A Comissão para a Cultura e a Educação e a Comissão para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) iniciaram um grupo de trabalho conjunto para elaborar o Projeto Universidades e Amazônia. A ideia surgiu do reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira, que também é biólogo, e tem como objetivo mobilizar os reitores das universidades católicas para que se comprometam a desenvolver projetos de ensino, pesquisa e extensão envolvendo a realidade social e eclesial do bioma da Amazônia.
De acordo com o assessor do Setor Universidades da CNBB, padre Danilo Pinto dos Santos, algumas universidades católicas do país já trabalham a inclusão de conteúdos que abordam a temática da encíclica do papa Francisco “Laudato Si” na matriz curricular. “Agora a gente que dar outro passo, além de trabalhar o tema “Laudato Si”, suscitar um comprometimento com o bioma da Amazônia. A finalidade desta mobilização dos reitores é que tenhamos experiências concretas como a criação de cursos de extensões e programas acadêmicos”, destaca padre Danilo.
Padre Danilo cita como exemplo o que ocorre na Universidade Católica de Salvador, uma experiência que segundo ele envolve a universidade e o bioma da Mata Atlântica. “A universidade está presente dentro do parque ecológico de Pituaçú, em Salvador, e existem programas acadêmicos que tentam trabalhar, oferecer soluções às questões ambientais do bioma naquele perímetro. A ideia é oferecer encaminhamentos para as questões ambientais que já foram levantadas nos seminários sobre a “Laudato Si”, mas encaminhamentos por meio de ensino, pesquisa e extensão”, ressalta.
“As escolas devem sentir-se interpeladas. O conteúdo sobre a “Laudato Si“ e a 21ª Conferência do Clima (Cop 21) deveria ser um componente crucial”, destaca o presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, cardeal Cláudio Hummes.
O ponto de partida para que as universidades iniciem os estudos que envolvam as questões socioambientais do bioma Amazônia são as conclusões dos seminários sobre a “Laudato Si”, realizados em diversos lugares da região amazônica pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). “Importante parceiro deste projeto é a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil, que possui representantes no GT e tem nos ajudado na construção da reflexão. Com o auxílio da ANEC, faremos a sensibilização dos reitores das Instituições de Ensino Superior Católicas do País”, destaca a assessora da comissão para Amazônia, Ir. Maria Irene Lopes dos Santos. O primeiro encontro para formação do grupo de trabalho, que vai elaborar o projeto, ocorreu no dia 3 de março, no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília (DF).