Papa: caminho da violência e do ódio não resolve problemas da humanidade

Publicado em 15/11/2015 | Categoria: Notícias Papa Francisco |


Desejo expressar minha profunda dor pelos ataques terroristas que na noite de sexta-feira ensanguentaram a França, causando numerosas vítimas.”

No Angelus deste domingo, ao meio-dia, o Papa Francisco expressou seu profundo pesar pelos atentados em Paris, externando seus sentimentos ao presidente da República Francesa e a todos os cidadãos, manifestando proximidade particular aos familiares daqueles que perderam a vida e aos feridos.

“Diante de tais atos, não se pode deixar de condenar a inqualificável afronta à dignidade da pessoa humana. Quero reafirmar com veemência que o caminho da violência e do ódio não resolve os problemas da humanidade e que utilizar o nome de Deus para justificar esse caminho é uma blasfêmia!”

Francisco convidou todos a se unirem a sua oração, confiando as vítimas indefesas dessa tragédia à misericórdia de Deus. “A Virgem Maria, Mãe de misericórdia, suscite nos corações de todos pensamentos de sabedoria e propósitos de paz”, acrescentou.

Após pedir a proteção a Nossa Senhora para a querida nação francesa, a Europa e o mundo inteiro, rezou em silêncio com os presentes na Praça São Pedro, e depois uma Ave-Maria.

Ainda nas saudações, o Pontífice lembrou que este sábado, na cidade mineira de Três Pontas, Pe. Francisco de Paula Victor (sacerdote diocesano que viveu de 1827 a 1905) foi proclamado Beato. De origem africana, era filho de uma escrava.

“Pároco generoso e zeloso na catequese e na administração dos sacramentos, distinguiu-se sobretudo por sua grande humildade. Possa seu extraordinário testemunho servir de modelo para muitos sacerdotes, chamados a ser humildes servidores do povo de Deus.”

Na alocução que precedeu a oração mariana, o Santo Padre ressaltou que o Evangelho deste penúltimo domingo do ano litúrgico propõe uma parte do discurso de Jesus sobre os eventos últimos da história humana, voltada para o cumprimento do reino de Deus. “Trata-se de um discurso que Jesus fez em Jerusalém antes de sua última Páscoa”, observou o Papa.

Francisco frisou que este discurso de Jesus contém alguns elementos apocalípticos, como guerras, penúrias, catástrofes cósmicas, todavia, estes elementos não são a coisa essencial da mensagem.

“O núcleo central em torno do qual gira o discurso de Jesus é Ele mesmo, o mistério da sua pessoa e da sua morte e ressurreição, e o seu retorno no fim dos tempos. A nossa meta final é o encontro com o Senhor ressuscitado”, lembrou Francisco prosseguindo com uma interpelação:

“Gostaria de perguntar-lhes: quantos de vocês pensam nisso? Haverá um dia em que eu encontrarei o Senhor face a face. Esta é a nossa meta: esse encontro. Não esperamos um tempo ou um lugar, mas caminhamos ao encontro de uma pessoa: Jesus.”

Portanto, explicou, “o problema não é ‘quando’ acontecerão esses sinais premonitórios dos últimos tempos, mas o fazer-se encontrar preparados para o encontro. E não se trata nem mesmo de saber ‘como’ se darão essas coisas, mas ‘como’ devemos comportar-nos, hoje, à espera desse encontro”.

Somos chamados a viver o presente, construindo o nosso futuro com serenidade e confiança em Deus. A perspectiva do fim não distrai a nossa atenção da vida presente, mas nos faz olhar para nossos dias numa ótica de esperança.

“É aquela virtude tão difícil de ser vivida: a esperança, a menor das virtudes, mas a mais forte. E a nossa esperança tem um rosto: o rosto do Senhor ressuscitado”, acrescentou o Papa.

Francisco observou ainda que o Senhor Jesus não é somente o ponto de chegada da peregrinação terrena, mas é uma presença constante na nossa vida: “sempre está ao nosso lado, sempre nos acompanha; por isso, quando fala do futuro, e nos projeta rumo a ele, é sempre para reconduzir-nos ao presente.

“Ele se coloca contra os falsos profetas, contra os videntes que preveem próximo o fim do mundo, e contra o fatalismo. Jesus está ao nosso lado, caminha conosco, nos quer bem”, reiterou.

Cristo quer subtrair seus discípulos de todos os tempos da curiosidade pelas datas, as previsões, os horóscopos, e concentra a nossa atenção no hoje da história, prosseguiu.

“Gostaria de perguntar-lhes – mas não devem responder, cada um responda a si mesmo –: quantos de vocês leem o horóscopo do dia? Calado! Cada um responda a si mesmo. E quando lhe der vontade de ler o horóscopo, olhe para Jesus, que está com você. É melhor, lhe fará bem.”

Essa presença de Jesus – concluiu o Pontífice – nos chama à espera e à vigilância, que excluem tanto a impaciência quanto a apatia, tanto o agir precipitadamente quanto o permanecer prisioneiros no tempo atual e na mundanidade.”

Por fim, Francisco pediu que não se esquecessem de rezar por ele e desejou um bom domingo a todos. (RL)

Telegrama de pesar do Papa pelos ataques terroristas em Paris

O Santo Padre enviou um telegrama, através do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, ao Cardeal-arcebispo de Paris, Dom André Vingt-Trois, por ocasião dos ataques terroristas na capital francesa.

Ao ser informado dos horríveis ataques terroristas que ocorreram em Paris e no Estádio de France, causando a morte de numerosas pessoas e o ferimento de muitas outras, o Papa se associa às orações em sufrágio das famílias, provadas por este drama, como à dor do povo francês.

Em seu telegrama, o Papa Francisco invoca também a misericórdia de Deus Pai para que acolha as vítimas na paz da sua luz e proporcione conforto e esperança aos feridos e suas famílias. Desta forma, ele assegura sua proximidade espiritual a todas as pessoas que participaram das operações de socorro.

Mais uma vez, o Santo Padre condena com vigor a violência, que nada resolve, pedindo a Deus que inspire em todos sentimentos de paz e solidariedade. Por fim, concede a sua paternal Bênção Apostólica às famílias provadas e a todos os franceses. (MT)

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Pesar e profunda dor do Papa Francisco pelos atentados em Paris

O Papa Francisco recebeu com pesar e profunda dor as notícias sobre os ataques terroristas em Paris que causaram ao menos 120 mortes. No Vaticano – afirma o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi – estamos acompanhando com consternação essas terríveis notícias:

“Estamos estarrecidos por esta nova manifestação de louca violência terrorista e de ódio, que condenamos no modo mais radical junto ao Papa e a todas as pessoas que amam a paz. Rezamos pelas vítimas e pelos feridos e por todo o povo francês. Trata-se de um ataque à paz de toda a humanidade, que requer uma reação decidida e solidária da parte de todos nós para contrastar o expandir-se do ódio homicida em todas as suas formas.” (RL)

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Fonte: Rádio Vaticano



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