FALAR DE DEUS
Poucos problemas são tão desafiadores para a Igreja de hoje quanto o da comunicação. A era é a da comunicação permanente; e mesmo no plano do cristianismo, há mensagens que concorrem com a da Igreja de Roma.
O tema foi abordado pelo grande teólogo e místico suíço Maurice Zundel (falecido em 1975). Ele escreve:
“Hoje, mais do que nunca, Deus pode proporcionar o encontro de todos os homens, a cura de todas as feridas, a harmonização das diferenças. Trata-se de revelá-lo em nós e por nós; se não O vemos, se Ele não é uma Presença sensível, o ser humano fica só com suas angústias, seus egoísmos, sua biologia individual ou coletiva; fica só com os fanatismos que matam o outro e a ele mesmo”.
Zundel acrescenta: “Seria preciso reinventar uma linguagem nova, que nos introduzisse imediatamente na eterna novidade do Evangelho”. Este é o desafio, que precisa ser sentido e vivido por cada cristão. E o padre Zundel fornece uma outra pista para essa questão:
“O maior perigo, hoje, é a ausência de vida mística, ausência de união com Deus, ausência de uma experiência autêntica de Deus naqueles que deveriam falar deles”.
O que significa que, de um desafio, passamos a outro que é maior ainda. É o “bom combate” de que falava São Paulo.
Texto de Luiz Paulo Horta , jornalista e estudioso da Bíblia, prepara um livro sobre o assunto.