Missa do Domingo da Páscoa
Com muita alegria os paroquianos se reuniram para celebrar o grande acontecimento da nossa fé:
CRISTO RESSUSCITOU !!!
Feliz e Santa Páscoa para todos!
Vida nova se inicia: tristeza e desânimo pertencem ao passado; esperança e otimismo contagiam a nossa existência. Jesus venceu a morte para permanecer sempre conosco.
“Bendito sejais, Deus da vida, pela ressureição de Jesus Cristo e por esta luz, símbolo da presença do Ressuscitado e do vosso imenso amor por nós”.
Jesus vive e é para nós o Senhor!
Aquele que foi rejeitado, virou a pedra angular e agora é o centro da história humana, mas só podemos afirmar isso a partir da fé. Mesmo que a ciência queira provas, nós, cristãos, não precisamos de de um sinal de luminosidade ou um som de um trovão, para crer na ressureição.
Cristo deve ser experimentado na nossa vida, como os discípulos experimentaram.
Depois de saber por Maria Madalena que tiraram Jesus do túmulo, o discípulo mais jovem chegou primeiro ao túmulo. o sentido deste chegar primeiro precisa ser aprofundado: quem ama mais na vida sente a presença do Cristo ressuscitado. Com os olhos da fé, quem está mais próximo, quem está no segmento de jesus e busca uma intimidade com Ele, sente a sua presença na sua vida.
Devemos nos perguntar: Eu sinto a presença amorosa de Deus nos meus dias ?
Quando nos afastamos de Jesus, dos seus ensinamentos, sentimos sinais de morte (pecado) e entramos na escuridão. Ao contrário, quando estamos perto de Jesus, da Luz, sentimos a mão dEle nos resgatando para a vida.
Situações de pecado: quando não amamos, quando nos apegamos ao consumo exagerado, quando não perdoamos, entre tantas coisas, que cada um sabe que sofre.
Quando nos aproximamos de Jesus, sentimos a sua presença que nos anima e nos irmana.
Caros irmãos, isto tem que ser tão forte e verdadeiro em nós e deve provocar uma grande transformação na nossa vida. Não podemos ser uma versão melhorada do mundo, das pessoas que não são cristãs.
A Páscoa, a passagem, é um convite a vida renovada, a deixar de lado o homem velho: mentiroso, ressentido, idólatra e que não sabe perdoar. Pelo Batismo este homem velho foi despido e lavado, para viver uma vida nova. O cristianismo existe para isso: para transformar. Se a religião não nos transforma, estamos presos ao coelhinho da páscoa.
Quem não testemunha com a própria vida que Jesus vive e é o Senhor, é pior que um pagão. Na segunda leitura, São Paulo convoca os discípulos para se esforçarem a alcançar as coisas do alto, que está em Cristo Jesus. Esta convocação precisa ser atualizada e assumida por todos nós.Precisamos aspirar os valores de Deus com os pés fincados neste chão, na nossa família, no nosso dia a dia.
Cada um deve olhar para a sua vida e verificar aonde precisa investir e deixar que o Evangelho ilumine as partes que estão na escuridão.
Pedir que Jesus ressuscite em nós a capacidade de falar a verdade, de ser justo e não ceder aos caprichos do mal, usando as coisas do mundo sem se apegar a ele.Devemos seguir testemunhando, na vida, demonstrando a alegria de ser discípulo de Cristo. Se nos esforçarmos em produzirmos ressureição na nossa vida e no próximo, todos notarão a diferença e verão que encontramos um novo sentido, uma nova forma de viver: CRISTO.
A comunidade, em clima de Páscoa, animou a celebração cantando hinos de louvor.
Sinais de Ressurreição
O primeiro dia da semana inaugura a nova criação de Deus, o tempo da ressurreição, da vida que venceu a morte. Maria Madalena, Pedro e João representam os primeiros seguidores que ainda não haviam compreendido o poder infinito de vida que estava em Jesus. Uma comunidade desorientada, que buscava o mestre morto no sepulcro.
Maria Madalena é a primeira a encontrar algo inesperado: o sepulcro aberto. Ela nem sequer olha o que há lá dentro e vai contar a Pedro e João, supondo que tivessem roubado o corpo do Senhor.
Na corrida dos dois discípulos ao sepulcro, chega primeiro o discípulo amado. Quem ama e vive a relação do amor e da amizade com Jesus chega antes. É o último a ver os sinais, mas o primeiro a acreditar.
Os sinais do sepulcro vazio foram deixados para os seguidores de todos os tempos, também para nós: um lençol ou faixas de linho estendidas e um sudário enrolado num lugar à parte.
Jesus não se manteve preso às faixas que envolviam seu corpo crucificado. Ressuscitou. Venceu o poder da morte, saiu do sepulcro para a vida. As faixas ou lençóis estendidos representam a vida nova, pois fazem pensar num ambiente preparado para a consumação de um casamento: a aliança definitiva entre o esposo ressuscitado e a nova humanidade.
Ao apresentar o detalhe do sudário deixado num “lugar” à parte, o evangelho quer mostrar que a ressurreição de Jesus envolveu e deixou de lado o “lugar” de morte, o templo de Jerusalém e a ordem injusta ali estabelecida, para afirmar o “lugar” por excelência, o corpo de Jesus ressuscitado, como o novo e definitivo santuário para toda a humanidade.
Os três discípulos do evangelho mostram ser essencial procurar Jesus como o ressuscitado, o vencedor da morte, para que as palavras de Maria Madalena não sejam também as nossas: “Não sabemos onde puseram Jesus”. Pois o Senhor nunca poderá ser roubado de nós. Ele sempre estará presente com os seus, nos gestos de amor e de doação da própria vida. Os lençóis da vida e o sudário da morte estão aí. Quem ama vê esses sinais e acredita. É pela vida do Ressuscitado que chegamos à vida.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp