Vocação, qual é a sua?

Publicado em 12/08/2016 | Categoria: Notícias |


chamado

Todos somos chamados, só precisamos ficar atentos para não deixar a

Graça do Servir  passar

 

 

Neste mês que celebramos as vocações, vamos publicar textos e depoimentos das mais variadas vocações.

 

Hoje o depoimento é da catequista Marisa Lisboa

 

No espaço de comentários, no final do post, você poderá deixar o seu depoimento sobre como foi chamado por Deus , seja na vocação religiosa ou leiga, dentro e fora da Igreja.

 


Estamos esperando o seu depoimento. 

 

 

 

 

 

 

marisa

Depoimento de Marisa Lisboa

Catequista

 

 

Vocações

 

     Iniciamos o nosso caminho de cristão, quando recebemos o sacramento do Batismo, e é assim, que começamos a participar, em igualdade de condições, da comunidade de irmãos que vivem para anunciar e testemunhar a Salvação trazida por Jesus Cristo a todos.

      Não existe distinção de privilégios, entre nós, cristãos católicos. Existe sim, igualdade. O que nos difere são os ministérios que abraçamos, de acordo com as nossas vocações, isto é, ouvindo ao chamado que Deus nos faz, e é muito importante ressaltar: que ninguém está descartado.

      Como catequista, fui chamada a missão de evangelizar. Uma missão de vida e de Palavra.

      O catequista não é aquele que transmite regras e doutrinas. O catequista é aquele que atrai as pessoas ao seguimento de Jesus, para que possam experimentar o verdadeiro Amor, o Amor de Deus.

     O catequista não nasce pronto. Assim como todos, somos pessoas em processo de crescimento e aprendizagem permanente. Não basta boa vontade para ser um catequista. É preciso formação; é preciso atualização; é preciso ser uma pessoa que goste de se comunicar; que goste de cultivar amizades; que testemunhe Jesus em sua vida.

    Ser catequista é conhecer a alegria de transmitir um tesouro, não só as crianças, mas a todos que desconhecem a mensagem de uma vida de Amor.

    Um convite gostaria de fazer: reflita, reze sobre sua vocação e tenho a absoluta certeza, que assim como eu, você também é uma pessoa vocacionada a ser um catequista.

 

 

 

fernando

 

  Depoimento de Fernando Cyrino

  Vocação Laical ao seguimento de Jesus

 

            Todos somos chamados ao seguimento de Jesus. Está e a nossa vocação primeira. Leigos, consagrados, religiosos e clero temos todos o mesmo chamado: “Vem e segue-me”, foi o que disse Jesus de Nazaré. Este é o primeiro ponto que gostaria de ressaltar sobre a vocação. É que muitas vezes a forma como nos vemos – reparo que leigo não deixa de ser uma palavra horrível. Afinal ninguém contrataria um leigo para construir sua casa e muito menos para cuidar da sua saúde – em certo sentido inferiores em relação aos religiosos e ao clero, faz supor que a vocação dos padres, bispos e religiosos é maior, ou mesmo melhor do que a nossa. 

“No novo século o cristão, ou será um místico, ou não será nada”. Estas palavras, de grande profetismo, foram proferidas pelo teólogo Karl Rahner, logo após o Concílio Vaticano II. Note-se que ele não diz padre e leigo, ele fala no cristão e o que temos em comum, todos nós vocacionados ao seguimento, é o Batismo. Uma década e meia já foi embora no novo século e a gente precisa refletir sobre isto. Sobre o quão fundamental é o nosso chamado laical dentro da Igreja. 
Fazer esta reflexão é se assumir mais profundamente dentro do chamado que Jesus nos faz. Valorizar mais a vocação laical é não ficar de braços cruzados esperando que os nossos líderes nos digam o que fazer. Em muitas coisas eles não saberão nos dizer como agir, eis que (desculpem-me o trocadilho) são leigos nessa questão de serem como nós. Temos chamados diferentes, vocações distintas, missões que se não forem realizadas deixarão feios buracos no tecido da Igreja. Nossos chamados sem dúvida que são distintos. Por isto devem ser vistos no mesmo sentido dos carismas nas cartas paulinas. São complementares, enriquecendo-se mutuamente e fazendo-nos crescer no seguimento do Senhor.   

 

 

 

 henrique

 Depoimento do Clérigo Henrique Fortes de Almeida Francioni Gama

 Pequena obra da Divina Providência

 

 

   Vocação: chamado de Deus e resposta dada por cada um de forma íntima e pessoal. Somos chamados, todos sem distinção a responder nossa primeira vocação de cristãos a partir de nosso batismo. Ao desenvolver e caminhar da vida discernimos nossas escolhas, preferências, sonhos e vocação de acordo com o que nos foi apresentado na Família, na escola, na sociedade. De grande importância é a Família, apoio, base, segurança e sustentação para tomadas de decisão . Com isso entro em minha vocação: fui chamado por Deus e pude responder SIM, eis me aqui, pois tive bases sólidas de liberdade, crescimento de fé e apoio familiar em minhas escolhas. A felicidade do jovem não compete a família decidir qual será e sim compete a família dar apoio e ajuda para o discernimento do chamado seja para o matrimônio, sacerdócio, religioso ou leigo consagrado. Dar caminhos que sejam sustento para futuras decisões. E para que a família possa ser esse apoio e presença na vida do jovem deve se viver o dialogo, a harmonia e abertura tanto dos pais quanto dos jovens para acolher o novo, o diferente e os desígnios de Deus que muitas vezes não são os mesmos desígnios e desejos nossos.  Que neste mês vocacional rezemos pelas famílias  pois é a partir delas, Igrejas Domésticas, que surgem maduras e seguras vocações para a nossa Igreja que tanto precisa de operários como para o mundo que tanto precisa de pessoas conscientes e desejosas de transformação social, onde a justiça e a verdade sejam vividas de forma coerente.  Assim seja!

 

 

 

A Vida é a Nossa Primeira Vocação

 

 

vida

Se eu não existisse

Se eu não existisse, ninguém perceberia minha ausência. Mas, uma vez que existo, que nasci sem merecimento meu, cabe-me a responsabilidade de administrar bem esse dom que recebi gratuitamente. A vida é um dom, e com tal deve ser respeitada desde o seu início, no ventre materno, até o seu último instante.
Antes de eu existir, Deus me conhecia e amava; por isso me chamou à vida. “Sim! Pois tu me formaste, tu me teceste no seio materno. Conhecias até o fundo do meu ser: meus ossos não te foram escondidos quando eu era formado em segredo. Teus olhos viam o meu embrião. Deus meu, tu me sondas e de longe penetras os meus pensamentos, meus caminhos todos são familiares a ti. Conheces minhas preocupações! Conduze-me pelo caminho eterno. Sou criação tua.” (cf. Salmo 139).
Eu não sou uma existência lançada ao absurdo. E Deus não cria em série. Cada um de nós é único diante dele. Ele é o artista que coloca na obra de suas mãos a mente e o coração.
O chamado à existência é uma eleição de amor. O centro, o ponto de referência do meu existir, é Deus, meu criador.
O amor de Deus dotou o ser humano de inteligência que é um reflexo da própria luz eterna e com a qual podemos ler no livro da criação as perfeições invisíveis de Deus (Rm 1,20). Dotou-nos de vontade livre que nos permite conquistar a nós mesmos, amar-nos uns aos outros e cuidar de toda a sua obra, a saber, os seres vivos e a matéria inerte, responsabilizando-nos pela conservação do meio ambiente pelo Qual Deus visa o nosso bem-estar e a preservação de todo o tipo de vida: animal ou vegetal.
Deus não nos criou para a solidão, mas como membros da comunidade humana, daí o nosso dever de solidariedade para com todos, especialmente para com os mais pobres, doentes, injustiçados e os que perderam o sentido da vida. Todos são a menina dos olhos de Deus. Cada pessoa está, pois, envolvida e preenchida pelo amor de Deus que nos convida ao banquete da vida.

