Papa chega a Armênia e encontra um país ferido que busca a paz
O Papa deu início esta sexta-feira (24/06) a sua visita de três dias à Armênia – a 14ª viagem internacional do seu Pontificado.
Francisco embarcou esta manhã do aeroporto internacional de Fiumicino e depois de quatro horas de voo e quase 3 mil quilômetros percorridos, chega à capital Yerevan às 14h49 (hora local)
Como é tradição, na véspera da viagem o Pontífice foi à Basílica de Santa Maria Maior para rezar diante da imagem de Nossa Senhora Salus Populi Romani pelo bom êxito da visita. As flores que o Papa depositou aos pés do altar tinham as cores da bandeira armênia (vermelho, laranja e azul).
Francisco visita a Armênia a convite do Patriarca e Catholicos de todos os Armênios, Karekin II, e das autoridades políticas e da Igreja Católica.
Programação
Após a cerimônia de boas-vindas, o Papa desloca-se para um momento de oração na Catedral Apostólica em Etchmiadzin, com saudações de Karekin II e Francisco.
Às 18 horas locais, está prevista a visita de cortesia do Papa Francisco ao Presidente da República, Serzh Sargsyan, no Palácio Presidencial, seguido pelo encontro com as autoridades civis e com o corpo diplomático, meia hora depois. Estes dois eventos serão transmitidos ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português.
O último compromisso do primeiro dia da viagem à Armênia será um encontro privado com Karekin II, no Palácio Apostólico.
Armênia e os Papas
Trata-se da segunda visita de um Papa ao país. S. João Paulo II esteve na Armênia em 2001. Ainda em 2016, Francisco regressa ao Cáucaso para visitar a Geórgia e o Azerbaijão, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro.
Como Arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio teve oportunidade de se reunir com a comunidade armênia na Argentina, a terceira maior da diáspora.
Primeiro país cristão
A Armênia é considerada “o primeiro país cristão”, pois o rei Tiridates III proclamou o Cristianismo como religião de Estado em 301, ainda antes do Império Romano, sob o impulso de São Gregório, o Iluminador.
O rito armênio é um dos mais antigos do Cristianismo do Oriente, com origens que remontam à época apostólica com Tadeus e Bartolomeu – considerados os Apóstolos do país.(bf)
Vídeo
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Armênia, um país ferido que busca a paz
O Papa Francisco já está na Armênia para a 14ª Viagem Apostólica Internacional de seu Pontificado. Após 4 horas de voo, às 14h49 (hora local) chegou a Yerevan onde teve lugar a cerimônia de boas-vindas no aeroporto e, imediatamente, os primeiros encontros.
Uma viagem apostólica cheia de significados, primeira etapa da visita ao Cáucaso, que será concluída em setembro próximo com a Geórgia e o Azerbaijão. O Papa Francisco visita a Armênia 15 anos depois da viagem de João Paulo II. Será um novo abraço com o país que por primeiro, em 301 dC, no ápice da missão evangelizadora de São Gregório, o Iluminador, proclamou o Cristianismo como religião de Estado: bem 79 anos antes do Edito de Teodósio, com o qual o Império Romano tornou oficial a fé em Cristo, depois de tê-la admitida em 313 com o Edito de Milão.
Diálogo
Será um diálogo profundo, o do Papa Francisco, com um país ferido que busca a paz. Após o longo período em que foi incorporada à União Soviética – o russo é a segunda língua mais falada no país – a Armênia ainda enfrenta hoje o conflito territorial com o Azerbaijão. No cerne da questão, a região de Nagorno-Karabakh, um enclave de maioria armênia em território Azerbaijão.
Mas, acima de tudo, a ferida mais profunda remonta a 1915, quando um milhão e meio de armênios, sobretudo cristãos, foram horrivelmente massacrados pela mão do exército otomano – um episódio que divide Armênia e Turquia. Ancara não aceita o termo “genocídio” para definir aquele massacre.
O Papa se reunirá com autoridades civis e religiosas, com os Patriarcas armênio-Apostólico e armênio-Católico. Significativa a visita ao Memorial de Tzitzernakaberde, que recorda precisamente o massacre armênio; a visita a um orfanato em Gyumri, no âmbito das obras de misericórdia que o Papa faz neste Jubileu extraordinário; em seguida, o encontro ecumênico e a oração pela paz.
Finalmente, a visita ao Mosteiro de Khor Virap, na fronteira com a Turquia, onde o Pontífice irá liberar duas pombas, símbolo da paz, em direção do Monte Ararat, onde, segundo a tradição bíblica, encalhou a Arca de Noé no final do Dilúvio Universal. Francisco retorna ao Vaticano no próximo domingo à noite.
(SP)
Fonte: Rádio Vaticano