Peregrinação dos paroquianos à terra de São Francisco Xavier, o padroeiro
A peregrinação não poderia ter melhor começo. Foi iniciada por Paris. Visitamos a cidade e alguns dos seus principais pontos turísticos eis que é literalmente impossível conhecer Paris no tempo do qual dispúnhamos. Estivemos em Notre Dame, uma basílica do Século XII, fomos até à Sorbonne no Quartier Latin, contornamos a Torre Eiffel, vimos os jardins, o Louvre, os Campos Elíseos e o Arco do Triunfo. Depois da visita mais geral do grupo de peregrinos, cada um, por si segundo o que lhe ordenava o coração, passava a visitar aqueles pontos que mais haviam lhe chamado a atenção.
No outro dia fomos a Montmartre onde descortinamos linda vista de Paris, visitamos o imponente Sacre Coeur e a capela de São Pedro, pequena jóia escondida por trás da imensa basílica. Lugar de peregrinação para nós, eis que dentro dela Francisco Xavier, Inácio de Loyola e mais cinco companheiros fizeram seus primeiros votos de castidade, obediência ao papa, pobreza e de peregrinarem até a Terra Santa.
À tarde a nossa primeira missa. Celebrada com grande alegria e consolação na capela da Medalha Milagrosa bem no centro da cidade, junto às relíquias de Santa Luiza de Marilac e Catarina Labouré, pelo padre Josumar. Na noite fria passeamos pelo Sena e um grupo se animou a caminhar do hotel onde nos hospedávamos na Gare de Lion até a Torre. Nosso último dia foi de visita ao Palácio de Versailles para uns e do Louvre para outros. Dia intenso de muitas belezas e muita gente à volta. Há turistas demais em Paris e tivemos que peregrinar também por longas filas para ter acesso ao Castelo.
Saindo de Paris fomos então na direção de Lourdes. Passamos primeiro pelo vale do Loire , onde se encontram vários castelos da nobreza francesa. Visitamos um deles, considerado pelo nosso guia Heitor como o mais bonito de todos. O Castelo de Chambord construído pelo rei Francisco I para lazer e local de caça. Realmente, a construção parece ter saído de alguma tela de filme de fantasia que tenta retratar a vida de alguma rica corte.
No final da tarde, sob a forte chuva que nos lavava e nos deixava preparados para adentrar, limpos, naquele local sagrado chegamos à Lourdes. Entramos cantando e rezando já acolhendo e sentindo, assumidas pelos sentidos todos como peregrinos, a atmosfera sagrada que nos envolvia. Malas jogadas nos quartos, jantar acelerado e caminhávamos rumo à impressionante “procissão de velas”.
Mar de gente seguindo rezando e cantando Ave Marias no exercício da sua fé. Milhares de ponto de luz que marcam a noite provando o amor da mãe. Filas e mais filas de cadeiras de rodas e macas puxadas e empurradas por incansáveis soldados da ajuda. Crianças e adultos portadores de todas as doenças e incapacidades peregrinando em busca do milagre da aceitação da sua limitação.
O rio de águas puras a serpentear, incansável, como a fé dos peregrinos, ao lado da gruta das aparições. Lourdes ajuda-nos na composição do lugar na contemplação da Paixão de Cristo no sofrimento humano. Na capela da padroeira da França, Santa Joana D’Arc a missa matinal na intimidade do nosso grupo peregrino.Deixados tantos agradecimentos e pedidos trazidos desde a nossa Paróquia, seguimos para o Castelo de Xavier, para meditarmos e rezarmos na casa onde nasceu e viveu nosso padroeiro São Francisco Xavier. Muita emoção ao divisarmos a torre do castelo aonde tremulava a bandeira da sua família. Nossa visita e orações, tendo presentes no coração o tanto de peregrinos que mesmo estando no Brasil, caminham conosco por esses caminhos de fé e de tanta santidade.
Ao final da visita a missa na capela do Cristo sorridente, lugar de oração de São Francisco na sua infância e juventude, bem como por séculos da sua família, hóspedes e empregados, agora retomado por nós, quase quinhentos anos depois, seus filhos espirituais na paróquia tão distante em Niterói. Na missa pudemos, mais uma vez,entregar ao Senhor os agradecimentos pela sua infinita bondade ao nos propiciar essa graça tão grande da peregrinação. Dia que sugere a oração feita através da poesia.
Olhos que perscrutam o horizonte
querendo enxergar além dele outros povos.
Boca de profeta que não se cala e canta,
e grita e repete a boa nova de Jesus.
Ouvidos atentos para escutar tantos pecados,
perdoando e reconciliando os filhos.
Mãos que trabalham duro, carregam peso
e que também abençoam quem passa.
Pés incansáveis a enfrentar as pedras,
o gelo, o calor e o frio para levar o Senhor.
