Paróquias como lugares de esperança

Publicado em 22/07/2011 | Categoria: Notícias |



Inaugurado o colóquio europeu de paróquias


Cada vez mais, as paróquias na Europa estão enfrentando o mesmo desafio: a indiferença religiosa, segundo observou Josep Taberner Vilar, catalão, um dos dois copresidentes da Conferência Europeia das Paróquias (CEP), que celebra a sua vigésima edição em Nyíregyháza, Hungria.

O encontro, dedicado este ano ao tema “As paróquias, lugares de esperança. Sempre dispostos a responder a quem vos pedir razão da vossa esperança”, está considerando uma nova pastoral, caracterizada pela modéstia e doçura, mas sem complexos.

O encontro reuniu 200 pessoas, de 17 países do Velho Continente, durante cinco dias, até sexta-feira, para ouvir testemunhos, aprofundar na vocação da paróquia, visitar igrejas locais e viver encontros ecumênicos.

Vilar revelou que o encontro está recolhendo “todas as contribuições em um texto útil para as igrejas e a sociedade do continente”.

O avanço da secularização


As paróquias podem se tornar lugares de esperança na realidade europeia, fragmentada e secularizada? Esta pergunta foi respondida com algo de humor, mas com convicção – “Yes, we can” – pelo Pe. Hubert Windisch, sacerdote e professor de teologia pastoral na Universidade de Freiburg, na Alemanha, em um discurso em que resumiu a situação das paróquias na Alemanha.

Especialmente no norte e centro da Europa, disse, “somos ‘estrangeiros’, como os cristãos das origens”, e “devemos perguntar-nos qual é a nossa tarefa” e como “demonstrar nossa pertença a Cristo”.

O sacerdote sublinhou que os cristãos europeus “muitas vezes se sentem oprimidos, inseguros, angustiados e expostos a um ambiente agressivo”.

Falando da Alemanha, descobriu que “temos 82 milhões de habitantes e apenas 30% deles são católicos; e os protestantes são menos ainda. Em uma escola de um bairro da minha cidade, 60% das crianças não são batizadas e alguns estudos recentes falam da ‘extinção’ do cristianismo em alguns países ocidentais”.

Em suma, experimentamos “um processo muito rápido de declínio, tanto em termos quantitativos como qualitativos, do cristianismo”, que “de ser objetivo tornou-se subjetivo”.

Ao mesmo tempo, passou-se de “uma compreensão bíblica da fé, pessoal e histórica, a uma imagem de Deus impessoal e sem tempo, de natureza esotérica”.

Uma nova pastoral


Neste contexto, as paróquias e os cristãos que participam ativamente delas podem “dar razão da sua esperança”, ao se transformarem em uma espécie de “custódia” ou ostensório da Eucaristia, isto é, se adotarem um estilo de “transparência espiritual”.

No futuro da Igreja no Ocidente, é preciso desenvolver, portanto, uma “nova pastoral”, feita com “modéstia, doçura e respeito”, mas também “sem temores” ou complexos de inferioridade, propôs o Pe. Windisch.


Fonte: ZENIT



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