A Voz do Pastor – Novembro
As celebrações litúrgicas de todos os Santos e dos fiéis defuntos oferecem-nos uma excelente oportunidade de reflexão sobre o real sentido da nossa vida neste mundo. Primeiramente, por nos recordarem que a Vontade Divina a nosso respeito é que busquemos, sem medo e sem fadigas, crescer em santidade diante de Deus e dos homens. Com força e com clareza, o Senhor nos convoca a sermos santos, perfeitos, como o Pai do Céu é Santo, é Perfeito! E São Paulo nos relembra em muitas de suas cartas que nossa vocação é a santidade…
Evidentemente, tudo isto nos ajuda a aprofundar a certeza do ponto de chegada deste processo de busca da santidade, que é justamente o encontro definitivo com o Pai, na face a face da Vida Eterna!
Mas há uma condição fundamental para a realização deste caminho: a experiência pessoal, direta, profunda da Pessoa de Jesus Cristo, pela fé!
Dirigindo-se aos jovens na Jornada Mundial da Juventude, em Madri, o Papa Bento XVI assim se expressou:
A fé não é fruto do esforço do homem, da razão, mas é um dom de Deus… Tem a sua origem na iniciativa de Deus, que nos desvenda a sua Intimidade e nos convida a participar da sua própria vida divina. A fé não se limita a proporcionar alguma informação sobre a identidade de Cristo, mas supõe uma relação pessoal com Ele, a adesão de toda a sua pessoa, com a sua inteligência, vontade e sentimentos, à manifestação que Deus faz de Si mesmo.
Esta preciosa explanação sobre a Fé, ainda que de modo conciso, traduz para nós todo o conteúdo da Ação Missionária e Evangelizadora da Igreja: proclamar a Fé em Jesus Cristo, levando muitas pessoas a se entregarem a Ele, na experiência marcante do seu Amor.
Gostaria de testemunhar o que escutei pessoalmente de vários jovens da nossa Arquidiocese que estiveram na Jornada Mundial da Juventude, em Madri, com o Santo Padre. Foram palavras que muito me comoveram e me levaram a louvar o Senhor. Uma jovem assim falou: “Todo o cansaço de esperar o Papa das 8h às 20h, num clima de grande ansiedade, desapareceu completamente quando o carro em que ele vinha passou perto de nós e eu senti o olhar dele caindo sobre mim! Foi maravilhoso sentir seu olhar como o olhar do próprio Cristo para mim!
Outro jovem relatou sua experiência com a Via Sacra, com o clima de profunda contemplação em cada uma das Estações e se referindo-se à grande Vigília, atingida por um temporal bem forte, que molhou todo mundo: “Aquela chuva toda e o Papa não se retirou, ficou ali com a gente me deu uma garantia forte no coração: a Igreja não me abandona!”
Outra jovem comentou: “A jornada foi um divisor de águas na minha vida…!” e um jovem assim se expressou: “Eu não estava bem na vida. E Deus me deu este presente de viver tudo isto lá na Jornada, eu vi que tenho que parar para escutar Deus. O contato com Deus ali tocou-me profundamente!”
Palavras sinceras, sem rodeios, de alguns destes jovens, revelam-nos o imenso amor do Senhor por todos nós que somos a sua Igreja, Igreja santa e pecadora… Cabe-nos levar à frente uma ação evangelizadora entusiasmada, que encoraje os cristãos a cada vez mais dizerem a Jesus: Eu sei que Tu és o Filho de Deus que deste tua vida por mim; Tu me conheces, me amas, quero colocar a minha vida inteira em tuas mãos, quero que sejas a força que me sustenta, a alegria que nunca me abandona!
A perspectiva da próxima Jornada Mundial, em 2013, no Rio de Janeiro, convoca-nos todos a nos lançarmos com ardor na sua preparação, com a grande disponibilidade da fé e a força de um apaixonado amor pelo Senhor Jesus!
Que não nos falte a assistência da Santíssima Virgem Maria, Mãe e Estrela da Evangelização.
+ Dom Frei Alano Maria Pena