Coração inflamado a dar testemunho que nada,
além do amor de Deus, vale a pena.
Francisco Xavier, que sob seu exemplo
também sigamos com ânimo na missão.
Acabava o dia e lá fomos nós em direção a Pamplona, cansados de corpo, mas leves de espírito. Os peregrinos depois de ter estado aos pés de Maria, haviam conhecido também a casa do seu protetor São Francisco Xavier.
Novo dia que chega e eis que nos colocamos novamente no caminho. Agora para o lugar no qual uma bala de canhão mudou a história ao atingir as pernas de Inácio de Loyola. Onde hoje é o Centro de Pamplona, fomos até o lugar onde caiu em 1525 Santo Inácio de Loyol,a na luta em defesa do castelo da cidade, celebramos, presidida pelo Padre Josumar, a missa. Ao final dela fomos rezar no local exato da queda, defronte a uma capela onde acontece hoje a “adoração perpétua” do Santíssimo Sacramento.
Visita em seguida, guiada por Maria, ao Centro histórico da cidade. A visão impressionante das muralhas, os muito peregrinos cruzando-a a caminho de Santiago, o lugar onde na festa de São Firmino são soltos os touros para correrem, em meio a mais de vinte mil jovens a caminho da praça de touros.
Dia seguinte e estamos no rumo de Barcelona. A grade e bela cidade mediterrânea com suas histórias, sua arte impressionante e o agito de muitos turistas à volta. Visita guiada por Santiago. Bairro Gótico, antiga Catedral, becos que vão se fechando acima pelos prédios que avançam para a rua, Gaudi e suas loucuras maravilhosas e chegamos à Sagrada Família. Não entramos dessa primeira vez, apenas circulamos o Templo e recebemos explicações gerais sobre as três fachadas. A do Nascimento, a da Paixão e a da Glória.
Tarde que nos apanha nos ventos de Montserrat. A montanha que vista ao longe mais se parece com um grupo de peregrinos que se abraçam e nesse contato se agigantam subindo aos céus impelidos pelas orações A beleza do lugar, a aura mística que nos envolve, faz com que nos sintamos, literalmente, mais perto de Deus. Na entrada do majestoso templo a parada no lugar onde o Peregrino Inácio trocara de roupa com o mendigo. A entrada e a subida para o “camarim” da Virgem de Montserrat, na capelinha, atrás do qual, tivemos a última missa da peregrinação. Celebração de ação de graças pela alegria de estarmos chegando bem ao nosso peregrinar seguindo passos do nosso padroeiro Francisco Xavier. Graças pelos que no Brasil, familiares, amigos e paroquianos, estiveram todos esses dias unidos a nós.
Na noite passeio a pé pelo bairro Gótico. Encontro emocionado na Igreja de Santa Maria do Mar, aonde, sentados, como Inácio de Loyola, no mesmo lugar onde pedia esmolas para o seu sustento e para os pobres, rezamos, tiramos fotos e deixamos acesas duas velas.
Dia seguinte é livre e nova visita, dessa vez ao interior do templo da Sagrada Família. A admiração da genialidade humana, ali expressa na arte de Gaudi, mas mais ainda a tarde de oração compondo lugares nos tantos sentidos que ele vai colocando dentro do Templo para aproximar os peregrinos de Deus. Visita de se sair com o coração lavado por ter sentido o Amor de Deus por cada um de nós a partir da manifestação significativa da Beleza.
Sábado, dia 7 de maio e estamos arrumando malas. Daqui a pouco nossa última viagem no ônibus com o catalão Jordi, Jorge na nossa língua, que tem nos guiado cuidadosamente por esses caminhos de peregrinação. Amanhã, nesse horário todos estaremos já em casa comemorando com nossos familiares o dia das mães e tendo muito o que partilhar com eles.
Na vida temos anjos da guarda e nessa viagem Deus nos enviou um bem especial para estar conosco e nos reunir, não deixando que nos dispersássemos, o Heitor. Agradecemos a Deus por ele, pela sua vida e pedimos nesse agradecimento que continue nesse serviço tão bonito de mostrar o caminho para os peregrinos, animando-os para que não fiquem parados.
Igual às águas também peregrino.
Despenco-me das grossas nuvens
Subo aos céus em mínimas porções.
Caminhante sou de puros regatos
e reconheço-me em valas poluídas.
Reunido aos irmãos torno-me rio,
Em santuários chamamo-nos mar.
Tendo cheiros e cores diferentes,
águas se encontrando no Amor.
Reconhecemo-nos todos em casa,
Somos acolhidos pelo colo materno.
Daquela que nos leva para seu Filho.
Igual às águas também peregrino.
Texto de Fernando Cyrino, paroquiano e peregrino.
CONHEÇA A HISTÓRIA DO CASTELO DE JAVIER
Castelo de Javier localiza-se no termo do município de Javier, na província e comunidade autónoma de Navarra, na Espanha.
