Escolas Católicas: referências de ensino e formadoras de valores
Educar significa expandir os conhecimentos para que se tornem eternidade. É desenvolver competências e valores. Nesta terça-feira, 15 de maio, Dia Nacional das Escolas Católicas, essas instituições de ensino comemoram mais um ano na luta pela formação humana e cristã. De forma coerente com a missão a elas designadas, as escolas católicas contribuem para um mundo plural e se fazem presente como referências de ensino, aparecendo constantemente na lista das mais conceituadas.
Para o Bispo Animador do Ensino Religioso nas Escolas Católicas, Dom Nelson Francelino, as escolas de hoje, de uma maneira geral, têm um conceito muito técnico, voltado apenas para o êxito no vestibular. Segundo o Bispo, a escola católica se destaca por pensar na educação de um modo integral:
— Hoje em dia se tem um conceito de escola muito técnico, muito unilateral, no qual, sobretudo, se busca uma escola para passar no vestibular. Então, nem todas as áreas do ser humano são contempladas nesse ensino. (…) Eu creio que as escolas católicas mantêm o seu diferencial quando pensam a educação de um modo mais integral e tentam abarcar todas as áreas do ser humano. Em toda essa sociedade secularizada, a especificidade das escolas católicas tem sido a garantia desse êxito de ensino, porque essas escolas não colocam só o econômico, só o êxito profissional, mas, nos seus programas, colocam também a realidade completa da pessoa, afirmou.
As escolas católicas estão diretamente ligadas à Congregação do Ensino Católico, que é um dos dicastérios de Roma; porém, uma vez que as escolas estão dentro de uma diocese, elas também mantém relação com o Bispo Diocesano.
— Essa estrutura dá a elas uma certa autonomia, porque elas estão ligadas diretamente, pelo seu carisma, pela sua congregação à Roma. No entanto, no que toca a pastoral, no que toca os conceitos, elas são chamadas a essa comunhão, a essa fraternidade, a essa relação com a Igreja diocesana. Então, para se criar uma escola católica, com todas as prerrogativas, é necessário ter uma autorização e uma relação direta com a Congregação do Ensino Católico, disse.
Além de manter o alto grau de eficiência e de ensino, as escolas católicas também investem no lado humano, através da capacitação dos funcionários, no que diz respeito aos valores e conceitos relacionados à fé.
— Cada escola, cada diretor, busca, por intermédio de um acompanhamento do seu quadro de funcionários, dar uma formação paralela no que toca valores e conceitos que são inerentes à nossa fé. Muitas escolas tentam, mesmo com todas as limitações, com todas as dificuldades, dar um acompanhamento aos seus profissionais fazendo com que a educação seja pensada em um raio muito mais amplo que o meramente tecnológico, esclareceu Dom Nelson.
Apesar de o Estado se dizer laico, Dom Nelson acredita que há uma dificuldade na interpretação do termo, uma vez que ser laico não quer dizer ser ateu. O Bispo acredita que esse fato constitui um desafio para as escolas católicas, que devem se manter firmes em seus ideais.
— Hoje, há toda uma interpretação que vai contra até a própria interpretação de o que vem a ser um estado laico. E, nesse sentido, eu creio que as escolas católicas são profundamente desafiadas a se manterem fiéis ao seus carismas, aos seus princípios, às suas diretrizes básicas, formando cidadão. E eu creio que, ao pensar em formar o cidadão, ao pensar em propor uma educação a partir da pessoa, a partir da justiça, a partir de seus valores que são inerentes ao ser humano, dá para se fazer um bom diálogo.
Sobre a Lei do Ensino Religioso, sancionada em outubro passado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, Dom Nelson ressaltou que esse é um direito garantido pelas constituições federal e estadual e também pela legislação municipal. Segundo ele, o ensino religioso é importante, sobretudo nesse momento caracterizado por uma educação dirigida por interesses.
— O ensino religioso, como uma área acadêmica situada na área do conhecimento, visa despertar a pessoa para a capacidade de compreender, de aceitar, de expressar o reto uso, a reta compreensão de uma religião. Então, o ensino religioso nas escolas públicas é de uma importância fundamental, porque a escola visa desenvolver a pessoa humana. Enquanto apostamos no ensino que visa só a parte tecnológica deixamos de fora várias outras dimensões essenciais para o ser humano. Assim, se a escola é o lugar para promover o desenvolvimento da pessoa, a religião é um elemento essencial na vida do ser humano, concluiu.
* Foto: Arquivo
Fonte: Arquidiocese do RJ