“A Cruz de Cristo é a nossa verdadeira esperança”
Depois da Missa, ao meio dia, o Papa apareceu à janela do Palácio Apostólico para a recitação do Angelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro.
Na alocução que precedeu a oração, Francisco retomou o tema da Exaltação da Santa Cruz, dizendo que um não cristão pode perguntar porque é que exaltamos a Cruz. “Podemos responder – disse – que não exaltamos uma cruz qualquer nem todas as cruzes: exaltamos a Cruz de Jesus, porque nela se revelou ao mais alto nível o amor de Deus pela humanidade.”
Com efeito, continuou o Papa, o Evangelho deste domingo nos recorda que “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito”. Fê-lo para nos salvar, e isto comportou a morte de Jesus na Cruz, Cruz que se revelou necessária devido à “gravidade do mal que nos escravizava”
O Papa explicou depois que a Cruz exprime tanto a força negativa do mal como a suave omnipotência da misericórdia de Deus, e que a Cruz não decreta, portanto, a falência de Jesus, como podemos ser levados a pensar, mas sim a sua vitória. Porque era Filho de Deus, Jesus permaneceu na Cruz, fiel até ao fim ao projecto de amor do Pai. Foi precisamente por isso que Deus exaltou Jesus conferindo-lhe uma regalia universal.
Jorge Mário Bergoglio prosseguiu elucidando ainda mais o que contemplamos na Cruz de Cristo:
“Contemplamos o sinal do amor infinito de Deus para com cada um de nós e a raiz da nossa salvação. Daquela Cruz deriva a misericórdia do Pai que abraça o mundo inteiro. Por meio da Cruz de Cristo foi vencido o maligno, a morte foi derrotada, foi-nos dada a vida, restituída a esperança. A Cruz de Jesus é a nossa única verdadeira esperança, eh! Isto é importante! Por meio da Cruz de Cristo foi-nos restituída a esperança. A cruz de Jesus é a nossa única esperança!”.
É esta a razão pela qual a Igreja exalta a santa Cruz – insistiu o Papa – e é esta também a razão porque os cristãos fazem o sinal da cruz, “sinal do amor imenso de Deus, sinal da nossa salvação e caminho em direcção à ressurreição. É esta a nossa verdadeira esperança!.”
E o Papa prosseguiu recordando os irmão e irmãs perseguidos devido à sua fidelidade a Cristo:
“Enquanto contemplamos e celebramos a Santa Cruz, pensemos com comoção em tantos dos nossos irmãos e irmãs que são perseguidos e mortos por causa da sua fidelidade a Cristo. Isto acontece especialmente lá onde a liberdade religiosa não é ainda garantida ou plenamente realizada. Acontece também em países e ambientes que em linha de principio tutelam a liberdade e os direitos humanos, mas onde os crentes e especialmente os cristãos, encontram limitações e discriminações. Por isso hoje os recordamos e rezamos de modo particular por eles”.
Recordando depois que aos pés da Cruz estava a Virgem Maria, o Papa confiou-lhe o presente e o futuro da Igreja, e de modo particular os esposos que teve a alegria de unir em matrimónio este domingo de manhã, na Basílica de São Pedro.
Fonte: Rádio Vaticano