“O Anjo da Guarda é um embaixador de Deus”
O Papa Francisco celebrou Missa, na manhã desta sexta-feira, na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, na festa dos Santos Anjos da Guarda, qual participou um grupo de bispos, sacerdotes e leigos.
Em sua breve homilia, o Santo Padre afirmou que “Deus deu a cada pessoa um Anjo da Guarda, para acompanhá-la, aconselhá-la e protegê-la. Trata-se de um dom da paternidade divina, que tudo ama e tudo acompanha.
Tomando a liturgia do dia, o Papa citou orações e salmos que recordam a figura do Anjo da Guarda, que sempre está presente em todas as vicissitudes do homem: “Eis que te envio um anjo diante de ti para proteger-te no caminho e levar-te ao lugar que preparei para ti”. E, reafirmando que cada um de nós tem um anjo que nos guarda, diz:
“Ele está sempre conosco! Esta è uma realidade. Ele é como um embaixador de Deus em meio a nós. Por isso, o Senhor nos aconselha a respeitar a sua presença, a ouvir a sua voz e seus conselhos e jamais a rebelar-nos contra ele”.
O Anjo da Guarda nos defende sempre, sobretudo do mal, assegura o Papa. Às vezes, pensamos que podemos esconder-lhe tantas coisas feias, mas, no final, elas virão à luz. O Anjo está sempre ao nosso lado como um amigo, que não vemos, mas sentimos; um amigo que, um dia, estará conosco no Céu, na alegria eterna:
“Este respeito e escuta ao nosso companheiro de viagem se chama docilidade! Deus nos pede apenas para ouvi-lo, respeitá-lo. Só isto: escuta e respeito! O cristão deve ser dócil ao Espírito Santo. A docilidade ao Espírito Santo começa com a docilidade ao nosso companheiro”.
No entanto, recorda o Pontífice, para sermos dóceis ao Espírito devemos ser pequenos, como as crianças, aquelas que Jesus diz ser “as maiores” no Reino do seu Pai. Logo, o Anjo da Guarda é nosso companheiro de viagem, que nos ensina a humildade:
“Peçamos hoje ao Senhor a graça desta docilidade de dar ouvidos a este nosso companheiro de viagem, deste embaixador divino, que está ao nosso lado, em seu nome, que nos apoia e ajuda”.
Durante esta Missa, com a qual louvamos ao Senhor, conclui o Papa, lembremos quanto o Senhor é bom! Quanto ele é justo e nunca nos deixa sozinhos, nunca nos abandona! (MT)
Que a saudade de Deus nunca se apague no nosso coração
A alegria do Senhor é a nossa força, nele encontramos a nossa identidade. Esta é uma das passagens da homilia do Papa Francisco na missa celebrada na manhã de quinta-feira, (01) na Casa Santa Marta na festa de Santa Teresa de Lisieux, particularmente cara a Jorge Mario Bergoglio.
O povo de Israel, após longos anos de deportação, retorna a Jerusalém. O Papa iniciou sua reflexão a partir da primeira leitura, tirada do Livro de Neemias, para falar sobre o que dá substância à identidade do cristão. O Pontífice recordou que, também nos anos na Babilônia, o povo sempre se recordava da própria pátria. Após tantos anos – observou – chega finalmente o dia do retorno, da reconstrução de Jerusalém e, como narra a primeira leitura, Neemias pede ao escriba Esdras para ler diante do povo o Livro da Lei. O povo está feliz: “estava alegre, mas chorava, e ouvia a Palavra de Deus; tinha alegria, mas também o choro, tudo junto”.
Como se explica isto?, pergunta-se Francisco. “Simplesmente, este povo não somente havia encontrado a sua cidade, a cidade onde havia nascido, a cidade de Deus, mas este povo, ao ouvir a Lei, encontrou a sua identidade, e por isto estava alegre e chorava”:
A alegria do Senhor é a nossa força
“Mas chorava de alegria, chorava porque havia encontrado a sua identidade, havia reencontrado a aquela identidade que com os anos de deportação havia se perdido um pouco. Um longo caminho este. “Não vos entristecei – disse Neemias – porque a alegria do Senhor é a vossa força”. É a alegria que dá o Senhor quando encontramos a nossa identidade. E a nossa identidade se perde no caminho, se perde em tantas deportações ou autodeportações nossas, quando fazemos um ninho aqui, um ninho lá, um ninho…e não na casa do Senhor. Encontrar a nossa identidade”.
Somente em Deus encontramos a nossa verdadeira identidade
O Papa então se pergunta de que modo se pode encontrar a própria identidade. “Quando você perdeu o que era seu, a sua casa, o que era seu – observou – vem esta saudade, e essa saudade leva você de volta a sua casa”. E esse povo, acrescentou, “com este desejo, sentiu que era feliz e chorava de felicidade por isso, porque a saudade da própria identidade o levou a encontrá-la. Uma graça de Deus”:
“Se nós – um exemplo – estamos cheios de comida, não temos fome. Se estamos confortáveis, tranquilos onde estamos, nós não precisamos ir para outro lugar. E eu me pergunto, e seria bom que todos nós nos perguntássemos hoje: “Eu estou tranquilo, feliz, e não preciso de nada – espiritualmente falando – no meu coração? A minha saudade se apagou? Olhemos para este povo feliz, que chorava e era feliz. Um coração que não tem saudade, não conhece a alegria. E a alegria, precisamente, é a nossa força: a alegria de Deus. Um coração que não sabe o que é a saudade, não pode fazer festa.. E todo esse caminho que começou há anos termina em uma festa”.
Não se apague em nossos corações desejo de Deus
O povo, lembrou Francisco, regozija-se com alegria, porque tinha “entendido as palavras que tinham sido proclamadas a ele. Tinha encontrado aquilo que a saudade lhe fazia sentir e seguir em frente”:
“Vamos nos perguntar como é a nossa saudade de Deus: estamos contentes, estamos felizes assim, ou todos os dias temos esse desejo de seguir em frente? Que o Senhor nos conceda esta graça: que nunca, nunca, nunca se apague em nosso coração a saudade de Deus”. (JE-SP)
Fonte: Rádio Vaticano