Campanha da Fraternidade 2013 terá anúncio oficial no Rio de Janeiro

Publicado em 30/01/2013 | Categoria: Notícias |


              No próximo sábado, 2 de fevereiro, acontecerá o anúncio oficial da Campanha da Fraternidade 2013 no Rio de Janeiro, das 9h às 11h. O evento será na Catedral Metropolitana, com a presença do Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Este ano, a Campanha tem como tema: “Fraternidade e Juventude”, estimulando gestos concretos voltados para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013). A Coordenadora Arquidiocesana Interina da Campanha da Fraternidade, Carmem Swire, destacou que o anúncio irá enfatizar aspectos práticos da Campanha, que tem início na quarta-feira de cinzas:

— Vai ser um evento voltado para aspectos práticos da Campanha, inclusive a coleta da solidariedade. Alguns vicariatos ja fizeram seus eventos de pré-anúncio, outros ainda vão fazer, estamos caminhando para dar inicio à Campanha na quarta-feira de cinzas, informou.

O tema proposto aponta o apoio à Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013). Mesmo após o evento, a Campanha irá concentrar os esforços nos frutos que virão, com o decorrer do ano, conforme explica a Coordenadora Interina, Carmem Swire:

— A campanha desse ano tem como tema: “Fraternidade e Juventude” e a orientação é para que as equipes de animação da Campanha da Fraternidade, até julho, trabalhem no apoio à Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013). Nesse período agora, da Quaresma, quando nós começamos as reflexões da Campanha da Fraternidade até a realização da Jornada, vamos trabalhar, em articulação com o Setor Juventude e o Comitê Organizador Local (COL), para animar a participação das Paróquias na Jornada, e depois, vamos nos concentrar, no resto do ano, nos frutos, tanto da Jornada quanto da Campanha da Fraternidade, na Arquidiocese e na Igreja do Brasil como um todo, disse.

O Vigário Episcopal para a Caridade Social, Cônego Manuel Manangão, convidou a todos para participar do encontro, que vai marcar o anúncio oficial da Campanha da Fraternidade 2013, sendo presença animadora:

— Precisamos nos tornar uma presença animadora, consoladora e geradora de esperança junto aos jovens e seus familiares, e, sendo discípulos e missionários de Jesus, agentes de transformação da realidade que nos cerca. Não deixemos de participar e de convidar a todas as pessoas de boa vontade para este grande encontro de motivação para a Campanha da Fraternidade de 2013, incentivou.

Espera-se a adesão maciça de jovens e agentes de pastoral, estimulando gestos concretos, em especial, a coleta da solidariedade, no Domingo de Ramos, o voluntariado e a hospedagem, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013).

— O gesto concreto é a coleta da solidariedade no Domingo de Ramos, que vai ser destinado à Jornada, e um outro gesto concreto, que deve resultar das reflexões, é a adesão ao voluntariado da Jornada, e a oferta de vagas de hospedagem. Nós vamos refletir sobre isso e esperamos que traga resultados, apostou a Coordenadora Interina da Campanha, Carmem Swire.

Origens da Campanha da Fraternidade

A história da Campanha da Fraternidade teve origem alguns anos antes do início do Concílio Ecumênico Vaticano II, quando um pequeno grupo de padres recém-ordenados, sob a coordenação de Dom Eugenio Sales, reunia-se em Natal, cada mês, para rezar e refletir sobre a Igreja e a Pastoral. Daí surgiram várias iniciativas postas em prática, com sucesso. Algumas vieram a ter dimensão nacional. Dentre elas estão o primeiro Regional da CNBB, que abrangia as dioceses da área territorial que ia do Maranhão à Bahia; o primeiro planejamento pastoral, colocando a técnica a serviço do Reino de Deus; a organização sistemática dos trabalhadores em sindicatos rurais, reconhecidos pelo Governo. E, logo a seguir, a primeira Federação dos Trabalhadores Rurais no Rio Grande do Norte; paróquias confiadas a religiosas; as escolas radiofônicas e outras iniciativas, sem esquecer a Campanha da Fraternidade, posteriormente assumida em nível nacional pela CNBB no ano de 1964.

No Nordeste semi-árido, pobre, mas confiante em Deus, nasceram estas atividades fecundas, fruto do Evangelho posto em prática. A Arquidiocese de Natal havia recebido alguma ajuda, de modo particular da Igreja da Alemanha, que mal saíra da catástrofe da 2ª Guerra Mundial. Muitos outros projetos de ajuda financeira eram encaminhados a outras nações, mas, particularmente, à “Aktion Misereor”, do Episcopado Alemão.

