Igreja se empenha na integração de deficientes visuais
Segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000, cerca de 16,6 milhões de brasileiros têm algum grau de deficiência visual e quase 150 mil se declararam cegos. Diante dessa realidade, a Igreja Católica tem se mostrado próxima a essas pessoas promovendo sua inclusão nas comunidades e desenvolvendo projetos para a melhora na qualidade de vida delas.
Só as Irmãs Vicentinas possuem seis núcleos de trabalhos no Brasil. No total são cerca de 220 postos que prestam serviços aos deficientes visuais sob administração de religiosos.
O Instituto Padre Chico, por exemplo, acompanha crianças de 6 meses até 9 anos. Além do ensino do método braile, as crianças têm toda formação geral dos primeiros anos escolares. Existem ainda programas de integração e mobilidade visando a independência do deficiente visual e orientação profissional que explora as aptidões de cada pessoa.
No campo da evangelização há uma Catequese para as crianças católicas, mas que também é aberta a todos, explica o Bispo de Limeira e Referencial da Catequese no Regional Sul 1 da CNBB, Dom Vilson Oliveira.
“A Igreja busca oferecer uma catequese apropriada em seu conteúdo e recursos, sem reduzi-la ou simplificá-la. Procuramos fazer essa integração do deficiente visual nas comunidades para que ele seja membro participante e atuante, dando seu contributo para sua comunidade de fé”, salienta o bispo.
Dom Vilson representará o Brasil no Congresso Internacional de estudo sobre o Deficiente Visual, intitulado “Rabbúni! Que eu possa ver novamente” (Mc 10, 51), promovido pelo Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, que acontece nos dias 4 e 5 deste mês, em Roma. Sua explanação, que será no sábado, 5, falará sobre empenho eclesial a serviço dos deficientes visuais.
“Chamarei a atenção para o acompanhamento dos deficientes, ao mesmo tempo a nossa responsabilidade para a garantia de seus direitos, estando do lado deles, formando essa pessoa para a vida futura. Queremos garantir condições de vida e saúde, a efetivação das leis e o acesso às escolas. Destacamos a importância da família na vida dos deficientes visuais, o papel das organizações não governamentais e a responsabilidade de toda a sociedade”, conta o bispo.
Materiais para deficientes visuais
A Bíblia em braile é um grande volume que chega a um metro de altura se empilhada, mas os deficientes visuais podem ter acesso a esses textos e aos materiais catequéticos fazendo a solicitação à CNBB pelo e-mail catequese@cnbb.org.br.
Dom Vilson pede que as comunidades locais estejam abertas para o acolhimento dos deficientes visuais a fim de que eles se sintam parte integrante da Igreja. Para isso, são necessários mais voluntários envolvidos neste trabalho.
“Se você tem um deficiente visual em sua família não deixe que ele fique isolado. Procure sua comunidade e uma escola para que ele possa ser inserido e participar da vida da comunidade e da sociedade”, indica o bispo.
Fonte: Canção Nova