O tesouro frágil
Por Dom José Gislon*
Estimados Diocesanos! O mês de outubro é lembrado, na Igreja e na vida de fé do nosso querido povo, como o mês missionário, do rosário, da nossa romaria de Fátima, da Festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, mas também como o mês do dia da criança. Temos muitos motivos para celebrar e render graças a Deus, pelo passado e pelo presente, mas queremos também invocar a proteção divina para olharmos o futuro com esperança.
Que a realidade de sombras e incertezas que pairam sobre o nosso país não tire o sonho dos nossos jovens em relação ao amanhã, nem o sono dos pais e mães que sofrem com a realidade do desemprego, nem jogue em estado de abandono as crianças e os idosos pela falta de cuidado com a vida.
Na primeira semana de outubro, celebramos a Semana Nacional pela Vida. A vida é um dom precioso e breve concedido por Deus que muitas vezes o homem não sabe valorizar. Ela precisa ser acolhida, cuidada e valorizada como um tesouro que temos no presente, mas que à luz da fé em Cristo Jesus, podemos sonhar e esperar de vivê-la de forma gloriosa na eternidade. Por isso, é importante trabalharmos juntos para criarmos uma consciência coletiva, que promova a paz e valorize a vida em toda a sua realidade.
Não podemos ceder ao pragmatismo de defender que a vida só merece ser protegida quando a pessoa pode contribuir economicamente com a sociedade. Esta cultura do descarte, que já causou tantos males à sociedade, no passado e no presente, não é de Deus, o autor da vida. O cristão deve estar comprometido com os valores da vida, empenhando-se para que os mesmos sejam respeitados e protegidos na família e na comunidade. Quando abandonamos a defesa da vida, pactuamos de forma silenciosa com a cultura da morte, que ceifa, de forma violenta, perversa e maligna, a vida das nossas crianças, dos nossos jovens, dos adultos e idosos indefesos, e fere no coração a vida das nossas famílias. Vamos juntos proteger a vida humana e a vida da casa comum.