Alguns dirigentes do Serviço de Assistência Rural (SAR) julgaram ser importante criar, entre católicos, uma mentalidade de cooperação local com as obras pastorais e sociais da Igreja, dando, assim, maior credibilidade aos pedidos feitos ao estrangeiro. Ao chegarem respostas favoráveis dos católicos, o grupo de sacerdotes e leigos julgou que, de sua parte, deveria fazer algo para que se pudesse solicitar colaboração aos irmãos na Fé.

Dom Heitor de Araujo Sales, então sacerdote potiguar, estudando na Europa e passando as férias na Alemanha, trouxe todo o material da estrutura da “Misereor” e a divulgação de suas campanhas. Na sede do Movimento de Natal, os subsídios vindos da Europa foram traduzidos e adaptados à realidade brasileira. Um grupo estudou o assunto, escolheu o nome que vigora até hoje – Campanha da Fraternidade -, organizou da melhor maneira a Campanha com essa dupla finalidade: evangelizadora e social.

Foi na cidade de Nísia Floresta que surgiu o embrião da Campanha da Fraternidade. Caminhadas à pé, de casa em casa, de rua em rua, de povoado em povoado. Quase paralelamente às marchas, foram criadas as Semanas da Fraternidade. Eram doados ovos, galinhas, hortaliças frutas e o resultado comercializado numa feira cuja renda tinha como finalidade a compra de colchões, redes, dentre outras coisas, para as famílias pobres espalhadas em treze comunidades ligadas ao município.

A experiência das Irmãs Vigárias nesta cidade e das marchas foi implantada depois em São Gonçalo do Amarante e Taipu. Tudo com o apoio da Santa Sé, como sempre trabalhou Dom Eugenio Sales, e com a ajuda dos leigos.

A primeira Campanha da Fraternidade ficou restrita à Arquidiocese de Natal, em 1962. A coleta rendeu um milhão de cruzeiros importância que corresponde, hoje, em torno de R$ 47.700,00. A segunda, na Quaresma de 1963, abrangeu 25 dioceses do Nordeste. O aviso da Cúria nº 5/1963, sobre o assunto na Arquidiocese de Natal, trazia elementos valiosos: “Em todas as matrizes, igrejas, capelas, escolas e também no comércio, far-se-á uma grande coleta em favor das obras apostólicas e sociais da Arquidiocese”. Referia-se ao costume, iniciado nos Estados Unidos e países europeus, de designar um dia para angariar donativos destinados à Igreja e ao mundo subdesenvolvido. E continuava: “Entre nós, iniciamos no ano passado essa Campanha, que encontrou muita receptividade em nossas comunidades paroquiais. Ela é feita neste tempo para significar o sacrifício de toda a comunidade diocesana na Quaresma, em favor de seus irmãos”. Assina-o, o Vigário Geral. O Secretário da Cúria dá outras indicações e providências em documento também publicado no jornal diocesano, “A Ordem”, de 9 de março de 1963.

No opúsculo, “Campanha da Fraternidade, 20 anos de serviço à missão”, publicado em 1983 pela CNBB, na página 21, há uma correspondência do então Secretário Geral, Dom Helder Câmara, a todos os Bispos do Brasil, com data de 26 de setembro de 1963. É a transição de âmbito local para o nacional. O assunto fora tratado pelo Episcopado, reunido, em Roma, para o Concílio Vaticano II e aprovado a 20 de dezembro do ano seguinte.

Em 1964, a notícia, no citado periódico “A Ordem”, a 15 de fevereiro, traz o seguinte título: “Campanha da Fraternidade realiza-se, este ano, em todo o Brasil”. Assim começa a matéria: “Iniciou-se nesta semana a Quaresma e, com a Quaresma, a 3ª Campanha da Fraternidade, em Natal. Este ano, pela primeira vez, saiu como ‘Campanha Nacional com Dioceses’ em todo o País, tendo as mesmas finalidades. Tratava-se de uma oportunidade de os fiéis assumirem suas responsabilidades na manutenção das obras católicas. A ênfase era ser ‘Campanha mais formativa que promocional’. Incluiu outros colaboradores: ‘entidades comerciais da Cidade comprometeram-se a dar pleno apoio à Campanha’”.

Fonte: Arquidiocese do RJ



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