Nada antepor a Cristo, nem mesmo o Papado

Publicado em 19/02/2013 | Categoria: Notícias |


 

                                    E AGORA

 

 

 

 

O mundo atônito depois do 11 de fevereiro de 2013. Ajudados pela imprensa nacional e internacional, a cada dia saciamos a nossa curiosidade sobre as “últimas notícias”, minuto a minuto, desse “fato” que marca o nosso século: a renúncia de um Papa. Qual roupa ele vestirá?, onde morará?, seu secretário irá com ele?, será chamado de Bento XVI?, como será a sua convivência com o futuro papa? Quais os reais motivos que o levaram a essa decisão?

Falar da Igreja Católica Apostólica Romana não é o mesmo que falar de um meteoro. Falar da Igreja é referir-se à uma realidade complexa. Se para falar de um meteoro é preciso algum conhecimento prévio, tanto mais para falar da “única Igreja de Cristo”[2], sociedade visível e espiritual, porque é “uma única realidade complexa, formada pelo duplo elemento humano e divino”[3].

Neste momento, a maioria dos grandes meios de comunicação estão à busca de novidades, furos jornalisticos, muitos deles se limitando a mostrar os antigos clichês da Igreja e do Papa, permeados de preconceitos, permeados do “humano” da Igreja.

“Nada antepor a Cristo”, nos trouxe à memória tantas vezes Bento XVI, completando esse lema de São Bento com a sua vida: nem sequer o serviço do Papado, “princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão[1]”.

Como foi, porém, a atitude daquele que, por primeiro no mundo, deu essa notícia a um reservado grupo de cardeais: o Papa Bento XVI? Ele nem sequer levantou a cabeça e nem mudou o tom de voz ao dar esse anúncio, lendo com simplicidade e naturalidade a sua declaração de renúncia. No profundo do seu coração soava uma convicção: “a cabeça deste corpo – a Igreja – é Cristo”[4].

“O mundo está atravessando uma grande mudança que não é comparável a nada que já vivemos[5]”, afirmou o cardeal brasileiro Dom João Braz de Aviz, em entrevista ao Estadão, no dia 12 de fevereiro. Para entrever essa mudança, porém, é preciso superar o anedótico dos acontecimentos e olhar para a Igreja Católica Apostólica Romana com um olhar novo; É um excelente momento para ler e meditar a Constituição Dogmática Lumen Gentium, as palavras do Papa e de todos aqueles que com sabedoria observam esses fatos para, em oração, intus leggere este grande acontecimento que marca profundamente o nosso século: o testemunho de um homem que nada antepôs a Cristo, nem mesmo o Papado.

[1] Constituição Dogmática Lumen Gentium Sobre a Igreja, 18

[2] Constituição Dogmática Lumen Gentium Sobre a Igreja, 8

[3] Constituição Dogmática Lumen Gentium Sobre a Igreja, 8

[4] Constituição Dogmática Lumen Gentium Sobre a Igreja, 7

[5] http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,d-joao-as-coisas-nao-acontecem-de-supetao-na-igreja,996327,0.htm

Fonte: Zenit



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