Nobel da Paz à jovem paquistanesa Malala e ao indiano Satyarthi
O Prémio Nobel da Paz foi atribuído nesta sexta-feira [10 de outubro] à activista paquistanesa Malala Yousufzai e ao indiano Kailash Satyarthi – informa a edição on line do quotidiano “Público”, que refere que o anúncio foi dado esta manhã em Oslo pelo presidente do Comité Norueguês do Nobel, Thorbjoern Jagland, que afirmou que “as crianças têm de ir à escola e não podem ser financeiramente exploradas”. O prémio foi atribuído aos dois activistas “pela sua luta contra a repressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação”, segundo o comité.
Malala Yousufzai tornou-se conhecida pela sua defesa do direito universal à educação em todo o mundo. Em 2013, a paquistanesa de 17 anos foi , atribuído pelo Parlamento Europeu. Torna-se agora na mais jovem vencedora de um Prémio Nobel.
Em 2012, a jovem foi alvo de um atentado por um grupo de taliban que controlavam a região paquistanesa onde vivia. Malala sobreviveu e tornou-se numa das vozes mais ouvidas na área dos direitos das crianças à educação. Entre as muitas acções em que participou, sublinha-se o em Nova Iorque em que apelou à tolerância e compreensão entre os povos.
O dia 12 de Julho, data do seu aniversário, foi baptizado pela ONU como o “Dia de Malala”. Há um ano foi publicada a sua biografia, Eu Malala, da autoria da jornalista britânica Christina Lamb.
A acompanhar o primeiro Nobel da Paz atribuído a uma adolescente, surge um activista dos direitos das crianças: Kailash Satyarthi, 60 anos, abandonou uma carreira de engenheiro electrónico para se dedicar à luta contra o trabalho infantil nos anos 1980. A organização que fundou, Bachpan Bachao Andolan, já conseguiu retirar perto de 80 mil crianças de algum tipo de trabalho escravo, conseguindo devolvê-las à educação e ajudar na sua reintegração.
Sayarthi é o promotor de vários movimentos da sociedade civil, incluindo o maior dedicado a este tema, a Marcha Global Contra o Trabalho Infantil, que une organizações não-governamentais, sindicatos de professores e de comércio de todo o mundo (2000 grupos em 140 países). Também fundou a Campanha Global pela Educação, que visa combater a crise global na área.
Na Índia, conseguiu mobilizar acções para tornar a educação num artigo constitucional. Na sequência disso, em 2009, foi aprovado no seu país a Lei do Direito à Educação Gratuita e Obrigatória.
O Comité Nobel chama a atenção para a atribuição do prémio a “um hindu e a uma muçulmana, um indiano e uma paquistanesa, que se juntam numa luta comum pela educação e contra o extremismo”.
Este ano o Comité recebeu um recorde de 278 candidaturas – cuja identidade irá permanecer desconhecida durante 50 anos.
Em 2013, o prémio foi atribuído à Organização para a Proibição das Armas Químicas, responsável pela destruição do arsenal químico na Síria.
Fonte: Rádio Vaticano