Relato de um preregrino
Peregrinação da Paróquia São Francisco Xavier – Niterói
Praga, Viena, Veneza, Pádua, Assis, Roma – abril de 2013
Realizamos de 2 a 16 de abril, liderados pelo Pe. Josumar, nosso pároco, a segunda peregrinação da Paróquia São Francisco Xavier na Europa. Nosso grupo era constituído por 23 paroquianos. Além daqueles que já tinham participado da nossa primeira peregrinação, outros se agregaram a nós.
Foram dias muito intensos. Plenos de confraternização, alegria, vida comunitária e orações. Acho que posso dizer que ninguém retornou para casa de maneira idêntica a qual partiu. De uma ou outra forma todos fomos tocados pelo carinho e amor de Deus. Nessa confraternização.
A viagem teve início na República Checa. Visitamos Praga. O frio era intenso (de quase zero grau), mas o calor gerado pela animação de todos mantinha os peregrinos unidos e alegres. Além de termos conhecido uma linda e cheia de mistérios, cidade, tivemos lá a nossa primeira Eucaristia na Igreja de Nossa Senhora Vitoriosa. É nela que fica exposta a imagem do Menino Jesus de Praga, junto ao qual pudemos orar.
De lá partimos, ainda curtindo bastante frio e já por via terrestre, para Viena, a famosa capital da Áustria. Impressionou-nos demais a beleza da cidade, sua arquitetura, jardins, museus e catedrais. Foi em sua linda catedral de Santo Estevão que tivemos a nossa segunda celebração eucarística. Ao final dela o sacristão reservou interessante surpresa ao Pe. Jô. Levou-o a conhecer a cripta do templo, no qual estão guardados os corpos dos seus cardeais, desde o Século XV. Inclusive o famoso Cardeal Franz Konig, de atuação bem efetiva a favor da renovação da Igreja durante o Concílio Vaticano II.
Após Viena empreendemos longa viagem (mais de 7 horas) até a Itália. Agora iríamos conhecer Veneza. Durante o bonito trajeto, até que os Alpes fossem transpostos, a imagem era de muita neve nos campos e cidadezinhas ao longo da estrada. Isto fez com que imaginássemos que teríamos ainda de passar por bastante frio, Itália afora.
Mas não foi isto que aconteceu. Depois dos Alpes a temperatura começou, pouco a pouco, a subir. Veneza dispensa comentários. A cidade é fantástica. Uma solução medieval incrível visando à defesa do seu território: Construir uma cidade praticamente ao nível do mar.
Este fato que foi sempre o seu grande trunfo nas batalhas. Em mais de dez Séculos Veneza jamais foi tomada por seus inimigos. Agora está se tornando seu grande drama. O nível do mar, como todos sabemos, está subindo e tem inundado bem mais amiúde Veneza. Por conta disto, a Praça de São Marcos já possui passarelas para os dias das grandes marés. Nessas horas, a água chega a subir até meio metro.
Cidade da qual dois cardeais se tornaram queridos papas do Século passado: João XXIII e João Paulo I. Beleza imensa, convite ao romantismo, bem como também de toques profundos à fé. Veneza é isto tudo ao mesmo tempo. Ao final da tarde, chega a nossa hora de celebrar.
Agradecer a Deus por tanto que nos tem dado. Pela viagem estar acontecendo tão bem. Pelas pessoas que deixamos do outro lado do Atlântico e que amamos, pela nossa paróquia. Nossa eucaristia nesse dia, como não podia deixar de ser, aconteceu numa bela capela lateral da Basílica de São Marcos.
A emoção vai como que num crescendo e após curta viagem estamos já em Pádua. Terra onde viveu parte da sua vida e morreu Santo Antônio. Visitamos sua linda Igreja, rezamos junto às suas relíquias e pudemos celebrar numa capelinha bem escondida e fraterna, como costumam ser as casas dos franciscanos, dedicada a São Maximiliano Kolbe.
De Pádua partimos para Assis. Ainda na estrada, bem adiante, lá no alto do morro, pudemos vislumbrar a cidade medieval e tão bem preservada. É profundamente consolador para cada um de nós pisar aqueles caminhos de pedra, pelos quais São Francisco de Assis, caminhava.
Em Assis tudo converge para a meditação e contemplação. A atmosfera do lugar é constante convite à oração. Visitamos e rezamos ao lado das relíquias de Santa Clara. Nossa missa aconteceu neste ambiente de grande emoção numa capela (de Santa Catarina), da Basílica Inferior de São Francisco.
No nosso segundo dia na cidade estivemos rezando na Igreja dentro da qual está preservada a Porciúncula, a última Igreja preservada por Francisco quando da sua conversão, tempo no qual ele julgava que Nosso Senhor queria dele, a preservação física dos templos.
Foi assim, num clima de interioridade e emocionados que partimos enfim para o ponto máximo da nossa peregrinação. A estrada nos levava direto à cidade centro da nossa fé. Logo estávamos entrando na Cidade Eterna.
Visitamos e pudemos orar nas quatro basílicas patriarcais, também nomeadas como as igrejas papais: São Pedro do Vaticano, Santa Maria Maior, São Paulo Extramuros e São João de Latrão. Cada qual mais bela, com mais arte e pontos de interesse para nós, cristãos.
Numa delas, em Santa Maria Maior tivemos, na capelinha medieval do Crucifixo, a nossa última Eucaristia. Momento marcante entre os peregrinos de louvor e agradecimento ao Pai por estarmos chegando, com tantas graças recebidas, ao final da nossa peregrinação.
Outro momento de grande fervor aconteceu quando visitamos as Catacumbas de São Calixto. Labirintos subterrâneos impressionantes, nos quais, durante os primeiros Séculos do cristianismo, milhares e milhares de companheiros cristãos nossos foram sepultados.
No domingo tivemos o nosso tão esperado encontro com Francisco na Praça do Vaticano. Exato ao meio dia lá estava ele em sua janela. Nós lá embaixo, lá longe a rezar com ele o Ângelus. Deus foi muito bom para conosco. Como Ele nos foi propício.
Andar em Roma é tropeçar na história. Para qualquer lado que se vá, para aonde se lance o olhar se estará contemplando algo interessante. Foi assim que fizemos o nosso turismo guiado pela cidade e depois, nos tempos livres, em pequenos grupos.
E nosso último dia de peregrinação terminou com jantar folclórico em Trastévere, onde pudemos além de comer deliciosas massas, cantar e nos divertir, já em clima de despedida.
Nossos agradecimentos a todos que de uma ou outra maneira nos ajudaram nesses caminhos. Rezando, patrocinando, apoiando, animando-nos enfim. Ao Padre Josumar que com sua espiritualidade conduziu-nos a mirar sempre o alto nessas estradas européias. E esse relato não poderia ser terminado sem que haja um agradecimento especial ao nosso guia Heitor, sempre atento, sempre eficiente, sempre cuidadoso para com todos nós.
Fernando Cyrino
Querido Fernando,
Bom demais ler o seu relato dessa peregrinação! Em cada parágrafo você nos faz reviver os dias fantásticos passados com esse grupo tão especial.
Quanta saudade de vocês!
Um abraço muito forte,
Heitor