A cultura do encontro, Coração fixo no Espírito Santo e resolvendo os conflitos
Promover cultura do encontro, do diálogo e da paz: Papa aos Bispos do México
“As múltiplas violências que afligem a sociedade mexicana… constituem um renovado apelo a promover o espírito de concórdia, através da cultura do encontro, do diálogo e da paz”: advertiu o Papa Francisco, no texto preparado para os 110 membros da Conferência Episcopal do México, recebidos nesta segunda-feira, ao fim da manhã, na conclusão da visita “ad limina Apostolorum”.
Agradecendo a saudação que lhe dirigiu, em nome de todos, o cardeal José Robles, arcebispo de Guadalajara, presidente da Conferência Episcopal, o Santo Padre entregou-lhes o texto do seu discurso, em que recorda que as recentes celebrações dos 200 anos da independência do país e dos 100 anos da Revolução Mexicana constituem “ocasião propícia para unir esforços a favor da paz social e de uma convivência justa, livre e democrática”.
“A história do México – sublinhou o Papa – não pode entender-se sem os valores cristãos que sustentam o espírito do seu povo” e a que não é alheia Santa Maria de Guadalupe, Padroeira de toda a América, a qual, “com ternura de Mãe, tem contribuído para a reconciliação e libertação integral do povo mexicano, não com a espada e a força, mas sim com o amor e a fé”.
No seu discurso aos Bispos mexicanos, o Santo Padre sublinhou a missão imprescindível e característica dos leigos – de “transformar o mundo segundo Cristo”. Recebendo forças da Palavra de Deus, dos sacramentos e da oração, eles hão-de “viver a fé no coração da família, da escola, da empresa, do movimento popular, do sindicato, do partido e mesmo do governo, dando testemunho da alegria do Evangelho”.
Referindo “as dificuldades que surgem na transmissão generacional da fé cristã, o Papa mencionou “o potencial da piedade popular”, que é “o modo como a fé recebida se encarnou na cultura e assim continua a ser transmitida”. Não faltou uma menção especial da “família, célula básica da sociedade e primeiro centro de evangelização “, meio privilegiado para a transmissão da fé de pais a filhos.
Para além da audiência colectiva à Conferência Episcopal Mexicana, o Santo Padre recebeu, em audiências sucessivas, ao longo da manhã:
– o cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos;
– Sua Majestade Hamad bin Isa Al Khalifa, rei do Bahrein, com o séquito;
– o Primeiro-ministro da Polónia, Donald Turk, com a esposa e o séquito; e
– diversos Bispos mexicanos, em visita “ad limina Apostolorum”.
Esta tarde, pelas 17 horas, o Santo Padre preside, na Aula do Sínodo, no Vaticano, à abertura dos trabalhos da sexagésima sexta Assembleia geral da Conferência Episcopal Italiana, pronunciando o discurso inicial.
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Como é o nosso coração, fixo no Espírito Santo ou bailarino? – o Papa em Santa Marta
Como é o nosso coração, fixo no Espirito Santo ou bailarino? – esta a interrogação colocada pelo Papa Francisco na Missa em Santa Marta na manhã desta segunda-feira.
O Santo Padre desenvolveu a sua homilia sobre o binómio movimento/firmeza no coração dos cristãos. Tomando como estímulo da sua meditação a Primeira Leitura proposta pelos Atos dos Apóstolos, onde podemos admirar o empenho de evangelização de S. Paulo, o Papa Francisco refere a cura de um paralítico acontecida durante a pregação de Paulo e Barnabé na região da Licaónia. Aqueles que viram o milagre pensam que eles sejam os deuses Zeus e Hermes. E Paulo teve dificuldade em convencê-los de que eles eram humanos – sublinhou o Papa Francisco – que prosseguiu dizendo que estes eram os acontecimentos nos quais Paulo vivia. E perante a atitude de S. Paulo, o Santo Padre interrogou-se dizendo: “Onde tinha Paulo o coração, para ir de encontro às situações de maneira adequada? Segundo o Evangelho – afirmou o Papa – Jesus diz-nos que o Espírito Santo nos ensinará todas as coisas. O coração de Paulo, portanto, está fixo no Espírito Santo que nos dá força e firmeza para andar em frente na vida no meio de tantos acontecimentos:
“Com este exemplo, podemos perguntar: como é o meu coração? É um coração que parece um bailarino, que anda de um lado para a outro, que parece uma borboleta, que está sempre em movimento; é um coração que se assusta com os acontecimentos da vida e se esconde e tem medo de dar testemunho de Jesus Cristo; é um coração corajoso ou é um coração que tem tanto temor que tenta sempre esconder-se? De que cuida o nosso coração? Qual é o tesouro ao qual o nosso coração está ligado? É um coração fixo nas criaturas, nos problemas que todos temos? É um coração fixo nos deuses de todos os dias ou é um coração fixo no Espírito Santo?”
