Compromisso da Semana
Tenhamos cuidado com a tendência de dividir a humanidade em duas grandes categorias: os bons de um lado, os maus de outro. Procuremos nos perguntar: costumamos invocar bênçãos sobre nós, nossas famílias e amigos e maldições sobre os inimigos?
A paciência de Deus
O reinado de Deus é a boa semente semeada pelo Filho do homem, o trigo que cresce no mundo em meio a situações difíceis, em meio a forças inimigas.
Os empregados da parábola do joio e do trigo são impacientes, querem acabar logo com o joio. Fazem pensar nas atitudes imediatistas e simplistas, para não dizer vingativas e violentas, que hipocritamente dividem as pessoas em boas e más, em amigas e inimigas.
A boa semente que o próprio Jesus semeou tem em si o poder de germinar e frutificar, mesmo em meio ao joio. Mas, como as sementes precisam de tempo, o reino também requer paciência.
É com paciência que Deus age. Deus não quer separar, mas dar tempo para que o reino aconteça no mundo e não fora dele. Jesus é o espelho dessa paciência divina, ao rejeitar o pecado e perdoar o pecador, ao procurar aqueles que a sociedade rotulava como malditos.
Na explicação de Jesus, o joio são os “filhos do maligno”, as pessoas que pactuam com a maldade. Muitas situações e forças são claramente contrárias ao projeto de vida que Deus deseja. Mas concretamente, não é o caso de fazer a “caça ao joio”, mesmo porque não seria tão simples identificá-lo. E, sempre que se exclui alguém, algo de bom também se perde. Além disso, querer fazer justiça com as próprias mãos seria trair o próprio projeto de Deus.
Aprender a paciência de Deus, em vez, é o convite do evangelho. Paciência não é conformismo, mas a certeza de que o reino está em curso, transformando a história, como a menor das sementes que naturalmente se torna grande planta, como o fermento que tem a força de transformar toda a massa.
O reino é o homem semeando no campo, é a mulher fermentando a massa, somos todos nós trabalhando juntos, pela transformação deste mundo para melhor. Um trabalho paciente, sobretudo para conviver com o joio. Não tanto o joio que geralmente identificamos com os outros, nossos inimigos, mas o joio mais daninho, aquele que está dentro de nós mesmos.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp