Encontro inter-religioso – Papa pediu respeito pelas crenças e a denúncia das violências
No dia 13 de janeiro no final da tarde em Colombo, capital do Sri Lanka, o Papa Francisco participou num encontro inter-religioso no Centro de Congressos de Colombo. Participaram também neste encontro representantes das religiões budista, hindu e muçulmana. Presente também um bispo anglicano.
O Santo Padre no seu discurso fez um apelo à condenação do fundamentalismo:
“A bem da paz, não se deve permitir que se abuse das crenças para a causa da violência ou da guerra. Devemos ser claros e inequívocos ao desafiar as nossas comunidades a viverem plenamente os princípios da paz e da coexistência, que se encontram em cada religião, e denunciar atos de violência sempre que são cometidos”.
O Papa Francisco recordou os anos da guerra civil no Sri Lanka para afirmar que o país precisa agora de “cura e unidade, e não de mais conflitos nem divisões”.
“Espero que a cooperação inter-religiosa e ecuménica prove que os homens e as mulheres não têm de esquecer a própria identidade, tanto étnica como religiosa, para viverem em harmonia com os seus irmãos e irmãs”.
O Papa Francisco recordou ser esta Visita muito especial por estar com a comunidade católica mas também com todos os homens e mulheres das outras religiões:
“É uma graça especial para mim poder visitar a comunidade católica daqui, confirmá-la na fé em Cristo, rezar com ela e partilhar as suas alegrias e sofrimentos. De igual modo é uma graça também poder estar com todos vós, homens e mulheres destas grandes tradições religiosas, que partilhais connosco um desejo de sabedoria, verdade e santidade”.
Recordemos que o Sri Lanka é um país de religião budista na maioria dos seus habitantes sendo que as religiões hindu, muçulmana e cristã se encontram em evidente minoria.
No final do seu discurso o Santo Padre formulou o desejo de que este encontro confirme em todos os esforços para viverem em harmonia e espelharem as bênçãos da paz.
(RS)
Vim encorajar os católicos desta ilha – Papa à chegada ao Sri-Lanka
O Papa Francisco encontra-se desde a madrugada de terça-feira, 13 de Janeiro, na ilha asiática do Sri Lanka, onde permanecerá por dois dias. Durante o voo o Papa deslocou-se por entre os jornalistas, saudando pessoalmente e detendo-se um pouco com cada um deles. Não houve discurso.
Chegados ao Aeroporto de Colombo, capital do Sri Lanka, o Papa foi acolhido pelo novo Presidente do país (eleito no passado dia 8) com um breve discurso, no qual o chefe de Estado sublinhou a alegria de iniciar o seu mandato com a visita do Papa e por Francisco ter iniciado a sua viagem à Ásia pela ilha sri-lankesa.
Nas palavras que lhe dirigiu o Papa sublinhou que o Sri Lanka é conhecido como a perla do Oceano Índico pela sua beleza natural, mas sobretudo pelo seu povo e a sua rica variedade de tradições e culturas religiosas.
Depois o Papa ilustrou as razões da sua visita que é antes de mais pastoral:
“Na qualidade de pastor universal da Igreja Católica, vim para encontrar e encorajar os católicos desta ilha, e para rezar com eles. Um ponto central desta visita será a canonização do beato Joseph Vaz, cujo exemplo de caridade cristã e de respeito para cada pessoa, sem distinção de etnia ou de religião, continua ainda hoje a inspirar-nos e a servir-nos de mestre. Mas a minha visita quer também exprimir o amor e a preocupação da Igreja para com todos os sri-lankeses, e confirmar o desejo da comunidade católica de ser activamente partícipe da vida desta sociedade” .
Frisando depois que muitas comunidades hoje no mundo estão em guerra entre si, o Papa recordou que também o Sri-Lanka passou ao longo de muitos anos pelos horrores dum recontro civil e agora está a procurar consolidar a paz e curar as feridas do passado.
“Não é uma tarefa fácil a de ultrapassar a amarga herança de injustiças e hostilidades deixadas pelo conflito. Só pode ser realizada ultrapassando o mal com o bem e cultivando as virtudes que promovem a reconciliação, a solidariedade e a paz.”
O processo de saneamento requer também – continuou o Papa – a procura da verdade, não para abrir velhas feridas, mas sim como meio necessário para promover a sua cura, a justiça e a unidade.
O Papa não deixou de recordar o papel essencial e delicado que as várias tradições religiosas do país têm a desempenhar no processo de reconciliação e reconstrução do país. E exprimiu o desejo de que todos tenham voz, trabalhem juntos e sobretudo aceitem, respeitem um ao outro e aprendam a viver juntos como uma família. A diversidade seja vista como uma riqueza e não uma ameaça – disse o Papa.
Nesta ordem de ideais o Papa sublinhou que a reconstrução do país deve ser material, mas também e sobretudo promoção da dignidade humana, do respeito dos direitos da pessoa e a plena inclusão de cada membro da sociedade.
(DA)
Fonte: Rádio Vaticano