Dom José Francisco convida todos a venerarem a Cruz em casa
A Ação Litúrgica da Paixão de Cristo, na Catedral, teve início em profundo silêncio às 15h, do dia 10 de abril, presidida pelo Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco, e concelebrada pelo Bispo Auxiliar, Dom Luiz Ricci, pelo Arcebispo emérito, Dom Frei Alano, e os padres Wallace, Demétrio e Isaías, que auxiliaram na liturgia.
Esta é a primeira vez que a Ação Litúrgica é celebrada sem a presença física dos fiéis na Catedral de São João Batista, mas pela presença na fé, por meio da Rede ArqNit: Rádio Anunciadora, YouTube, Facebook da Arquidiocese e Rádio Anunciadora. Na homilia, o Arcebispo destacou a Paixão de Cristo e a importância de uma breve reflexão. Eis a íntegra da homilia:
Tudo está consumado! (Jo 19,30)
Amados irmãos e irmãs aqui presentes, e aqueles que nos acompanham, em família, pelas redes sociais, nesse tempo de Isolamento social. Prescreve a liturgia que se faça uma breve
homilia, pois o fundamental é comungar com a dor do Crucificado.
Celebramos a Sexta-feira Santa, Sexta-feira da Paixão. Na cruz de Cristo, contemplamos a misericórdia de Deus, que se revela plenamente. Jesus, rosto misericordioso do Pai, demonstra o quanto nos ama e o quanto faz pelo nosso bem. Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim, ouvimos ontem no evangelho. Hoje, as últimas palavras de Jesus
na Cruz foram: Tudo está consumado. Ele nos amou até o fim e, desse modo, nos tornou capazes de amar como Deus ama.
Mas por que Ele foi crucificado? Ele “foi parar na Cruz porque viveu toda uma vida doada em favor dos outros. Ele perdoou, libertou, trouxe à dignidade e à vida todos os que estavam à margem. Incomodou os acomodados, questionou os poderosos, desmascarou uma falsa religião.
Jesus deixou de observar a Lei unicamente quando estavam em jogo a saúde, a integridade da vida, a dignidade e a felicidade das pessoas. Por isso, as Curas realizadas em dia de sábado
revelam sua clara opção: a felicidade do ser humano, o alívio do sofrimento tem prioridade absoluta, acima das prescrições religiosas.
No caminho solidário de Jesus, com os sofredores da história, não encontramos o deus do poder que se impõe, mas o Deus do Amor que se expõe à maior das fragilidades, porque
amar significa a possibilidade de ver-se recusado e rejeitado. Só na fragilidade do amor, Deus manifesta sua força misericordiosa, silenciosa.
Diante da violência e do sofrimento, Deus silencia, porque Ele se encontra junto às vítimas, não junto aos carrascos. Seu silêncio, porém, não é de tolerância, mas de amor compassivo e
solidário. Amor que tudo pode, mas não pode reagir à violência com violência. Um amor sem poder impedir que a Paixão de Jesus continue acontecendo hoje.
Por isso, diante do sofrimento e de tanta maldade no mundo, muitos se questionam: Onde está Deus em nossa experiência de sofrimento? Mas Deus desafia-nos a responder à sua própria pergunta: Onde você está no meu sofrimento?
Ele é o Deus que se identifica com a dor do mundo, com a marginalização dos excluídos e com a desgraça de todos os miseráveis da terra. Não podemos chegar ao Deus de Jesus pelo caminho largo e fácil do poder, mas somente pelo caminho escarpado e duro da solidariedade e da loucura da Cruz.
O único sofrimento que Deus quer é o que brota da luta contra o sofrimento, Deus quer o sofrimento, somente quando é consequência de um modo de viver que não suporta que os outros sofram. Foi o que aconteceu com Jesus. Pois somente a força do amor, da misericórdia e da entrega de Jesus na Cruz, pode transformar o mundo”.
Comunguemos com a dor de Jesus na Cruz. Aprendamos d’Ele o segredo de amar como Deus ama, comungando com a dor de nossos irmãos!
Na atual situação do Brasil e do mundo, que impõe às pessoas o isolamento social, em razão da pandemia da Covid-19, todos os cristãos são motivados a viver este tempo especial de oração, acompanhados de suas famílias em suas casas. No momento da Veneração à Santa Cruz, o Arcebispo, Dom José Francisco, convidou todos a refletirem sobre este momento em suas casas.
A situação extraordinária que estamos vivendo, para evitar a propagação da pandemia da COVID-19, e levando em consideração as disposições da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, do Decreto de 25 de março de 2020, tornou necessária uma atualização, em relação às celebrações litúrgicas presididas pelo Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco: transmissões online, durante toda a Semana Santa deste ano de 2020. Confira as próximas transmissões pelas Redes Sociais e pela Rádio Anunciadora:
Dia 11 de abril – Vigília Pascal, às 19h.
Dia 12 de abril – Missa de Páscoa, às 9h.
Todas as celebrações serão presididas pelo Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco, com portas fechadas, na Catedral de São João Batista. Transmissões online, apenas pela Rádio Anunciadora e Redes Sociais.
Participe: fb.com/arqnit ou fb.com/radioanunciadora
radioanunciadora.org.br ou arqnit.org.br
Fonte: Arquidiocese de Niterói