“Jesus não é um mago, é a ternura encarnada”
O Papa Francisco presidiu na manhã deste domingo (05/06) à Santa Missa com as canonizações de Estanislau de Jesus Maria (polonês) e Maria Isabel Hesselblad (sueca).
Com a participação de milhares de fiéis na Praça S. Pedro, em sua homilia o Pontífice entrelaçou a vida dos dois novos santos com as leituras do dia.
A primeira leitura e o Evangelho deste domingo apresentam, precisamente, dois sinais prodigiosos de ressurreição: o primeiro realizado pelo profeta Elias; o segundo, por Jesus. Nos dois casos, os mortos são filhos ainda muito novos de mulheres viúvas, os quais são devolvidos, vivos, às respectivas mães.
Elias diz à viúva: «Dê-me o seu filho». Esta é uma palavra-chave, explicou o Papa, pois expressa a atitude de Deus face à nossa morte (em todas as suas formas). Ele não diz: «Fique com ela, vire-se!»; mas: «Dê-me a Mim».
Veja o vídeo com a íntegra da homilia do Papa Francisco
Jesus não é um mago
Já no Evangelho, a ternura de Deus revela-se plenamente em Jesus. Ao ressuscitar o filho da viúva no cortejo fúnebre, Jesus pede para Si mesmo a nossa morte, para nos libertar e nos devolver à vida. “Ele não é um mago!, disse Francisco. É a ternura de Deus encarnada; Nele, atua a imensa compaixão do Pai.”
Cristo, acrescentou o Papa, faz o mesmo com os pecadores: um a um, Jesus não cessa de fazer resplandecer a vitória da graça que dá a vida. Ele diz à Mãe-Igreja: “Dê-me os seus filhos”, que somos todos nós. Toma sobre Si os nossos pecados e nos devolve vivos à própria Igreja. “E isto acontece de maneira especial durante este Ano Santo da Misericórdia”, ressaltou o Pontífice, que prosseguiu:
Deus vence o sofrimento e a morte
“A Palavra de Deus que ouvimos nos conduz para o acontecimento central da fé: a vitória de Deus sobre o sofrimento e a morte. É uma Palavra que nos chama a permanecer intimamente unidos à paixão de Jesus, para que se manifeste em nós o poder da sua ressurreição.”
Esta foi também a experiência de Estanislau de Jesus Maria e de Maria Isabel Hesselblad, que hoje são proclamados Santos: permaneceram intimamente unidos à paixão de Jesus e, neles, manifestou-se o poder da sua ressurreição.
Clique aqui para conhecer a biografia dos dois novos santos.
Angelus
Ao final da celebração, antes de rezar com os fiéis a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco agradeceu a presença das delegações oficiais da Polônia (guiada pelo Presidente da República),e da Suécia, que vieram ao Vaticano para as canonizações. O Pontífice pediu a intercessão de Maria para que guie todos os fiéis no caminho da santidade e os ampare na construção, dia após dia, da justiça e da paz.
(BF)
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Encontro de juristas sobre tráfico humano: Declaração final
A Pontifícia Academia das Ciências Sociais publicou a declaração final do encontro realizado nos dias 3 e 4 de junho, no Vaticano, que reuniu juízes e procuradores sobre a temática do tráfico humano. O evento contou a participação do Papa Francisco.
A declaração consta de 10 objetivos e faz referência ao magistério do Papa Francisco e aos encontros similares realizados com os líderes das principais religiões e com os prefeitos das mais importantes cidades do mundo.
O texto reitera que a escravidão moderna, o tráfico de pessoas, o trabalho forçado, a prostituição e o tráfico de órgãos humanos são crimes contra a comunidade e devem ser reconhecidos como tal. Do mesmo modo, o crime organizado, que visa direta ou indiretamente a expandir a escravidão moderna também deve ser considerado um delito de lesa humanidade e reconhecido como tal. Os signatários afirmam que “a aplicação efetiva do direito penal é uma condição necessária” para erradicar esses males.
Entre os objetivos, estão a promoção em cada Estado do incremento dos recursos e da colaboração
judicial e policial nacional e internacional, o encaminhamento dos bens sequestrados aos traficantes em prol da reabilitação e compensação das vítimas e a sanção dos clientes que pagam por serviços sexuais das vítimas do tráfico. Os juízes e procuradores se empenham ainda em não confundir as vítimas do tráfico com imigrantes irregulares e proporcionar um apoio adequado às mesmas.
A missão faz a Igreja, recorda Papa aos Diretores Nacionais das POM
O último compromisso do Papa Francisco na manhã de sábado (04/06) foi a audiência aos cerca de 170 participantes da Assembleia Anual das Pontifícias Obras Missionárias, em andamento em Roma desde a última segunda-feira (30/05).
De modo especial, o Pontífice falou de uma das quatro Obras, a Pontifícia União Missionária, que este ano completa 100 anos de fundação por iniciativa do bem-aventurado Paolo Manna.
Francisco recordou que o bem-aventurado italiano compreendeu muito bem, na época, que formar e educar ao mistério da Igreja e à sua intrínseca vocação missionária é uma finalidade que diz respeito a todo o povo de Deus. “Formar bispos e sacerdotes à missão, ressaltou o Papa, não significava reduzir a Pontifícia União Missionária a uma realidade simplesmente clerical, mas apoiar a hierarquia no seu serviço à missionariedade da Igreja, que é de todos.”
A missão faz a Igreja, prosseguiu Francisco, reconhecendo que embora a arrecadação e distribuição de ajudas econômicas seja importante, o trabalho dos Diretores Nacionais não pode se limitar a este aspecto. “É necessária a mística. Devemos crescer em paixão evangelizadora. Tenho medo – e confesso – que a obra de vocês permaneça muito na esfera da organização, mas sem paixão. Isso até uma ONG pode fazer, mas vocês não são uma ONG. A União sem paixão não serve: é necessária a mística dos santos e dos mártires. Ao invés, o centro de seu empenho deve ser a formação permanente à missão, auxiliando inclusive as Igrejas de antiga fundação a revigoraram sua fé.”
Por fim, o Santo Padre faz votos que o ardor missionário do beato Manna continue a arder para que a Pontifícia União Missionária possa se reformular.
POM do Brasil
Na audiência com o Papa Francisco participou o novo Diretor das Pontifícias Obras Missionárias do Brasil, Pe. Mauricio da Silva Jardim, que está para assumir o seu cargo. Enquanto isso, da Assembleia participou também o antigo Diretor, Pe. Camilo Pauletti, que falou dos trabalhos deste encontro que se encerra este sábado em Roma e dos desafios da missão no Brasil:
Fonte: Rádio Vaticano