Os cristãos devem ser pacientes e irrepreensíveis
Papa Francisco celebrou Missa, na manhã desta sexta-feira, na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, da qual participaram o arcebispo de Ribeirão Preto (SP), que, amanhã, receberá o Pálio sagrado, e os funcionários do Departamento de Saúde e Higiene do Vaticano, guiados pelo seu diretor Patrizio Polisca.
Na breve meditação, que costuma fazer aos presentes, o Santo Padre partiu da Liturgia do dia, referindo-se a Abraão e ao leproso, dizendo que “o Senhor procura se envolver na vida do povo e na nossa vida.
De fato, disse o Papa, a ação do Senhor não tem um protocolo preciso ao entrar em contato conosco. Ele age em modos e momentos diferentes, mas, age sempre:
“O Senhor escolhe sempre o seu modo de entrar na nossa vida. Algumas vezes, ele o faz lentamente, a ponto de quase perdermos a paciência. Não obstante, continuamos a rezar, a rezar… e parece que ele não vem ao nosso encontro. Outras vezes, além de sermos impacientes, somos céticos sobre a sua intervenção. Mas, o Senhor toma tempo e tem tanta paciência!”.
Por isso, o Papa nos pede para que também nós sejamos pacientes e irrepreensíveis diante do Senhor. Ele nos espera sempre, até o fim da nossa vida, se necessário. Ele caminha conosco, embora, muitas vezes, ele não se manifeste e não se mostre a nós. Peçamos-lhe, pois, concluiu o Santo Padre, a graça de caminharmos sempre na sua presença.
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“A unidade entre os cristãos é dom de Deus, mas devemos cultivar o terreno”, afirma o Papa
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira, em audiência, a delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. Desde 1969, os ortodoxos vêm ao Vaticano para a festa de São Pedro e São Paulo, padroeiros da Igreja de Roma, e uma delegação católica participa da festa de Santo André, padroeiro da Igreja de Constantinopla.
Em seu discurso, o Pontífice recordou que a busca da unidade entre os cristãos é uma urgência à qual, hoje mais do que nunca, não podemos nos subtrair. “No nosso mundo sedento de verdade, amor, esperança, paz e unidade, é importante para o nosso próprio testemunho poder finalmente anunciar a uma só voz a boa nova do Evangelho e celebrar juntos os Mistérios Divinos da vida nova em Cristo! Nós sabemos bem que a unidade é primariamente um dom de Deus para o qual devemos rezar incessantemente, mas a todos nós cabe a tarefa de preparar as condições, de cultivar o terreno do coração, para que esta graça extraordinária seja acolhida.”
Para Francisco, uma contribuição fundamental para a comunhão plena entre católicos e ortodoxos é oferecida pela Comissão mista internacional para o diálogo teológico. Esta Comissão já produziu muitos textos comuns e agora estuda o tema da relação teológica e eclesiológica entre primado e sinodalidade na vida da Igreja. “É significativo que hoje se consiga refletir juntos, na verdade e da caridade, sobre essas temáticas, iniciando por aquilo que nos une, sem todavia esconder aquilo que ainda nos separa. Não se trata de um mero exercício teórico, mas de conhecer profundamente as recíprocas tradições para compreendê-las e, às vezes, aprender com elas.”
O Papa declarou-se ainda satisfeito pelo fato de o diálogo entre católicos e ortodoxos não se basear na busca de um mínimo denominador comum, que ele chamou de “minimalismo teológico”, mas de se basear no aprofundamento da única verdade que Cristo doou à sua Igreja.
Antes de concluir seu discurso, o Santo Padre agradeceu novamente a presença da delegação ortodoxa, invocando a intercessão dos Santos Pedro, Paulo e André pelos “nossos irmãos e pelas necessidades do mundo inteiro, sobretudo dos pobres, dos sofredores e dos que são injustamente perseguidos por causa de sua fé”. E como sempre faz, concluiu pedindo orações por seu pontificado.
Fonte: Rádio Vaticano