Igreja e movimentos sociais apresentam diretrizes para a convivência com o semiárido
No último dia 20 de março, em Recife (PE), com a presença dos bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB, foi realizado o lançamento das “Diretrizes para a Convivência com o Semiárido 2013”. O texto foi produzido em parceria por movimentos sociais, sindicatos, organizações não governamentais e a Igreja Católica com o objetivo de promover a construção de políticas públicas para a convivência sustentável com as particularidades dos biomas do Nordeste, especialmente a caatinga.
O documento teve a colaboração decisiva da Arquidiocese de Olinda e Recife, Universidade Católica de Pernambuco e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco, e apresenta medidas de ações estruturadoras. No lançamento, participaram os bispos dos regionais da CNBB afetados pela seca; o vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Belisário da Silva; o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner; além de prefeitos e representantes dos governos estaduais e federal.
Na apresentação do texto, as entidades afirmam que o objetivo é “conclamar outros setores da sociedade e do governo a não pensarem na região apenas em tempos de seca, pois é importante desconstruirmos os preconceitos e imagens deturpadas, reconhecendo melhor e valorizando os povos e culturas do Semiárido e suas potencialidades”.
De acordo com o levantamento feito pelos organizadores das Diretrizes, mais de 9,5 milhões de pessoas são atingidas, hoje, por esta que é a pior seca dos últimos 40 anos na região. A crítica das entidades é a falta de uma política efetiva para a área de recursos hídricos. Os bispos e os representantes dos movimentos sociais questionaram a demora na implantação da infraestrutura que possibilite a convivência com a seca, como a instalação de adutoras, poços e barragens, especialmente para os moradores das áreas mais pobres do Agreste e do Sertão.
Na avaliação do arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, para acompanhar o andamento destas diretrizes, assumidas pelos governos e também pelas entidades sociais, a partir do ano que vem poderá ter início um fórum anual tendo como data o dia 20 de março, marco dessas parcerias entre Igreja, movimentos sociais e governos em favor do campo. “É preciso avaliar e estar sempre atento às necessidades do meio rural. Nossa intenção é não parar por aqui, mas dar continuidade a uma série de ações já iniciadas e as novas que começarão a ser implantadas”, adiantou.
Fonte: CNBB