Seu magistério fundamental para o nosso tempo brilha no Catecismo da Igreja Católica, que é proposta, uma vez mais, como uma referência segura da fé vinte anos depois de sua publicação. Estes são aniversários importantes, que nos permitem reafirmar nossa adesão aos ensinamentos do Concílio e nosso firme compromisso de continuar a sua implementação.
12. Contemplando o mistério e estar ao lado dos pobres
Nessa perspectiva queremos indicar a todos os fiéis duas expressões da vida de fé que parecem particularmente importante para nós, para testemunhar em Nova Evangelização.
O primeiro é constituído pelo dom e experiência de contemplação. Um testemunho de que o mundo consideraria credível só pode surgir a partir de um olhar de adoração diante do mistério de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, somente a partir do silêncio profundo que recebe a única Palavra que salva, como um útero. Só este silêncio orante pode impedir que a palavra de salvação seja perdida no meio dos muitos barulhos que invadem o mundo.
Nós agora dirigir uma palavra de gratidão a todos os homens e mulheres que dedicam suas vidas à oração e à contemplação nos mosteiros e ermidas. Momentos de contemplação devem entrelaçar com a vida das pessoas comuns: espaços espirituais, mas também físicos, que nos lembram de Deus; santuários interiores e templos de pedra que, como na encruzilhada, nos impedem de nos perdermos em uma inundação de experiências; oportunidades em que todos pudessem sentir-se aceitos, mesmo aqueles que mal sabem o que e quem procurar.
O outro símbolo de autenticidade da nova evangelização tem o rosto dos pobres. Colocando-nos lado a lado com aqueles que estão feridos pela vida não é apenas um exercício social, mas acima de tudo um ato espiritual, porque é o rosto de Cristo que resplandece no rosto dos pobres: “O que você fez para um destes irmãos meus, você fez por mim” (Mateus 25,40).
Temos que reconhecer o lugar privilegiado dos pobres em nossas comunidades, um lugar que não exclui ninguém, mas também refletir como Jesus se uniu a eles. A presença dos pobres em nossas comunidades é misteriosamente poderosa: ela muda as pessoas mais do que um discurso faz, ela ensina a fidelidade, faz-nos compreender a fragilidade da vida, ela pede oração: em suma, traz-nos a Cristo.
O gesto de caridade, por outro lado, também deve ser acompanhada de compromisso com a justiça, com um apelo que diz respeito a todos, pobres e ricos. Portanto, a doutrina social da Igreja é parte integrante dos caminhos da nova evangelização, bem como a formação dos cristãos para se dedicar a servir a comunidade humana na vida social e política.
13. Para as Igrejas nas diversas regiões do mundo
A visão dos Bispos reunidos na Assembleia Sinodal abraça todas as comunidades eclesiais espalhadas pelo mundo. Sua visão procura ser abrangente, porque o chamado a encontrar Cristo é um, reconhecendo a diversidade.
Os bispos reunidos no Sínodo deram atenção especial, cheia de afeto fraterno e gratidão, a vocês, cristãos das Igrejas católicas orientais, aqueles que são herdeiros da primeira onda de evangelização – uma experiência preservada com amor e fidelidade – e as pessoas presentes no Leste Europa. Hoje, o Evangelho vem a você de novo em uma nova evangelização através da vida litúrgica, a catequese, a oração familiar diária, jejum, a solidariedade entre as famílias, a participação dos leigos na vida das comunidades e no diálogo com a sociedade. Em muitos lugares, as suas igrejas estão em meio a provações e tribulações através do qual testemunham a sua participação nos sofrimentos de Cristo. Alguns fiéis são obrigados a emigrar. Mantendo viva a sua unidade com sua comunidade de origem, eles podem contribuir para o cuidado pastoral e para o trabalho de evangelização nos países que os acolheram. Que o Senhor continue a abençoar sua fidelidade. Que o seu futuro, ser marcada pela confissão serena e prática de sua fé em paz e liberdade religiosa.
Esperamos que vocês, cristãos, homens e mulheres, que vivem nos países da África e expressamos nossa gratidão pelo seu testemunho do Evangelho, muitas vezes em circunstâncias difíceis. Nós vos exortamos a reavivar a evangelização que você recebeu nos últimos tempos, para a construção da Igreja como família de Deus, para fortalecer a identidade da família, para sustentar o compromisso de sacerdotes e catequistas, especialmente nas pequenas comunidades cristãs. Afirmamos a necessidade de desenvolver o encontro entre o Evangelho e as culturas antigas e novas. Grande expectativa e um forte apelo são dirigidos ao mundo da política e os governos de vários países da África, para que, em colaboração com todas as pessoas de boa vontade, podem ser promovidos os direitos humanos básicos e livrar o continente da violência e dos conflitos que ainda o afligem.
Os Bispos da Assembleia Sinodal convida os cristãos da América do Norte, para responder com alegria ao chamado para uma nova evangelização, enquanto eles olham com gratidão a forma como as suas jovens comunidades cristãs têm dado frutos generosos de fé, caridade e missão. É preciso reconhecer as muitas expressões da cultura presente nos países de seu mundo que são hoje muito longe do Evangelho. A conversão é necessária, a partir dum compromisso que não lhe traz fora de suas culturas, mas deixa-os no meio deles para oferecer a todos a luz da fé e do poder da vida. Como você bem-vindos em suas terras generosas novas populações de imigrantes e refugiados, que você esteja disposto a abrir as portas de suas casas para a fé. Fiel aos compromissos assumidos na Assembleia sinodal para a América, estar unidos com a América Latina na evangelização contínua do continente que você compartilham.