Ergue-se em uma elevação em posição dominante sobre a vila, cerca de 52 quilómetros a Leste da capital,Pamplona. O nome de Javier provém do dialecto basco etxebarri (“casa nova”) de onde derivou “xabier” e posteriormente, “javier”.
Neste castelo nasceu e viveu São Francisco Xavier,filho dos senhores Javier, de onde tomou o seu apelido. Por essa razão, é o destino de uma concorrida peregrinação anual, em inícios de Março, em homenagem do santo padroeiro de Navarra, chamada popularmente de “Javierada”.
História
Após a Reconquista cristãda região, o castelo e a povoação foram confiscados por Sancho VII de Navarra por volta de 1223 a um nobre aragonês, que havia dado esses domínios como garantia de um empréstimo de 9.000 soldos, que lhe havia sido concedido pelo monarca de Navarra. Sem conseguir arcar com o pagamento devido, no prazo acordado, passaram à posse daquele monarca. Não seria a primeira vez e nem a última, uma vez que Sancho VII foi um dos grandes financiadores da Coroa de Aragão e, graças a diversos empréstimos não honrados, assenhoreou-se de uma série de vilas e castelos, entregues como aval, que o auxiliaram a reforçar as suas fronteiras com Aragão, a saber: Escó, Peña, Petilla, Gallur, Trasmoz, Sádaba e outros.
Quando da anexação da Alta Navarra (Navarra peninsular) à Espanha, sob o reinado de Fernando, o Católico, na sequência da invasão castelhano-aragonesa de 1512 pelas tropas de Fadrique Álvarez de Toledo y Enríquez de Quiñones, 2° duque de Alba, o cardeal Cisneros ordenou, por decreto, a destruição das torres de todos os castelos de Navarra.
Devido ao facto de que a família de Juan de Jaso, então senhora do mesmo, defendera a independência do reino de Navarra, o cardeal Cisneros ordenou a completa demolição do castelo em 1516, ainda que apenas tenha sido realizada a demolição de sua parte fortificada, a saber:
• toda a muralha que o rodeava, encimada por ameias e seteiras;
• atulhamento do fosso, nivelando-se o terreno circundante;
• demolição dos portões de armas;
• demolição das torres de planta circular;
• demolição da ponte levadiça e, dentro das muralhas, do jardim e da casa dos coelhos;
• rebaixamento, à metade da altura, da torre de menagem (ou de São Miguel).
Após sucessivas heranças, o castelo e a povoação passaram ao domínio da Casa de Villahermosa.
Ao final do século XIX, o castelo estava praticamente em ruínas e, por iniciativa dos seus proprietários, Maria del Cármen de Aragón-Azlor Y Idiáquez, duquesa de Villahermosa, e seu esposo José Manuel de Goyeneche, conde se Guaqui, foram iniciadas obras de restauração.
O súbito falecimento, sem descendência, do conde de Guaqui (1893) fez perigar a continuação das obras por falta de fundos. Entretanto, os irmãos do conde, o marquês de Villafuert, as duquesas de Goyeneche y Gamio e D. José Sebastián de Goyeneche, mediante escrituras passadas em cartório, a 30 de abril de 1894 e a 9 de março de 1895, acordaram em reconhecer à duquesa de Villahermosa o usufruto vitalício de toda a herança de seu marido, para assim poder fazer frente aos gastos das obras já iniciadas. Dada a envergadura das obras, todos os irmãos do falecido conde também participaram com fundos próprios para a restauração do castelo, a edificação de uma Basílica a ele adosada, e de moradias para sacerdotes e casas de exercícios.
Já em princípios do século XX, a duquesa de Villahermosa doou o imóvel e a Basílica à Companhia de Jesus com a condição de que os mantivesse tal como os entregou. Na cripta da Basílica descansam os restos dos que contribuíram para as obras de reconstrução do castelo e de construção da Basílica: a duquesa de Villahermosa, seu esposo, o conde de Guaqui, e os irmãos María Josefa (duquesa de Goyeneche), Carmen (duquesa de Gamio) e José Sebastián de Goyeneche y Gamio (fundador daFundación Goyeneche
Características
O conjunto consta de três corpos escalonados em ordem de antiguidade. No conjunto destacam-se a “Torre do Santo Cristo”, o bastião e a capela (nesta última destacando-se um original crucifixo tardogótico e uma série de pinturas murais representando a dança da morte, única na Espanha), a torre de menagem (Torre de São Miguel, parte mais antiga do castelo) e o museu dedicado à vida do santo.
Em seus alicerces existem fundações e socos muçulmanos que podem ser datados do século X. No século XI constituiu-se o primeiro recinto envolvente, que compreendia as primeiras habitações. Posteriormente, no século XIII, foram acrescentados, nos quatro lados, dois corpos de planta poligonal e duas torres flanqueantes.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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