Segundo o Papa Francisco vai-nos fazer bem pensar que nós temos um belo dom, que nos deixou Jesus, este Espírito de fortaleza e de conselho, que nos ajuda a andar para a frente no meio de tantos acontecimentos da nossa vida. O Santo Padre concluiu a sua homilia propondo que todos nos interroguemos se o nosso coração está firme nas coisas da vida ou no Espírito Santo. (RS)
Nada de mexericos, invejas e ciúmes. Os problemas na Igreja resolvem-se confrontando-se, debatendo e rezando: Papa, domingo, na oração do Regina Coeli
Na vida, os conflitos existem, a questão é como enfrentá-los. E não se enfrentam fazendo de conta que não existem – palavras do Papa Francisco neste domingo, da janela do Palácio Apostólico, sobre a Praça de São Pedro, ao meio dia, por ocasião da oração “Maria, Rainha dos Céus”, Regina Coeli.
Partindo da leitura dos Actos dos Apóstolos da Missa deste domingo, o Papa chamou atenção para o facto de já na Igreja das origens existirem conflitos. E explicou que a unidade da comunidade cristã tinha sido favorecida pelo facto de os seus membros pertencerem a uma única etnia e cultura: a judaica. “Mas quando o cristianismo que, por vontade de Jesus, é destinado a todos os povos” se abriu à cultura grega, veio a faltar aquela homogeneidade inicial e começaram a surgir as primeiras dificuldades: descontentamentos, lamentações, acusações de favoritismo dos cristãos de origem hebraica…
Então os Apóstolos decidiram enfrentar a situação, convocando uma reunião alargada para discutirem juntamente com os discípulos a questão. Uma reunião pacata que o Papa definiu como um “belo confronto”, sublinhando que nela acabaram por dividir as tarefas. E acrescentou:
“Os Apóstolos fazem uma proposta que é aceite por todos: eles se dedicarão à oração e ao ministério da Palavra, enquanto que sete homens, os diáconos, ocupar-se-ão do serviço das cantinas para os pobres. Esses sete homens não são escolhidos porque são peritos em negócios, mas sim porque são homens honestos e de boa reputação, cheios de Espírito Santo e de sapiência; e são consagrados nesse serviço mediante a imposição das mãos por parte dos Apóstolos”.
Deste modo – prosseguiu o Papa – chegou-se a uma solução. E Francisco aproveitou para dizer que é “confrontando-se, debatendo e rezando que se resolvem os conflitos na Igreja, certos de que os mexericos, a inveja e os ciúmes não poderão nunca levar-nos à concórdia, à harmonia e à paz”.
Recordando que estava ali o Espírito Santo a coroar esse entendimento, o Papa disse que “isto nos faz compreender que quando deixamos ao Espírito Santo a orientação, Ele nos leva à harmonia, à unidade, ao respeito dos diversos dons e talentos”.
“Compreendestes bem? Nada de mexericos, nada de inveja, nada de ciúmes, compreendido”!
O Papa convidou todos a rezarem a Nossa Senhora “para que nos ajude a ser dóceis ao Espírito Santo, para que saibamos estimar-nos reciprocamente e convergir de forma cada vez mais profunda na fé e na caridade, mantendo o coração aberto às necessidade dos irmãos.”
Depois da oração do Regina Coeli, o Papa exprimiu a sua proximidade pessoal às vítimas das graves inundações em amplas zonas dos Balcãs, sobretudo na Sérvia e Bósnia, que estão a viver horas de angústia e tribulação. E rezou juntamente com os presentes uma Ave Maria para esses irmãos e irmãs a braços com tantas dificuldades.
O Papa Francisco não deixou de dar graças a Deus pela beatificação, ontem, em Iáçi, na Roménia, do bispo Anton Durcovici, mártir da fé. Pastor zeloso e corajoso – disse. Foi perseguido pelo regime comunista romeno e morreu na prisão, morreu de fome e sede, em 1951.
Por fim o Papa saudou os romanos e peregrinos, provenientes de várias partes da Itália, mas também do México, França, Austrália, e concluiu “encorajando as associação de voluntariados” presentes na Praça de São Pedro, neste dia que é dedicado aos doentes oncológicos. “Rezo por vós, para os doentes e as suas famílias. E vós rezais por mim” – pediu o Papa, despedindo-se de todos com um “arrividerci” (até nos vermos) e bom almoço.