Vocação cristã

“Em qualquer época e em qualquer povo é aceito por Deus todo aquele que o teme e pratica a justiça. Aprouve contudo a Deus santificar e salvar os homens não singularmente, sem nenhuma conexão uns com os outros, mas constituí-los num povo, que o conhecesse na verdade e santamente o servisse ( LG 9 )”. Este povo é chamado Igreja de Jesus Cristo. Ele nos revelou que Deus é Amigo, que Deus é Pai que nos ama com ternura. É a mensagem fundamental do Evangelho. E Deus tem um plano de amor sobre mim e sobre cada ser humano. Esse plano não é uma idéia ou um projeto, nem um programa de realizações. O plano de Deus é uma Pessoa: CRISTO. “Deus e Pai nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo (Ef 1,5). E isso não em consideração a nossas obras, mas por livre determinação de sua vontade e benevolência (2Tm 1,9)”.
Meu chamado à vida recebe um sentido verdadeiro nessa segunda vocação em Cristo e na Igreja: a Vocação Cristã. Pelo batismo somos filhos por adoção. Com Jesus e em Jesus podemos chamar a Deus Abba, Pai! (Rm 8,15), Pai Nosso! O batismo nos faz membros de Cristo, morada da Santíssima Trindade e Templos do Espírito Santo.
Vocação cristã quer dizer configuração com Cristo ressuscitado e participação de sua mesma vida.
Vocação é chamado. Todos os que aceitam o convite de Jesus formam comunidade. Reúnem-se para a escuta da palavra de Deus, para a comunhão eucarística, para o serviço fraterno, para o socorro dos pobres, doentes e desamparados.

Vocação universal à santidade

Toda pessoa tem uma vocação, isto é, um chamado de Deus para se realizar e ser feliz Assim é que, por diferentes caminhos, ou diferentes estados de vida (casado, solteiro, consagrado ou sacerdote), todos são chamados por Deus à santidade e à plenitude da caridade. Vocação, por parte de Deus, é um mistério de chamamento e de eleição, e da parte da pessoa humana é um mistério de resposta e de seguimento de Jesus. Vocação não é uma escolha que se faz, como se escolhe uma profissão. Na vocação, Deus toma a iniciativa, sem contudo tirar a liberdade humana de responder de modo positivo ou negativo. É seu Filho, Jesus quem formula o convite a toda pessoa que se presta a escutá-lo: “Segue-me“.

Vocações específicas

Para quem dá ouvidos a sua voz, o Senhor o convida a uma vocação específica:

a) Vida Religiosa Consagrada – Refere-se a certos cristãos que vivem uma forma especial de seguimento de Jesus Cristo. Vivem em comunidade. Cultivam a oração. Meditam a Palavra de Deus, e participam na missão evangelizadora da Igreja com especial atenção aos que foram os preferidos de Jesus: pobres, pequenos, enfermos… Os que abraçam essa forma de vida, não se casam, vivem pobremente, e obedecem a regras e constituições próprias do Instituto a que pertencem.

b) Vocação Sacerdotal – O Sacerdote ou Padre ou Presbítero é escolhido e ungido para ser pastor do rebanho de Cristo, a exemplo do Bom Pastor (Jo 10). Sinal da unidade eclesial participa intimamente da missão de Cristo que é animar a comunidade, anunciar a Palavra de Deus, celebrar a Eucaristia e a reconciliação, administrar todos os demais sacramentos e organizar os serviços da comunidade: catequese, liturgia, pastoral da saúde, pastorais sociais, etc.
Para ser sacerdote é preciso sentir-se chamado por Deus e aceito pela Igreja. Trata-se de uma vocação muito especial que deve ser percebida de modo claro e cultivada carinhosamente, além de exigir a Ordenação Presbiteral, que é um dos sacramentos da Igreja. A exemplo de Cristo, os sacerdotes assumem a castidade, obediência e pobreza, buscando o desapego dos bens deste mundo, o amor gratuito e sem exclusividade e a libertação de ambições de poder e domínio.

c) Vocação Matrimonial Para quem tem fé o matrimônio também é vocação: um chamado de Deus ao dom de si no amor recíproco e aberto à vida. Quem não tem fé, não tem como sentir-se chamado – pois desconhece o interlocutor divino que o chama – nem tem a quem responder. O casal humano tem a vocação de formar uma comunhão de vida no amor, seja para amparo mútuo, seja para a sobrevivência da espécie humana.

d) Vocação do Leigo cristão – É todo homem ou mulher que por ser cristão engajado no mundo do trabalho e na sociedade atua aí como agente transformador. O leigo cristão comprometido com o Evangelho atua em todos os setores da sociedade. Essa tarefa lhe é própria, ninguém pode ocupar seu lugar, nem substituí-lo nessa evangelização.

Conclusão

Vamos juntos caminhar porque Deus nos escolheu, Cristo nos chamou, o Espírito de amor nos enviou. Aquele que se entrega ao Senhor semeia a dignidade e a paz. Tem muito mais amor, ternura no olhar, coragem para lutar.

Autor: Irmã Marina Sátyro (FIC)



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