“Amor de Deus dá sentido a tudo, até aos pecados”, diz Papa Francisco
Milhares de fiéis e romanos lotaram novamente neste domingo, 11 de agosto, a Praça São Pedro, no Vaticano, para ouvir e ver o Papa Francisco. Muitos agitavam bandeiras de seus países, e entre elas, entreviam-se diversas brasileiras.
A reflexão do Pontífice, como já é tradição, partiu de um texto preparado, mas extrapolou em uma improvisação autêntica e eficaz que entusiasmou todos os presentes.
O Papa lembrou que “no Evangelho deste domingo, Lucas nos fala do desejo do encontro definitivo com Cristo, um desejo que nos faz estar sempre prontos, com o espírito desperto, porque aguardamos este encontro de todo coração, inteiramente. Este é um aspecto fundamental da vida cristã”.
Envolvendo os fiéis em sua catequese, Francisco convidou a responderem a duas perguntas. A primeira:
“Vocês têm realmente um coração desejoso de encontrar Jesus?
Ou seu coração está fechado, adormecido, anestesiado?
Pensem e respondam em silêncio, em seus corações”, pediu.
Em seguida, comentou a afirmação de Lucas “onde está o seu tesouro, está o seu coração”, e fez a segunda pergunta:
“Onde está o seu tesouro?
Qual é para vocês a realidade mais importante, mais preciosa, a realidade que atrai seu coração como um imã?
Pode-se dizer que é o amor de Deus?
Alguns poderiam me responder:
Pai, mas eu trabalho, tenho família, para mim a realidade mais importante è conseguir manter minha família, meu trabalho...
Certo, é verdade, mas qual é a força que mantém unida uma família? É justamente o amor de Deus que dá sentido aos pequenos compromissos cotidianos e que ajuda a enfrentar as grandes dificuldades. Este é o verdadeiro tesouro do homem”.
Segundo Papa Francisco, “o amor de Deus não é algo indefinido, um sentimento genérico, não é ar; o amor de Deus tem um nome e um rosto: Jesus Cristo, porque não podemos amar o ar. Amamos pessoas, e aquela pessoa é Jesus”. “É um amor – explicou – que dá valor e beleza a todo o resto: à família, ao trabalho, ao estudo, à amizade, à arte, a qualquer atividade humana”.
“Este amor dá sentido também – concluiu – às experiências negativas, porque nos permite ir adiante, não ficar prisioneiros do mal, e sim ir além; nos abre sempre à esperança, ao horizonte final de nossa peregrinação. Assim, até os cansaços, quedas e pecados ganham um sentido, porque o amor de Deus nos perdoa”.
Depois do Angelus, Papa cumprimenta “nossos irmãos muçulmanos”
Papa Francisco manifestou neste domingo, 11, durante o Angelus dominical, seu desejo que os cristãos e os muçulmanos se comprometam em promover o “respeito mútuo”, sobretudo através da educação dos mais jovens.
De seu balcão do Palácio Apostólico, na Praça São Pedro, o Pontífice argentino, que, a diferença de seu predecessor, Bento XVI, passa o verão no Vaticano, lembrou os “irmãos” muçulmanos que recentemente terminaram o seu mês sagrado, o Ramadã.
“Como escrevi em minha mensagem para esta circunstância, o meu desejo é que cristãos e muçulmanos se esforcem na promoção do respeito recíproco, especialmente através da educação das novas gerações”.
Francisco foi muito aplaudido ao citar os muçulmanos e respondeu com sorrisos à aprovação dos fiéis.
Antes de se despedir, o Papa recordou que na próxima quinta-feira, 15, celebra-se a festividade da Assunção da Virgem Maria, ocasião em que irá à localidade de Castel Gandolfo, a 30 km ao sul de Roma, onde presidirá uma missa e rezará a oração do Ângelus.
A RV transmitirá o evento ao vivo, com comentários em português, a partir das 5h20, horário de Brasília.
(CM)
Fonte: Rádio Vaticano