Data fixa para celebrar a Páscoa com todos os cristãos
Publicado em 15/06/2015 | Categoria: Notícias Papa Francisco |
O Papa Francisco, durante um encontro que teve lugar no sábado (12), em Roma, com alguns sacerdotes reunidos para o III Retiro Mundial, manifestou a intenção de fixar uma data para celebrar a Páscoa com todos os cristãos. Assim, todos os fiéis que seguem Jesus poderiam comemorar juntos.
Desde a época de Paulo VI (1963-1978), a Igreja Católica está disposta a estabelecer uma data específica e renunciar o primeiro solstício após a lua cheia de março, pelo qual é estabelecido a data da Páscoa. E sobre isso, afirmou Francisco, “temos de pôr-nos de acordo”.
Na catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão, o Papa disse: “A solução mais definitiva seria uma data fixa, por exemplo, imaginemos o segundo domingo de abril”.
O Santo Padre, falando espontaneamente em espanhol, disse que a situação atual é um escândalo: “Quando o seu Cristo ressuscita? O meu hoje, o seu na próxima semana”, indicou com certa ironia, revelando a existência de contatos com o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla e Cirilo de Moscou, para chegar a um entendimento.
Não é uma data fixa que cai em um determinado dia, como o Natal. A Páscoa é a primeira festa cristã em importância e antiguidade, dado que no Concílio de Nicéia, em 325, há prescrições relativas à data da celebração, ou seja, o primeiro domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio de primavera, entre 22 de março e 25 de Abril. Essas datas fazem referência ao chamado “calendário gregoriano”, introduzido em 1582 pelo Papa Gregório XIII.
Os Cristãos Ortodoxos utilizam o calendário juliano, criado em 45 aC pelo imperador romano Júlio César, e por isso a data é entre 04 de abril e 08 de maio.
Aos participantes do retiro internacional para sacerdotes promovido pela Renovação Carismática Católica e pela Fraternidade Católica, Francisco disse também que pediu ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I para apresentar a sua próxima encíclica “Laudato sii”(Louvado sejas), que trata da defesa da criação.
(15 de Junho de 2015) © Innovative Media Inc./ Zenit
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Papa Francisco participa do III Retiro Mundial de Sacerdotes
Na tarde da sexta-feira (12/6), o Bispo de Roma participou do III Retiro Mundial de Sacerdotes, na Basílica de São João de Latrão, sede da diocese de Roma.
O evento foi promovido pelo Serviço Internacional da Renovação Carismática e pela Fraternidade Católica e teve como tema central: “Chamados à santidade para a nova evangelização”.
Antes de presidir à celebração Eucarística da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Bispo de Roma fez uma longa meditação, falando espontaneamente em espanhol.
Sacramentos
O Papa tocou diversos temas, como por exemplo quando falou do Batismo: “Tenho tanta pena de alguns quando um pároco se recusa batizar uma criança pelo fato de ser filho de uma mãe solteira ou de um pai que casou de novo”. O Batismo, frisou, não se nega a ninguém, pois a Igreja é sempre Mãe e não “madrasta”: “Sejam misericordiosos ao administrar os Sacramentos, não só do Batismo, mas também da Penitência!” O amor transforma e contagia!
Proselitismo e clericalismo
O problema do secularismo na Igreja não deve ser combatido com o proselitismo. “Proselitismo é a caricatura da evangelização”. “O clericalismo é dos pecados e um dos piores comportamentos que freiam a liberdade da Igreja. “Não devemos ser apegados às riquezas e ideologias, mas preocupar-nos com as pessoas, a pobreza e os excluídos da Igreja, dando testemunho do Evangelho, em todos os cantos do mundo.
Ecumenismo e unidade
Depois, respondendo às perguntas de alguns sacerdotes, que representavam os cinco Continentes do mundo: da Austrália, Peru, Holanda, Burundi e Japão, o Pontífice falou do escândalo da divisão dos cristãos. O ecumenismo, disse, não é uma tarefa a mais, é um mandamento de Jesus. “Devemos recompor a unidade do Corpo de Cristo, alterada por causa dos nossos pecados de divisão”. Aqui, apresentou o exemplo de tantos mártires, que foram e ainda continuam sendo testemunhas de unidade com o próprio sangue! Por outro lado, o Papa disse que a Igreja está disposta a estabelecer uma data fixa para celebrar a Páscoa com todos os cristãos: católicos, protestantes e ortodoxos.
Oriente e Ocidente
Convidando a Igreja a respirar com os dois pulmões, Francisco falou da ligação entre Roma, Constantinopla e Moscou, ressaltando os desafios e das tensões existentes, que podem ser solucionados com o diálogo. Neste sentido, lembrou que pediu ao Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, para fazer a apresentação da sua próxima Encíclica sobre a “Ecologia Humana”.
Europa
Referindo-se ao continente Europeu, o Santo Padre comentou a triste e urgente questão das migrações: quem não acolhe o irmão necessitado comete um grave pecado. A Europa não deve apenas dar acolhida aos milhares de imigrantes, que fogem dos seus países, por causa dos conflitos internos, mas deve ir à África. Não deve ir para explorar as suas riquezas, mas para investir na economia e na indústria, dando trabalho, formação cultural e assistência sanitária. Somente assim as pessoas não se sentem obrigadas a deixar seus países para um maior bem estar e furuto promissor.
África
Em relação ao continente africano, o Santo Padre chamou a atenção para a “falta de sacerdotes na África”, onde a “coluna vertebral” são os catequistas. A África, no momento, é lugar de “exploração”. Para lá se dirigem as grandes potências à busca de ouro, metais, madeira e muitas outras riquezas. Eis, portanto, a necessidade de se encontrar solução para seus problemas de desenvolvimento e promoção social. Como resposta pessoal, o Papa anunciou que fará uma Viagem Apostólica ao Continente africano, no próximo mês de novembro, começando pela República Centro-africana, depois Uganda e, se der, também o Quênia.
Ásia
O continente asiático, afirmou Francisco, é um dos lugares mais promissores para a Igreja. Por isso, nos últimos dois Consistórios, foram criados alguns Cardeais, para que fossem testemunhas de todas aquelas Igrejas. Neste âmbito, referiu-se, ao fundamentalismo religioso em alguns países, como a Índia, Paquistão, Coreia, Japão e Tailândia. A Ásia dispõe de certas reservas espirituais, não mais existentes no Ocidente, atualmente envolvido pelo relativismo, hedonismo e consumismo, que o deterioram e provocam a sua decadência. (MT)
Fonte: Rádio Vaticano