Será que a Ressurreição de Jesus foi uma fraude?

Publicado em 09/04/2015 | Categoria: Notícias |


É comum surgir, na época da Páscoa, uma ou outra publicação de um “especialista” desmentindo a Ressurreição de Jesus e a colocando como “uma fraude” dos apóstolos e da Igreja. Infelizmente, os que não conhecem a fundo a Doutrina Católica se deixam escandalizar por tais mentiras. Vamos, então, meditar sobre o ponto mais alto de nossa fé.

 

Antes de tudo, foi o próprio Jesus quem garantiu que iria ressuscitar; algo que os apóstolos custaram a crer.

 

 

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Será que Deus ressuscitou Jesus ou tudo foi uma farsa?

 

É comum surgir, na época da Páscoa, uma ou outra publicação de um “especialista” desmentindo a Ressurreição de Jesus e a colocando como “uma fraude” dos apóstolos e da Igreja. Infelizmente, os que não conhecem a fundo a Doutrina Católica se deixam escandalizar por tais mentiras. Vamos, então, meditar sobre o ponto mais alto de nossa fé.

Antes de tudo, foi o próprio Jesus quem garantiu que iria ressuscitar; algo que os apóstolos custaram a crer.

Os que crucificaram Jesus foram dizer a Pilatos: “E disseram-lhe: Senhor, nós nos lembramos de que aquele impostor disse, enquanto vivia: Depois de três dias ressuscitarei. (Mt 27, 63)”. “Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia” (Mt 16,21).

A Ressurreição de Jesus é um fato histórico inegável. O primeiro acontecimento da manhã do Domingo de Páscoa foi a “descoberta do sepulcro vazio” (cf. Mc 16,1-8). Ele foi a base de toda a ação e pregação dos apóstolos e foi muito bem registrada por eles. São João afirma: “O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam isto atestamos” (1 Jo 1,1-2).

Jesus ressuscitado apareceu a Madalena (Jo 20,19-23); aos discípulos de Emaús (Lc 24,13-25), aos Apóstolos no Cenáculo, com Tomé ausente (Jo 20,19-23); e depois, com Tomé presente (Jo 20,24-29); no Lago de Genezaré (Jo 21,1-24); no Monte na Galileia (Mt 28,16-20); segundo São Paulo “apareceu a mais de 500 pessoas” (1 Cor 15,6) e que Cristo morreu pelos nossos pecados […] e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e foi visto por Khefas, e depois pelos Onze; depois foi visto por mais de quinhentos irmãos duma só vez, dos quais a maioria vive ainda hoje e alguns já adormeceram; depois foi visto por Tiago e, em seguida, por todos os Apóstolos; e, por último, depois de todos foi também visto por mim como por um aborto” (1 Cor 15, 3-8).

“Deus ressuscitou esse Jesus, e disto nós todos somos testemunhas” (At 2, 32), disse São Pedro no dia de Pentecostes. “Saiba com certeza toda a Casa de Israel: Deus o constituiu Senhor (Kýrios) e Cristo, este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2, 36). “Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14, 9). No Apocalipse, João arremata: “Eu sou o Primeiro e o Último, o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos, e tenho as chaves da Morte e da região dos mortos” (Ap 1, 17s).

A primeira experiência dos apóstolos com Jesus ressuscitado foi marcante e inesquecível: “Jesus se apresentou no meio dos apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: “Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! “Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: “Tendes o que comer?”. Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o então e comeu-o diante deles” (Lc 24, 34ss).

Aos apóstolos amedrontados, que julgavam ver um fantasma, Jesus pede que o apalpem e verifiquem que tem carne e ossos. Nada disto foi uma alucinação, nem miragem, nem delírio, nem mentira, e nem fraude dos Apóstolos, pois se tratava de pessoas muitos realistas que, inclusive, duvidaram a princípio da Ressurreição do Mestre. A custo se convenceram. O próprio Cristo teve que falar a Tomé: “Apalpai e vede: os fantasmas não têm carne e osso como me vedes possuir” (Lc 24,39). Os discípulos de Emaús estavam decepcionados porque “nós esperávamos que fosse Ele quem restaurasse Israel” (Lc 24, 21). Nenhum deles acreditavam na Ressurreição… até virem o Senhor.

