Unidade de Crenças e Religiões
No dia 19 de janeiro, a CNBB publicou um Artigo intitulado RELIGIÕES PARA A PAZ, CONTRA A INTOLERÂNCIA E A DISCRIMINAÇÃO, se antecipando à data de 21 de janeiro, Dia Mundial da Religião e Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, de autoria do Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo de Campos (RJ), abaixo transcrito.
No dia 21 de janeiro comemoramos, simultaneamente, o Dia Mundial da Religião e o Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa. As duas intenções se entrelaçam, pois, celebrando e respeitando o verdadeiro sentido e finalidade da Religião (do latim religare, isto é, unir), estaremos superando e rejeitando suas caricaturas e versões falsas carregadas de fanatismo e ódio aos que professam outros credos.
A primeira iniciativa de comemorar uma data para reverenciar a Religião, e torná-la ponte de diálogo, entendimento e união da humanidade, foi aprovada pelos seguidores da Fé Bahá’í, na sua Assembléia Espiritual de 1949, sendo assumida pela ONU, e inspiradora da Declaração da mesma Instituição, da Declaração Mundial contra a Intolerância Religiosa e a Liberdade de Crença.
A segunda comemoração, que acontece a nível nacional, é mais recente, tem origem na Lei Federal nº 11635, de 27 de dezembro de 2007. Foi aprovada depois da morte da Ialorixá baiana Gildásia dos Santos e Santos, mais conhecida como Mãe Gilda, fundadora do terreiro de Candomblé Ilé Asé Abassá. Morreu de desgosto ao ter depredado e destruído seu templo religioso na Bahia.
Uma vítima mais, dos milhares que são perseguidas pelas chamadas teologias do domínio que, cegos por um fundamentalismo equivocado na leitura de seus textos sagrados, se arvoram do direito de expulsar, atacar e intimidar até com a morte, os que eles consideram inimigos do seu “Deus”. Professam uma falsa religião e pregam um Deus sanguinário que se compraz com a eliminação de quem ousa pensar ou acreditar num credo diferente.
Por isso, neste dia, não só elevaremos nossa prece ao Deus da Vida e da Paz, Pai de todos/as, Misericordioso e Compassivo, mas renovaremos com Ele nosso propósito e missão de ampliar o diálogo inter-religioso, unindo na oração, na partilha e convivência, nossas espiritualidades, testemunhando o sonho do Bom Deus, que é a felicidade e a salvação para os seus filhos e criaturas, fazendo de toda a Terra um Templo de amor, cuidado e ternura, onde habitaremos juntos em harmonia, respeito e dignidade, honrando e amando a Deus a partir de nossos corações, tradições e caminhos religiosos. Deus seja louvado!