” Batismo: a união profunda e eterna com Jesus”.
Papa celebra festa litúrgica do Batismo do Senhor
A Capela Sistina acolheu na manhã deste domingo, 13 de janeiro, a Celebração Eucarística presidida pelo Papa Bento XVI por ocasião da Festa do Batismo do Senhor. Sob o monumental afresco de Michelangelo, nesta tradicional cerimônia, Bento XVI ministra o Sacramento do Batismo a filhos de funcionários do Vaticano. Nesta ocasião, foram 20 recém-nascidos.
Trata-se de uma das celebrações mais singulares, onde a solenidade se mistura a choros de bebês e à vivacidade de seus irmãos, que circulam com naturalidade pela Capela Sistina, à revelia dos mais de 500 anos da obra-prima renascentista.
Comentando a liturgia do dia, Bento XVI dedicou sua homilia ao significado do Batismo, à alegria que este sacramento representa ao enriquecer a Igreja com novos filhos – manifestando a presença viva do Espírito Santo.
A festa de hoje remete ao Batismo de Jesus pelas mãos de João. Mas Jesus tem necessidade de penitência e de conversão?, questionou o Pontífice. Justamente Aquele que é sem pecado, se coloca entre os pecadores. Deste modo, Jesus se mostra solidário conosco, com a nossa dificuldade de nos converter, de deixar nossos egoísmos, de abandonar nossos pecados.
É exatamente isso o que acontece com o Batismo: a união profunda e eterna com Jesus. Mergulhando no mistério da sua morte, que é fonte de vida, participamos da sua ressurreição, para renascer a uma vida nova.
Este é o prodígio que também hoje se repete a essas crianças, disse o Papa. “Recebendo o Batismo, elas renascem como filhos de Deus, chamando-O com plena confiança: ‘Abbá’, Pai. Elas se tornam membros vivos do único corpo que é a Igreja, e são capazes de viver a plenitude de sua vocação à santidade.”
A seguir, Bento XVI se dirigiu aos pais, afirmando que, pedindo o Batismo a seus filhos, eles manifestam a alegria de serem cristãos e de pertencerem à Igreja. É a alegria de nos reconhecermos filhos de Deus, de nos sentirmos acolhidos num abraço de amor, do mesmo modo que uma mãe carrega e abraça seu filho.
Esta alegria, explicou ainda o Papa, orienta o caminho de cada cristão e toda a existência humana, e está baseada numa relação pessoal com Jesus. “É Ele, de fato, o sentido da nossa vida.” Quem experimenta esta amizade com Ele, não está disposto a renunciar à própria fé por nada neste mundo, porque sabe que não existe nada maior do que conhecer Cristo e comunicá-Lo aos outros.
Às madrinhas e padrinhos, Bento XVI recordou a importante tarefa de apoiar e ajudar as obras educativas dos pais. “Saibam sempre oferecer às crianças o bom exemplo, através do exercício das virtudes cristãs.”
Mas não é fácil manifestar abertamente aquilo em que se acredita, especialmente no contexto em que vivemos – analisou o Pontífice -, diante de uma sociedade que considera frequentemente fora de moda e fora da realidade aqueles que vivem da fé em Jesus.
Jesus não limita nossa liberdade pessoal; pelo contrário, Ele exerce sobre nós uma ação libertadora do amor de Deus, que nos faz sair do nosso egoísmo, para nos conduzir a uma vida plena, em comunhão com Deus e aberta aos outros.
Bento XVI concluiu sua homilia confiando os recém-nascidos à proteção da Virgem Maria, e fazendo votos de que as sementes das virtudes teologais infundidas no coração das crianças possam atingir a plena maturidade, para fazer de cada uma delas uma verdadeira testemunha do Senhor.
Com a ajuda de dois concelebrantes, Bento XVI deu sequência ao rito do Batismo.
Fonte: CNBB/Rádio Vaticano