Igreja ‘não fecha a porta a ninguém’, diz papa
‘A Igreja não nasce isolada, nasce universal, una e católica’, ressalta Francisco.
O papa, ao meio-dia de deste domingo (24), solenidade de Pentecostes, pediu que a Igreja Católica tenha as suas portas abertas para todos, como testemunho de “fraternidade”. “A Igreja não fecha a porta na cara a ninguém, a ninguém, mesmo ao mais pecador”, declarou, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, que participaram da última oração do Regina Coeli deste ano.
Francisco sublinhou a “dimensão universal” da missão de todos os discípulos de Jesus, porque a Igreja “não nasce isolada, nasce universal, una e católica, com uma identidade precisa, mas aberta a todos, não fechada, uma identidade que abraça o mundo inteiro, sem excluir ninguém”.
Numa intervenção muito aplaudida pelos presentes, o papa referiu que esta solenidade, que evoca a “efusão” do Espírito Santo sobre a primeira comunidade cristã, marca o “início de uma nova estação” de “testemunho e de fraternidade”. “Como nesse dia do Pentecostes, o Espírito Santo é efundido continuamente também hoje sobre a Igreja e sobre cada um de nós, para que possamos sair das nossas mediocridades”, disse.
Neste contexto, Francisco disse que a missão da Igreja é levar “o amor misericordioso do Senhor a todo o mundo”, anunciando a ressurreição de Jesus. O papa lembrou depois as beatificações, em El Salvador e no Quênia, do arcebispo Oscar Romero (1917-1980), “morto por ódio à fé enquanto celebrava a Eucaristia”, e da irmã Irene Stefani (1891-1930), das Missionárias da Consolata, conhecida como ‘Nyaatha’, a “mãe misericordiosa”.
Francisco recordou o Beato Oscar Romero como um “pastor zeloso que, a exemplo de Jesus, escolheu estar no meio do seu povo, especialmente os pobres e os oprimidos, mesmo às custas da sua vida”.
Em relação à religiosa italiana Irene Stefani, o Papa sublinhou que a missionária “serviu a população queniana com alegria, misericórdia e terna compaixão”. “Que o heroico exemplo destes beatos suscite em cada um de nós o vivo desejo de testemunhar o Evangelho com coragem e abnegação”, destacou.
Por fim, saudou também a Família Salesiana na festa de Nossa Senhora Auxiliadora: “para que Deus dê a força para levar adiante o espírito de São João Bosco”.