“Sejam pedras vivas da Igreja”
Papa Francisco encontrou-se, na manhã desta quarta-feira, na Praça São Pedro, no Vaticano, com os inúmeros peregrinos e fiéis, provenientes das diversas partes do mundo, para a Audiência Geral.
Em sua catequese semanal, o Santo Padre refletiu sobre o tema: “A Igreja: templo do Espírito Santo”. De fato, uma das imagens que ilustra o mistério da Igreja é a de Templo de Deus. No Antigo Testamento, o Templo, construído por Salomão, era o lugar por excelência do encontro com Deus, pois ali estava conservada a Arca da Aliança, sinal da presença do Senhor no meio do seu povo.
Este Templo, porém, era a prefiguração da Igreja, que é a verdadeira Casa de Deus, disse o Papa:
“A Igreja é a Casa de Deus, o lugar da sua presença, onde podemos encontrar o Senhor; a Igreja é o Templo onde mora o Espírito Santo, que a anima, guia e sustenta. A pedra angular da Igreja é Cristo e todo cristão batizado é como uma pedra viva deste edifício espiritual.”
O Espírito Santo, com seus dons, explicou depois o Papa, designa a variedade e a riqueza na Igreja e une tudo e todos, a ponto de construir um templo espiritual. Em tal construção, nós não oferecemos sacrifícios materiais, mas oferecemos a nós mesmos, a nossa vida. E o Papa continuou:
“A Igreja não è um entrelaçado de coisas e de interesses, mas é o Templo do Espírito Santo, onde Deus atua; onde cada um de nós, mediante o dom do Batismo, se torna pedra viva. Isso significa que na Igreja, ninguém é inútil, ninguém é secundário ou anônimo: todos nós formamos e construímos a Igreja”.
Isto, porém, nos faz refletir, disse o Santo Padre, sobre o fato de que, se faltar o tijolo da nossa vida cristã, falta alguma coisa para embelezar a Igreja. E concluiu: “Peçamos a graça e a força ao Senhor, para que possamos estar unidos a Cristo, pedra angular, que sustenta a nossa vida e a vida de toda a Igreja”.
Ao término da sua catequese de hoje, Papa Francisco passou a cumprimentar os diversos grupos presentes, em diversas línguas. Eis o que disse aos fiéis de língua portuguesa:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa, de modo particular os brasileiros de Goiânia e de Santa Maria. Sejam bem vindos! Saúdo-os como pedras vivas do edifício espiritual, que é a Igreja, encorajando-os a permanecer profundamente unidos a Cristo, para que, animados pelo seu Espírito, possam contribuir para a edificação de uma Igreja sempre mais bela. Abençôo todos vocês e as suas comunidades”.
Por fim, o Santo Padre concedeu aos presentes a sua Bênção Apostólica. (MT)
Fonte: Rádio Vaticano
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Ninguém é inútil na Igreja, diz Francisco
Cidade do Vaticano – O papa presidiu hoje à última audiência pública semanal antes da pausa de verão nestes compromissos, e disse às dezenas de milhares de pessoas presentes na Praça de São Pedro que ninguém é “inútil” ou “secundário” na Igreja. “Ninguém é inútil na Igreja, ninguém é inútil”, sublinhou Francisco, na sua catequese. Após ter afirmado que “ninguém é secundário” e que, na Igreja, são todos “necessários” e “iguais aos olhos de Deus”, Francisco utilizou o seu habitual estilo de diálogo com a multidão, admitindo que alguns questionassem se o Papa não era mais importante do que os outros.
“Sou como cada um de vós, todos somos iguais, todos somos irmãos, ninguém é anônimo”, respondeu, numa intervenção interrompida pelos aplausos dos presentes. “Todos formamos e construímos a Igreja”, acrescentou. Segundo o papa, a Igreja não é “uma mistura de coisas e interesses”, mas é “o templo do Espírito Santo, o templo em que Deus atua”. “Estamos todos na Igreja, ajudamos a construí-la e isso deve fazer-nos refletir, porque se não há um tijolo, algo falta na casa”, observou.
Francisco alertou ainda para os cristãos “cansados, aborrecidos, indiferentes”, pedindo que mudem a sua atitude. O papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa: “Saúdo-vos como pedras vivas do edifício espiritual que é a Igreja, encorajando-vos a permanecer profundamente unidos a Cristo para que, animados pelo seu Espírito, possais contribuir na edificação de uma Igreja cada vez mais bela”. Francisco cumprimentou ainda o cardeal Salvatore De Giorgi, que celebra 60 anos de ordenação sacerdotal e 40 anos de bispo, pedindo aos presentes um aplauso por “todo o bem que fez à Igreja”.
As audiências gerais que todas as semanas juntam milhares de pessoas na Praça de São Pedro, à quarta-feira, vão estar suspensas em julho e serão retomadas a 7 de agosto. As alterações estendem-se à missa que o Papa tem celebrado de manhã, na capela da Casa de Santa Marta, com funcionários do Vaticano e da Santa Sé, momento que vai terminar a 7 de julho e reiniciar-se no começo de setembro.
Em 14 de julho, domingo, Francisco vai presidir à oração do ângelus no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, arredores de Roma, a habitual residência de verão dos Papas, que este ano não terá essa função. O papa decidiu passar os meses de verão na Casa de Santa Marta, no Vaticano, onde reside desde a sua eleição pontifícia. A agenda de Francisco inclui a viagem ao Brasil, para participar na Jornada Mundial da Juventude 2013 no Rio de Janeiro, entre 22 e 28 de julho, com regresso a Roma no dia 29 desse mês.
Fonte: Dom Total
Missa em Santa Marta: a graça da paternidade, também aos celibatários
O Santo Padre celebrou a Santa Missa, na manhã desta quarta-feira, na Capela da Casa Santa Marta, onde reside, da qual tomou parte o Cardeal-arcebispo de Palermo, Dom Salvatore De Giorgi, que comemora seus 60 anos de ordenação sacerdotal. Ele estava acompanhado de alguns bispos e sacerdotes.
Em sua meditação, após as felicitações dirigidas ao Cardeal De Giorgio, o Papa partiu do trecho o Gênesis, no qual “Deus promete ao idoso Abraão a alegria de ter um filho e uma descendência como as estrelas do céu.
Neste sentido, o Papa refletiu sobre o “desejo de paternidade”, inscrito nas fibras mais profundas de um homem. O sacerdote não está isento deste desejo, embora seja orientado e vivido de modo particular.
Para a nossa plenitude, acrescentou o Santo Padre, devemos sentir a alegria da paternidade, mesmo os celibatários. A paternidade é dar vida aos outros. Para o clero, ela se torna uma paternidade espiritual.
O Papa diz se comover diante de um homem de 90 anos, que defende a sua paternidade e o sacrifício do seu filho. Seria como pensar em um pai, que defende a sua família e os seus filhos. E concluiu:
“Agradeçamos ao Senhor esta graça da paternidade na Igreja… Todos nós pecamos. Mas, não ter filhos, não ser pais é como parar na metade do caminho. Por isso, devemos ser pais. Um pai sabe o que significa defender seus filhos. Esta é uma graça que também nós padres devemos pedir: ser pais! A graça da paternidade pastoral e espiritual. (MT)
Rádio Vaticano