Fonte: Rádio Vaticano
‘Os conflitos se resolvem debatendo e rezando’
Cidade do Vaticano, 18 mai (SIR) – O Papa abordou hoje, em sua reflexão antes da oração mariana do Regina Coeli, a primeira leitura da missa deste domingo, isto é a dos Atos dos Apóstolos que retratam as primeiras tensões na comunidade cristã de Jerusalém.
“Na vida, os conflitos existem, o problema é como se enfrenta”, destacou o Francisco. “Até aquele momento, a unidade dos cristãos era favorecida pela pertença a uma única etnia e cultura, aquela judaica. Mas quando o cristianismo, por vontade de Jesus entra em contato com todos os povos, estão começa a falhar esta homogeneidade e aparecem as primeiras dificuldades”.
Aparece o mal-estar, espalham-se fofocas, há boatos de favorecimento e de disparidade de trato… Diante disso os Apóstolos tomam as rédeas da situação: “convocam uma reunião ampla envolvendo também os discípulos, todos discutem juntos a situação. Os problemas, de fato, não se resolvem achando que não existem! É bonito ver este confronto aberto entre os pastores e os fiéis. Chega-se a uma partilha das tarefas. Os Apóstolos apresentam uma proposta que é aceita por todos: eles se dedicarão à oração e ao ministério da Palavra, enquanto os sete homens, os diáconos, cuidarão do serviço aos pobres. Estes sete homens não são escolhidos porque experientes nos negócios, mas porque são pessoas honestas e de boa reputação, cheios do Espírito Santo e sabedoria; e são constituídos em seu serviço pela imposição das mãos”, destacou o Santo Padre.
E virando a página, Francisco leu um texto escrito por ele mesmo: “Os problemas na Igreja – afirmou – se resolvem nos confrontando, debatendo e rezando, com a certeza que as fofocas, as invejas e os ciúmes nunca poderão nos levar à concórdia e à paz. Quando deixamos ao Espírito Santo a direção, Ele nos leva à harmonia. Nade de fofocas, nade de invejas e nada de ciúmes. Entenderão bem?” “A Virgem Maria – concluiu – nos ajude a sermos dóceis ao Espírito Santo, para que saibamos nos estimar reciprocamente e cnvergir cada vez mais profundamente na fé e na caridade, mantendo aberto o coração às necessidades dos irmãos”.’Os conflitos se resolvem debatendo e rezando’
Cidade do Vaticano, 18 mai (SIR) – O Papa abordou hoje, em sua reflexão antes da oração mariana do Regina Coeli, a primeira leitura da missa deste domingo, isto é a dos Atos dos Apóstolos que retratam as primeiras tensões na comunidade cristã de Jerusalém.
“Na vida, os conflitos existem, o problema é como se enfrenta”, destacou o Francisco. “Até aquele momento, a unidade dos cristãos era favorecida pela pertença a uma única etnia e cultura, aquela judaica. Mas quando o cristianismo, por vontade de Jesus entra em contato com todos os povos, estão começa a falhar esta homogeneidade e aparecem as primeiras dificuldades”.
Aparece o mal-estar, espalham-se fofocas, há boatos de favorecimento e de disparidade de trato… Diante disso os Apóstolos tomam as rédeas da situação: “convocam uma reunião ampla envolvendo também os discípulos, todos discutem juntos a situação. Os problemas, de fato, não se resolvem achando que não existem! É bonito ver este confronto aberto entre os pastores e os fiéis. Chega-se a uma partilha das tarefas. Os Apóstolos apresentam uma proposta que é aceita por todos: eles se dedicarão à oração e ao ministério da Palavra, enquanto os sete homens, os diáconos, cuidarão do serviço aos pobres. Estes sete homens não são escolhidos porque experientes nos negócios, mas porque são pessoas honestas e de boa reputação, cheios do Espírito Santo e sabedoria; e são constituídos em seu serviço pela imposição das mãos”, destacou o Santo Padre.
E virando a página, Francisco leu um texto escrito por ele mesmo: “Os problemas na Igreja – afirmou – se resolvem nos confrontando, debatendo e rezando, com a certeza que as fofocas, as invejas e os ciúmes nunca poderão nos levar à concórdia e à paz. Quando deixamos ao Espírito Santo a direção, Ele nos leva à harmonia. Nade de fofocas, nade de invejas e nada de ciúmes. Entenderão bem?” “A Virgem Maria – concluiu – nos ajude a sermos dóceis ao Espírito Santo, para que saibamos nos estimar reciprocamente e cnvergir cada vez mais profundamente na fé e na caridade, mantendo aberto o coração às necessidades dos irmãos”.SIR
Fonte: Dom Total