Estes depoimentos “de primeira hora”, concebidos e transmitidos pelos discípulos imediatos do Senhor, são argumentos suficientes para dissolver qualquer teoria que quisesse negar a ressurreição corporal de Cristo. Esta fé não surgiu “mais tarde”, como querem alguns, na história das primeiras comunidades cristãs, mas é o resultado da missão de Cristo acompanhada dia a dia pelos Apóstolos.

Os chefes dos judeus tomaram consciência do significado da Ressurreição de Jesus, e, por isso, resolveram dissipá-la: “Deram aos soldados uma vultosa quantia de dinheiro, recomendando: “Dizei que os seus discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e roubaram o cadáver de Jesus. Se isto chegar aos ouvidos do Governador, nós o convenceremos, e vos deixaremos sem complicação”. Eles tomaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E espalhou-se esta história entre os judeus até o dia de hoje” (Mt 28, 12-15).

E Jesus morreu de verdade, inclusive com o lado perfurado pela lança do soldado. É ridícula a teoria de que Jesus estivesse apenas “adormecido” na Cruz. Os Apóstolos só podiam acreditar na Ressurreição de Jesus pela evidência dos fatos, pois não estavam predispostos a admiti-la; ao contrário, haviam perdido todo ânimo quando viram o Mestre preso e condenado; também para eles a ressurreição foi um escândalo. Eles não tinham disposições psicológicas para “inventar” a notícia da ressurreição de Jesus ou para forjar tal evento.

Eles ainda estavam impregnados das concepções de um messianismo nacionalista e político, e caíram quando viram o Mestre preso e aparentemente fracassado; fugiram para não serem presos eles mesmos (Cf. Mt 26, 31s); Pedro renegou o Senhor (cf. Mt 26, 33-35). O conceito de um Deus morto e ressuscitado na carne humana era totalmente alheio à mentalidade dos judeus.

É de se notar ainda que a pregação dos Apóstolos era severamente controlada pelos judeus, de tal modo que qualquer mentira deles seria imediatamente denunciada pelos membros do Sinédrio. Se a ressurreição de Jesus, pregada pelos Apóstolos não fosse real, se fosse fraude, os judeus a teriam desmentido, mas eles nunca puderam fazer isto.

Os vinte longos séculos do Cristianismo, repletos de êxito e de glória, foram baseados na verdade da Ressurreição de Jesus. Afirmar que o Cristianismo nasceu e cresceu em cima de uma mentira e fraude seria supor um milagre ainda maior do que a própria Ressurreição do Senhor.

Será que em nome de uma “fantasia”, de uma miragem, milhares de fiéis enfrentariam a morte diante da perseguição romana, como enfrentam hoje diante do Estado Islâmico? É claro que não.

Será que em nome de um mito, multidões iriam para o deserto para viver uma vida de penitência e oração?

O testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição de Jesus era convincente e arrastava. O edifício do Cristianismo requer uma base mais sólida do que a fraude ou a debilidade mental. Assim, é muito mais lógico crer na Ressurreição de Jesus do que explicar a potência do Cristianismo por uma fantasia de gente desonesta ou alucinada.

A Ressurreição de Jesus é ponto fundamental da fé cristã, a ponto que São Paulo dizer: “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação; vazia também é a vossa fé… Se Cristo não ressuscitou, vazia é a vossa fé; ainda estais nos vossos pecados” (1Cor 15, 14.17).

A Ressurreição de Jesus é a base da fé; São Paulo chama Cristo ressuscitado “o Primogênito dentre os mortos” (Cl 1, 18). A Ele, ressuscitado em primeiro lugar, seguir-se-á a ressurreição dos irmãos: “Cada qual na sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, por ocasião da sua segunda vinda; a seguir, haverá o fim” (1Cor 15, 23s).

 

Texto do Felipe Aquino

 

Fonte: Canção Nova

 

 



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