“Por favor, calem-se as armas” – o apelo do Papa para a paz na Siria
Audiência geral sobre o dom da sabedoria
Cerca de cinquenta mil fieis na Praça de S. Pedro e muito entusiasmo para a audiência geral com o Papa Francisco que iniciou nesta quarta-feira um novo ciclo de catequeses sobre os sete dons do Espírito Santo: a sabedoria, o intelecto, o conselho, a fortaleza, a ciência, a piedade e o temor de Deus.
O primeiro a sabedoria é o dom que “nos permite ver todas as coisas com os olhos de Deus”
Segundo o Papa Francisco esta sabedoria não provém propriamente dos conhecimentos que temos mas da intimidade com Deus. Quando estamos em comunhão com o Senhor, de certo modo o Espírito Santo transfigura o nosso coração e faz-nos sentir todo o seu calor e a toda a sua predileção: então tudo nos fala de Deus e do seu amor.
Tudo isto torna sábio o nosso coração – continuou o Santo Padre – não no sentido de saber tudo, de ter uma resposta para tudo, mas no sentido de que saboreamos Deus: o nosso coração e a nossa vida têm o gosto, o sabor de Deus.
“Como é importante que nas nossas comunidades existam cristãos assim!” – disse o Papa Francisco – “ter gente com o sabor de Deus é um sinal vivo e estupendo da sua presença e do seu amor.”
Mas isto não o podemos improvisar, nem alcançar só por nós mesmos; é um dom que Deus concede àqueles que se tornam dóceis ao seu Espírito – concluiu o Papa Francisco.
No final da catequese o Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos vos saúdo, especialmente aos fiéis brasileiros de Belém e de Rio Bonito e aos universitários de Portugal, desejando-vos de prosperar na sabedoria que vem de Deus, a fim de que, tornados peritos das coisas de Deus, possais comunicar aos outros a sua doçura e o seu amor. Desça, sobre vós e vossas famílias, a abundância das suas bênçãos.”
No final da audiência o Papa Francisco fez um apelo para a paz na Síria:
“Na segunda-feira passada, em Homs, na Síria, foi assassinado o Rev. Padre Frans Van der Lugt, um meu confrade jesuíta holandês de 75 anos, a viver na Síria há cerca de 50 anos, que sempre fez bem a todos, com gratuidade e amor e por isso era amado e estimado por cristãos e muçulmanos.”
“O seu brutal assassínio encheu-me de profunda dor e fez-me pensar ainda a tanta gente que sofre e morre naquele massacrado país, já há demasiado tempo vítima de um conflito sanguinoso que continua a dar morte e destruição. Penso também às numerosas pessoas raptadas, cristãos e muçulmanos, sírios e de outros países, entre os quais bispos e sacerdotes. Peçamos ao Senhor que possam voltar rapidamente aos seus caros e às suas famílias e comunidades.”
“De coração vos convido a todos, a unirem-se à minha oração para a paz na Síria e na região, e lanço um renovado apelo aos responsáveis sírios e à comunidade internacional: por favor, calem-se as armas, coloque-se um fim à violência! Não mais guerra e destruição! Respeite-se o direito humanitário, tenha-se atenção à população necessitada de assistência humanitária e chegue-se à desejada paz através do diálogo e a reconciliação.”
O Santo Padre rezou a Maria, Rainha da paz…
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção! (RS)
Comunicado da Cúria Geral dos Jesuítas sobre assassinato do P. van der Lugt, também recordado pelo Papa na audiência geral
“O Padre Geral e a Cúria Geral da Companhia de Jesus, tendo sabido da notícia da morte do Padre Frans Van der Lugt, manifestam a sua consternação pelo brutal assassinato de um homem que dedicou a sua vida aos mais pobres e necessitados, especialmente na cidade de Homs, e que nunca quis abandoná-los mesmo nos momentos de maior perigo. Ele sempre falou de paz e reconciliação, e abriu as portas a todos os que que buscavam a sua ajuda, sem distinção de raça ou religião. “Eu não vejo muçulmanos ou cristãos, costumava dizer, mas só seres humanos. Eu sou o único sacerdote e o único estrangeiro neste lugar, mas não me sinto estrangeiro”. O Padre Frans tinha chegado na Síria em 1966 e, desde então, sempre trabalhou para unir os sírios de diferentes proveniências, incentivando-os ao diálogo. Esperamos e pedimos ao Senhor para que o seu sacrifício produza frutos de paz sacrifício e seja um ulterior estímulo para silenciar as armas e deixar de lado o ódio.”
Na audiência geral desta quarta-feira, o próprio Papa Francisco evocou com voz comovida “a profunda dor” nele provocada pela “brutal assassinado” deste “meu confrade”. Estes os termos usados pelo Papa:
“Na segunda-feira passada, em Homs, na Síria, foi assassinado o Rev. Padre Frans Van der Lugt, um meu confrade jesuíta holandês de 75 anos, a viver na Síria há cerca de 50 anos, que sempre fez bem a todos, com gratuidade e amor e por isso era amado e estimado por cristãos e muçulmanos.”
“O seu brutal assassínio encheu-me de profunda dor e fez-me pensar ainda a tanta gente que sofre e morre naquele massacrado país, já há demasiado tempo vítima de um conflito sanguinoso que continua a dar morte e destruição. Penso também às numerosas pessoas raptadas, cristãos e muçulmanos, sírios e de outros países, entre os quais bispos e sacerdotes. Peçamos ao Senhor que possam voltar rapidamente aos seus caros e às suas famílias e comunidades.”
“De coração vos convido a todos, a unirem-se à minha oração para a paz na Síria e na região, e lanço um renovado apelo aos responsáveis sírios e à comunidade internacional: por favor, calem-se as armas, coloque-se um fim à violência! Não mais guerra e destruição! Respeite-se o direito humanitário, tenha-se atenção à população necessitada de assistência humanitária e chegue-se à desejada paz através do diálogo e a reconciliação.”
Fonte: Rádio Vaticano