Receita para não perder o sabor: Evangelho, Eucaristia, oração

Publicado em 01/09/2014 | Categoria: Notícias Papa Francisco |


angelus

Muito triste ver cristãos “diluídos”, sal que perdeu o sabor

 

 O cristão está chamado a viver bem inserido no mundo, mas sem ser “mundano”. O risco é que o sal perca o seu sabor, que percamos a carga de novidade que nos vem do Senhor e do Espírito Santo. – Recordou-o Papa Francisco neste domingo (31) ao meio-dia, na Praça de São Pedro, comentando o Evangelho da liturgia dominical, em que Jesus repreende severamente o Apóstolo por ele “pensar segundo os homens, não segundo Deus” e, portanto, sem dar por ela, estar da parte de satanás, o Tentador.

Também São Paulo, na segunda leitura, exorta os cristãos de Roma a “não se conformarem com este mundo, mas a deixarem-se transformar, renovando o seu modo de pensar, para poderem discernir a vontade de Deus”. De fato, nós cristãos vivemos no mundo, plenamente inseridos na realidade social e cultural do nosso tempo, e é justo que assim seja; mas isto comporta o risco de nos tornarmos mundanos, o risco de que “o sal perca o seu sabor”… que o cristão se dilua, perca a carga de novidade que lhe vem do Senhor e do Espírito Santo. Ora deveria ser o contrário – prosseguiu o Papa, observando que “quando nos cristãos permanece viva a força do Evangelho, essa pode transformar (como dizia Paulo VI) “os critérios de juízo, os valores determinantes, os pontos de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras, os modelos de vida” (Evangelii nuntiandi).

Portanto é necessário renovarmo-nos continuamente, alimentando-nos da linfa do Evangelho. Mas como conseguir isso, na prática? – interrogou-se o Papa, sugerindo, antes de mais, a leitura e a meditação quotidiana do Evangelho, de tal modo que a palavra de Jesus esteja sempre presente na nossa vida… E também a participação na Missa dominical, para uma pessoa se encontrar com o Senhor na comunidade, escutando a sua Palavra e recebendo a Eucaristia que nos une a Ele e entre nós. Muito importantes também – lembrou Francisco – dias de retiro e os exercícios espirituais… Evangelho, Eucaristia, oração: é graças a estes dons do Senhor que nos podemos conformar, não ao mundo, mas a Cristo, seguindo-o no seu caminho, a via do perder a própria vida para a encontrar. Perdê-la no sentido de doá-la, oferecê-la por amor e no amor… Doar assim a vida – concluiu o Papa – comporta o sacrifício, a cruz, para a receber novamente – purificada, libertada do egoísmo e da hipoteca da morte, plena de eternidade.

Nas saudações conclusivas, já depois da recitação do Ângelus, o Papa recordou que nesta segunda-feira (1º) se celebra, em Itália, a Jornada para a proteção da natureza criada, tendo desta vez como tema “Educar para a defesa da criação, para a saúde das nossas aldeias e das nossas cidades”…

Faço votos de que reforce o empenho de todos – instituições, associações e cidadãos – para que se salvaguarda a vida e a saúde das pessoas, respeitando também o ambiente e a natureza.

O Santo Padre saudou os parlamentares católicos, reunidos – disse – no seu quinto Encontro Internacional, encorajando-os a viver o delicado papel de representantes do povo, em conformidade com os valores do Evangelho.

Antes de se despedir, o Papa pediu, como sempre, que se reze por ele e a todos desejou bom domingo e… bom almoço…

 SIR

 

Fonte: Dom Total

Leia a íntegra  e veja o vídeo do Angelus deste domingo, 31/08/2014

papa angelus 31ago

PAPA FRANCISCO

 

ANGELUS

 

Praça de São Pedro

Domingo, 24 de Agosto de 2014

 


Caros irmãos e irmãs, bom dia!

 

O Evangelho deste domingo (Mt16, 13-20) é o célebre trecho, central na narração de Mateus, em que Simão em nome dos Doze professa a sua fé em Jesus como «Cristo, Filho de Deus vivo»; e Jesus chama Simão «bem-aventurado» por esta sua fé, reconhecendo nela uma dádiva especial do Pai, e diz-lhe: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja».

