Papa pede união para denunciar violência em nome de Deus
A delegação de bispos do Quênia, liderada pelo Presidente da Conferência episcopal do país e Arcebispo de Nairóbi, Cardeal John Njue, completou visita Ad Limina nesta quinta-feira (16/04), ao ser recebida em audiência pelo Papa Francisco.
Ao reiterar que a Igreja no Quênia deve ser sempre fiel à sua missão de ser instrumento de reconciliação, justiça e paz, Francisco convidou os bispos a reforçarem o compromisso de trabalharem junto às lideranças religiosas, sejam elas cristãs ou não, na promoção da paz e justiça por meio do diálogo, da fraternidade e da amizade. Assim, destacou o Papa, “será possível denunciar de maneira mais unificada e corajosa toda a forma de violência, especialmente aquela perpetrada em nome de Deus”.
O Pontifice afirmou rezar por todos aqueles que foram mortos em atos terroristas ou durante hostilidades étnicas ou tribais no continente. “Penso especialmente nos estudantes mortos na Sexta-feira Santa na Universidade de Garissa. Possam suas almas descansar em paz e seus entes queridos, consolados. Possam aqueles que cometeram tal atrocidade arrepender-se e pedir misericórdia”, escreveu Francisco.
Vocações na África
Francisco reconheceu como um “sinal eloquente” de Deus à Igreja o grande número de seminaristas que atualmente está em preparação para o apostolado no Quênia. “Eles nos recordam o grande recurso que vocês tem em mãos nas igrejas locais, assim como da vossa grande responsabilidade em auxiliá-los a responder ao chamado ao sacerdócio”.
O Anuário Estatístico da Igreja revela que, em 2013, o Quênia era o quinto país da África em número de candidatos ao sacerdócio, com quase 4 mil seminaristas, atrás da Nigéria, Tanzânia, Uganda e República Democrática do Congo.
O Papa também recordou, neste Ano da Vida Consagrada, os homens e as mulheres que renunciaram ao mundo para o bem do Reino de Deus e que, com isso, trouxeram muitas bênçãos para a sociedade e para a Igreja no Quênia. “Levem, por favor, a eles, a minha gratidão, afeto e a certeza da minha proximidade em oração”.
Comunidade em crescimento
Atualmente, mais da metade dos quenianos professa-se cristã. Em particular, a Igreja católica, no arco de pouco mais de um século, registrou um grande crescimento e, hoje, os fiéis católicos representam 31% da população. Essa realidade deve-se, antes de tudo, ao grande número de missionários de diversos institutos religiosos, tanto masculinos como femininos: Jesuítas, Combonianos, Oblatos, Camilianos, Missionários de Maryknoll, por exemplo. A liberdade religiosa – garantida por constituição – também é um alicerce para o crescimento do número de católicos no Quênia. (Sedoc/RB)
Fonte: Rádio Vaticano