Papa: a Igreja não seja apegada ao poder mas à Palavra de Jesus
Na Missa em Santa Marta o Papa Francisco exortou os cristãos a não serem apegados ao dinheiro ao poder. O Santo Padre recordou que Jesus expulsou do templo os vendedores.
Na sua homilia o Papa Francisco partiu da leitura do Livro dos Macabeus que narra a alegria do povo pela reconsagração do Templo profanado pelos pagãos e pelo espírito mundano. O povo festejava porque tinha reencontrado a sua “própria identidade” – disse o Papa – que é algo que a mundanidade não sabe fazer. Pode fazer um pouco de barulho, divertir-se, mas não com aquela alegria que vem da fidelidade à Aliança com Deus.
Entretanto, no Evangelho do dia, S. Lucas narra-nos o episódio em que Jesus expulsa os vendedores do Templo. A este propósito o Papa afirmou que o Templo estava sujo porque era um covil de ladrões:
“Sempre há na Igreja a tentação da corrupção. É quando a Igreja, em vez de ser apegada à fidelidade ao Senhor Jesus, ao Senhor da paz, da alegria, da salvação, quando em vez de fazer isto, é apegada ao dinheiro e ao poder. Isso acontece aqui, neste Evangelho. Estes são os chefes dos sacerdotes, estes escribas eram apegados ao dinheiro, ao poder e esqueceram o espírito. E para se justificarem e dizer que eram justos, que eram bons, trocaram o espírito de liberdade do Senhor pela rigidez. E Jesus, no capítulo 23 de Mateus, fala desta rigidez.”
“Jesus não expulsava do Templo os sacerdotes e os escribas” – explicou o Papa – mas sim os vendedores, aqueles que faziam negócios. Mas uns estavam ligados aos outros pois eram pagas ‘comissões’ por tal comércio no Templo. Os sacerdotes e os escribas estavam apegados ao dinheiro e ao poder e por isso tentavam matar Jesus – frisou o Santo Padre – pois a força de Jesus era a sua palavra, o seu testemunho, o seu amor.
Na conclusão da sua homilia o Papa Francisco afirmou que onde está Jesus, não há lugar para a mundanidade, não há lugar para a corrupção! “Não é possível servir a Deus e ao dinheiro; servir a Deus e ao poder”.
(RS)
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Papa: sacerdotes são pais e irmãos e não funcionários
No final da manhã desta sexta-feira dia 20 de novembro o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala Régia os participantes do encontro promovido pela Congregação para o Clero, nos 50 anos do documentos conciliares Optatam Totius e Presbyterorum Ordinis dedicados à formação e ministérios dos sacerdotes.
O tema deste encontro é: “Uma vocação, uma formação, uma missão. O caminho discipular do presbítero”. No discurso que proferiu o Santo Padre pediu aos sacerdotes para viverem no meio do povo não como profissionais da pastoral e da evangelização mas como pais e irmãos.
O Papa Francisco considerou os decretos conciliares sobre a formação dos sacerdotes como sendo um semente que “o Concílio lançou no campo da vida da Igreja”. A semente da formação inicial e permanente dos sacerdotes.
O Papa recordou que Bento XVI com o Motu Próprio Ministrorum Institutio deu uma forma concreta jurídica à realidade da formação, atribuindo à Congregação para o Clero também uma competência sobre os seminários. “E o caminho de santidade de um padre começa no seminário” – afirmou o Santo Padre.
Precisamente, sobre a vocação sacerdotal o Papa Francisco considerou fundamental o papel da família e sublinhou a dimensão essencial do povo na vida de um padre. Porque este foi “escolhido de entre os homens” para o serviço “em favor dos homens” e para “estar no meio dos homens”, no meio do povo – salientou o Santo Padre.
Os sacerdotes são anunciadores da alegria do Evangelho, que não perdendo as suas próprias raízes e a cultura do povo onde nasceram – disse o Papa – não devem ser “profissionais da pastoral e da evangelização”, que trabalham como se desenvolvessem uma profissão:
“Faz-se padre para estar no meio da gente. O bem que os padres possam fazer nasce sobretudo da sua proximidade e de um terno amor pelas pessoas. Não são filantropos ou funcionários, mas padres e irmãos.”
O Papa Francisco concluiu a sua alocução convidando cada um dos sacerdotes a um exame de consciência com uma simples pergunta: “se o Senhor voltasse hoje, onde me encontraria?” (RS)
Fonte: Rádio Vaticano