A restauração da Igreja com Francisco
Por Padre Geovane Saraiva*
Estamos orgulhos e satisfeitos com o papa Francisco, sem jamais esquecer o Papa Emérito Bento XVI, nos seus quase oito anos à frente da Sé de Pedro e, sobretudo, seu gesto que surpreendeu o mundo, revelando-nos o sopro do Espírito Santo, humildemente acolhido por todos os católicos no mundo inteiro, na sua renúncia, que durante seis séculos, foi tida como um sinal de fraqueza, mas que agora se transformou num gesto e atitude de extraordinária grandeza e providencial fortalecimento da Igreja, na eleição do novo representante de Cristo da Terra, no nosso querido Jorge Mário Bergoglio.
Somos tocados e sensibilizados pela graça de Deus, através do novo Vigário de Cristo, homem convicto e corajoso, que não tem medo de dialogar com o mundo contemporâneo, nas questões internas da Igreja e nos desafios, dores e angústias do planeta, onde percebemos sua maestria e disposição, como o apanágio espiritual, sempre inspirado e consequente causando enorme inspiração.
Veja amigo leitor o gesto indelével, profético e comovedor do Papa Francisco em Lampedusa (08/06/2013), na sua importância incomensurável, ao “chorar os mortos que ninguém chora”, querendo chamar atenção do mundo, diante da insensibilidade e indiferença da humanidade para com a angústia, sofrimento e morte dos imigrantes e refugiados.
A nova fase inaugurada no dia 13 de março de 2013, com a eleição do Sucessor de Pedro, requer e clama por novos agentes e missionários, com propostas bem diretas, à luz do Evangelho, numa mensagem de alegria e esperança, no reavivamento da proposta de Francisco de Assis, onde no cântico das criaturas, Deus é louvado de modo integral, na clara afirmação da fraternidade universal.
Aquela voz que inspirou o Santo de Assis, de ir e restaurar a Igreja, está muito clara no nosso Sumo Pontífice, nos seus generosos gestos de humildade, sem esquecer na sua palavra profética, sempre provocando impacto como uma boa notícia… A capela de São Damião, a Igreja Porciúncula e a Igreja de São Pedro, restauradas pelo pobrezinho de Assis, representam a Igreja inteira e a própria humanidade que precisa mais do que nunca ser restaurada.
Restaurar a Igreja de Nosso senhor Jesus Cristo hoje é tarefa nossa, dizendo não a busca do poder, do ter e do prazer, quando percebemos uma acentuada tendência de se retornar ao luxo e à glória do mundo, mesmo dentro da Igreja. É neste sentido que o Papa Francisco surpreende, impressiona e causa admiração, quando anuncia ao mundo a importância da simplicidade, do despojamento, do diálogo e da proximidade com as pessoas, também quebra protocolos e dispensa honrarias. Deus seja louvado nas suas criaturas!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, membro da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal – Pároco de Santo Afonso – geovanesaraiva@gmail.com
Fonte: Dom Total