A Assembleia Sinodal abordou o mesmo sentimento de gratidão para com a Igreja na América Latina e no Caribe. Particularmente notável ao longo dos tempos é o desenvolvimento em seus países de formas de religiosidade popular ainda fixadas nos corações de muitas pessoas, do serviço caritativo e do diálogo com as culturas. Agora, em face dos muitos desafios atuais, em primeiro lugar da pobreza e da violência, a Igreja na América Latina e no Caribe é encorajada a viver em um estado permanente de missão, anunciar o Evangelho com esperança e alegria, formando comunidades de verdadeiros missionários discípulos de Jesus Cristo, mostrando-se no compromisso de seus filhos e filhas como o Evangelho pode ser a fonte de uma nova sociedade, justa e fraterna. O pluralismo religioso também testa suas Igrejas e exige um renovado anúncio do Evangelho.
A você, cristãos da Ásia, oferecemos também uma palavra de encorajamento e de exortação. Como uma pequena minoria no continente que abriga quase dois terços da população do mundo, a sua presença é uma semente fecunda em confiar na força do Espírito, que cresce em diálogo com as diversas culturas, com as antigas religiões e com os pobres incontáveis. Embora muitas vezes marginalizada pela sociedade e em muitos lugares também perseguida, a Igreja da Ásia, com a sua fé firme, é uma presença valiosa do Evangelho de Cristo que anuncia a vida, justiça e harmonia. Cristãos da Ásia, sentindo a proximidade fraterna de cristãos de outros países do mundo, não se pode esquecer que em seu continente – na Terra Santa – Jesus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou dos mortos.
Os bispos dirigem uma palavra de gratidão e de esperança para as Igrejas do continente europeu, em parte, marcada hoje por um forte – às vezes até agressiva – secularização, e em parte ainda ferido por muitas décadas de regimes com ideologias hostis a Deus e à humanidade. Nós olhamos com gratidão para com o passado, mas também para o presente, em que o Evangelho criou em Europa expressões e experiências particulares de fé – muitas vezes ricas de santidade – que tem sido decisivas para a evangelização de todo o mundo: o pensamento teológico rico, várias expressões carismáticas, várias formas de serviço de caridade para os pobres, profundas experiências contemplativas, a criação de uma cultura humanista que tem contribuído para a definição da dignidade da pessoa e moldar o bem comum. Amados cristãos da Europa as atuais dificuldades podem deprimi-los: você pode considerá-las sim como um desafio a ser superado e uma ocasião para uma mais alegre e proclamação viva de Cristo e do seu Evangelho da vida.
Finalmente, os bispos da assembleia sinodal cumprimentam as pessoas da Oceania, que vivem sob a proteção do Cruzeiro do Sul, querem lhes agradecer o seu testemunho do Evangelho de Jesus. A nossa oração por você é que você pode sentir uma sede profunda de vida nova, como a mulher samaritana no poço, e que você pode ser capaz de ouvir a palavra de Jesus que diz: “Se tu conhecesses o dom de Deus” (João 4,10). Que você possa sentir mais fortemente o compromisso de anunciar o Evangelho e fazer Jesus conhecido no mundo de hoje. Vos exortamos a encontrá-lo em sua vida diária, para ouvi-lo e descobrir, através da oração e da meditação, a graça de ser capaz de dizer: “Nós sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo” (João 4,42 ).
14. A estrela de Maria ilumina o deserto
Chegando ao fim desta experiência de comunhão entre os Bispos de todo o mundo e de colaboração com o ministério do Sucessor de Pedro, ouvimos ecoar em nós o comando real de Jesus aos seus apóstolos: “Ide e fazei discípulos de todas as nações [ …] e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos “(Mt 28:19,20). A missão da Igreja não é dirigida a uma área geográfica única, mas vai para as profundezas muito ocultas dos corações de nossos contemporâneos para atraí-los de volta para um encontro com Jesus, o Vivente que se faz presente em nossas comunidades.
Esta presença enche nossos corações de alegria. Grato pelos dons recebidos dele nestes dias, nós levantamos a ele o hino de louvor: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor […] O Poderoso fez em mim grandes coisas” (Lc 1,46. 49). Nós fazemos as palavras de Maria nossa: o Senhor realmente fez grandes coisas para a sua Igreja ao longo dos séculos, em várias partes do mundo e nós queremos engrandecer ele, certo de que ele não vai deixar de olhar para a nossa pobreza, a fim de mostrar a força de sua braço em nossos dias e para nos sustentar no caminho da nova evangelização.
A figura de Maria nos guia no nosso caminho. Nossa jornada, como o Papa Bento XVI nos disse, pode parecer um caminho através do deserto, sabemos que devemos levá-lo, trazendo-nos o que é essencial: o dom da companhia Jesus, a verdade de sua palavra, a pão eucarístico que nos alimenta, a comunhão da comunhão eclesial, o impulso da caridade. É a água do poço, que faz com que o deserto florescer. Como estrelas brilham mais intensamente durante a noite no deserto, para que a luz de Maria, a Estrela da nova evangelização, brilhantemente brilha no céu em nosso caminho. Nela confiantemente nós confiamos.
Fonte: CNBB