Missa de Domingo de Ramos
Seguindo os passos de Jesus, hoje fazemos memória de sua entrada em Jerusalém. Com os ramos nas mãos, acolhemos aquele que vem a nós como humilde rei servidor. Manifestemos nossa alegria aclamando com todo o povo:
“Hosana ao filho de Davi. Bendito o que vem em nome do Senhor”.
A Missa do Domingo de Ramos teve início no lado de fora da Igreja Matriz de São Francisco Xavier, onde o Pe. Josumar benzeu os ramos que foram levados pelos fiéis para o interior da Igreja , onde continuou a celebração.
Trechos da homilia
O povo esperava que Jesus fosse um rei como Davi. Queriam um revigoramento da monarquia do poder temporal. Mas o reinado de Jesus era outro. Eles começaram a perceber que o reinado de Jesus não tinha o poder nas armas, mas sim do amor: “meu reino não é deste mundo”.
Mesmo saudando Jesus com gritos de Hosana, o povo ficou decepcionado, porque Jesus entra manso e humilde, na simplicidade e indiferente a toda multidão que o aclamava, pois sabia que muita gente ali estava sob emoção passageira.
A vida de Jesus foi sempre serviço, ele gastou a vida servindo. Ele é um rei serviçal, que se coloca a disposição para a inclusão das pessoas. É um Rei que mostra que o verdadeiro poder que Deus deseja, é o poder do Amor.
Agora, na Semana Santa, se cumpre tudo que o profeta tinha anunciado:” o inocente vai carregar a nossa miséria e o nosso pecado”.
Esse povo não suporta a luz do Amor de Jesus que desmascara toda a mentira.
O propósito de Jesus é que as pessoas coloquem no coração as palavras dele, para que , o seguindo, prossigam o seu ensinamento.
Fomos convidados a seguir Jesus na Semana Santa, seguindo a mesma trilha, levando os ramos como uma lembrança de que aclamamos o Mestre e Senhor. Este é um símbolo para que tenhamos a certeza de que Ele está conosco e que devemos colocar tudo em suas mãos.
Gesto concreto da CF 2012
Neste domingo, dia 1º de abril, dioceses, paróquias e comunidades de todo país celebraram o Domingo de Ramos, dia em que os cristãos de todo o mundo fizeram memória a entrada de Jesus em Jerusalém. É nesta data que a Igreja realiza a Coleta Nacional da Solidariedade, gesto concreto da Campanha da Fraternidade, em que todas as doações financeiras realizadas pelos fiéis farão parte dos Fundos Nacional e Diocesano de Solidariedade.
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Bendito o que vem em nome do Senhor!
Jesus sabia que aquela Páscoa seria diferente. Como judeu, deveria seguir para Jerusalém para celebrar a festa máxima de seu povo. Contudo, as autoridades também estariam lá e, naquela hora, já tramavam a forma de prendê-lo e matá-lo. Por isso, ir a Jerusalém era um risco… mas o Senhor não podia dele Se eximir. O Filho de Deus sabia das consequências de Sua missão, sabia que havia incomodado e sabia que iria ser entregue e morto. Esse era o procedimento normal de sua época: eliminar aqueles que incomodavam a ordem estabelecida!
A entrada em Jerusalém choca pela contradição: o povo O aclama como rei, mas um rei que se apresenta simplesmente, que monta um jumento, que é saudado com ramos de palmeiras, tirados das árvores do caminho. O povo que o saúda, porém, reconhece: ele é Bendito, porque veio em nome do Senhor Javé!
A manifestação em torno de Jesus não foi organizada por seus discípulos, mas é o povo que espontaneamente, ao vê-Lo entrar na cidade, reconhece que o Mestre é o Filho de Deus, aquele que vem em Seu próprio nome.
Recordar essa manifestação popular, faz-me recordar também algo que me ensinaram ainda no catecismo e que dizia assim, nos ensinamentos sobre a festa de Domingo de Ramos: “aqueles que o saudaram na entrada de Jerusalém, seriam os mesmos que O condenariam na Sexta-Feira da Paixão”.
Não temos como dizer se eram as mesmas pessoas ou não, mas não é improvável que o fossem. São as contradições da alma humana, que da mesma forma que constrói um Salvador, o Mata. Se olharmos a história da humanidade, sobretudo o sabor efêmero de nossos dias, veremos que continuamente elevamos e destruímos ídolos e celebridades. Quantas vezes somos capazes de nos proclamar cristãos, seguidores de Jesus, e não defender Sua Igreja, ou – pior – não agir conforme seus ensinamentos? É assim: continuamos a louvá-Lo quando nos interessa e a crucificá-Lo quando já não nos é necessário.
Que a celebração da entrada do Senhor em Jerusalém possa nos fazer refletir sobre nossas próprias contradições, tornando-nos cristãos mais retos, mas coerentes com aquilo que desejamos seguir. Caminhemos com Jesus para Jerusalém: um caminho que não é fácil, mas que é necessário para alcançarmos a glória e a paz da Ressurreição.
Texto para sua oração: Jo 12, 12-19
Autor: Gilda Carvalho
Fonte: Amai-vos