Meditemos um momento precisamente acerca deste ponto, sobre a constatação de que Jesus atribui a Simão este nono nome: «Pedro», que na língua de Jesus se diz «Cefas», uma palavra que significa «rocha». Na Bíblia este termo, «rocha», é referido a Deus. Jesus atribui-o a Simão não pelas suas qualidades, nem pelos seus méritos humanos, mas pela sua fé genuína e sólida, que lhe advém do Alto.

Jesus sente no seu coração uma profunda alegria, porque reconhece em Simão a mão do Pai, a obra do Espírito Santo. Reconhece que Deus Pai conferiu a Simão uma fé «confiável», sobre a qual Ele, Jesus, poderá construir a sua Igreja, ou seja, a sua comunidade, isto é todos nós. Jesus tem a intenção de dar vida à «sua» Igreja, um povo assente não já na descendência, mas na fé, ou seja, na relação com Ele mesmo, uma relação de amor e de confiança. A nossa relação com Jesus constrói a Igreja. E por conseguinte, para dar início à sua Igreja Jesus tem necessidade de encontrar nos discípulos uma fé sólida, uma fé «confiável». É isto que Ele deve averiguar nesta altura do caminho.

O Senhor tem em mente a imagem do construir, a imagem da comunidade como um edifício. Eis por que motivo, quando ouve a profissão de fé pura de Simão, o designa rocha» e manifesta a intenção de construir a sua Igreja sobre aquela mesma fé.

Irmãos e irmãs, aquilo que aconteceu de modo singular em são Pedro acontece também em cada cristão que amadurece uma fé sincera em Jesus Cristo, Filho de Deus vivo. O Evangelho de hoje interpela também cada um de nós. Como está a tua fé? Cada um responda no seu próprio coração. Como está a tua fé? Como encontra o Senhor os nossos corações? Um coração sólido como a pedra, ou um coração arenoso, ou seja duvidoso, desconfiado, incrédulo? No dia de hoje far-nos-á bem pensar sobre isto. Se o Senhor encontrar no nosso coração uma fé não digo perfeita, mas sincera, genuína, então Ele verá em nós pedras vivas com as quais construir a sua comunidade. A pedra fundamental desta comunidade é Cristo, única pedra angular. Por sua vez, Pedro é pedra, enquanto fundamento visível da unidade da Igreja; mas cada baptizado é chamado a oferecer a Jesus a própria fé, pobre mas sincera, para que Ele possa continuar a construir a sua Igreja hoje, em todas as partes do mundo.

Também nos nossos dias muitas pessoas pensam que Jesus é um grande profeta, um mestre de sabedoria, um modelo de justiça… E ainda hoje Jesus pergunta aos seus discípulos, ou seja, a todos nós: «Mas vós, quem dizeis que Eu sou?». O que responderemos? Pensemos nisto. Mas sobretudo rezemos a Deus Pai, por intercessão da Virgem Maria; oremos a fim de que Ele nos conceda a graça de responder, com um coração sincero: «Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo». Esta é uma confissão de fé, este é precisamente «o credo». Repitamos juntos três vezes: «Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo».

 

Depois do Angelus

 

Prezados irmãos e irmãs

 

Agora, dirijo o meu pensamento de maneira particular à amada terra da Ucrânia, da qual hoje se celebra a festa nacional, a todos os seus filhos e filhas, aos seus anseios de paz e de serenidade, ameaçados por uma situação de tensão e de conflito que não dá sinais de diminuir, gerando um grande sofrimento no meio da população civil. Confiemos ao Senhor Jesus e a Nossa Senhora a Nação inteira e oremos unidos sobretudo pelas vítimas, pelas suas famílias e por quantos sofrem. Recebi a missiva de um Bispo que descreve todo este sofrimento. Rezemos juntos a Nossa Senhora pela amada terra da Ucrânia no dia da sua festa nacional: Ave Maria… Maria, Rainha da paz, intercede por nós!

Saúdo cordialmente todos os peregrinos romanos e os fiéis provenientes de vários países.

Carinhosamente, saúdo os novos seminaristas do Pontifício Colégio Norte-Americano, vindos a Roma para empreender os seus estudos teológicos.

E saúdo os seiscentos jovens de Bérgamo que, a pé, juntamente com o seu Bispo, vieram a Roma de Assis, ou seja, «de Francisco a Francisco», como está escrito ali. Parabéns! Queridos jovens, voltai para casa com o desejo de testemunhar a todos a beleza da fé cristã!

Peço-vos, por favor, que não vos esqueçais de rezar por mim. Desejo-vos feliz domingo e bom almoço. Até à vista!

 

 Fonte: Site da Santa Sé



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