Orionitas na Ucrânia: só a caridade pode salvar o mundo
“Nossa vida em Kiev e Lviv mudou completamente, a partir de 24 de fevereiro de 2022. Decidimos não deixar nosso povo, nossa posição, nossa missão. Trabalhando dia e noite com caridade. Impelidos pelo exemplo do nosso fundador, Don Orione que, certamente, teria deixado Tortona, no norte da Itália, para estar aqui entre os refugiados, que escapam da fúria das bombas e buscam uma saída.”
O sacerdote missionário orionita em Lviv, padre Moreno Cattelan, descreve a experiência de sua Congregação em território ucraniano: “As cenas de milhares de pessoas em fuga, que muitos vêm na televisão, nós as estamos vivendo ao vivo, todos os dias, todas as noites, quando alguém bate à nossa porta, de repente, desesperado e cansado depois de três ou quatro dias de viagem; seu sorriso volta e fica agradecido por ser recebido em uma casa, onde encontra uma cama, um pedaço de pão e é acolhido por outras pessoas, na sua mesma condição, que se esforçam para aliviar seu medo, sofrimento e desespero de levar consigo apenas poucas coisas em uma mala improvisada”.
O sacerdote orionita conta que repentinamente “nossa vida em Kiev e Lviv mudou completamente, a partir de 24 de fevereiro de 2022. Decidimos não deixar nosso povo, nossa posição, nossa missão. Trabalhando dia e noite com caridade. Impelidos pelo exemplo do nosso fundador, Don Orione que, certamente, teria deixado Tortona, no norte da Itália, para estar aqui entre os refugiados, que escapam da fúria das bombas e buscam uma saída. Ele não está aqui, mas nós sim; muitos de nossos confrades, que estão na Itália, colocaram nossas Casas à disposição para acolher os refugiados. Toda a família Orionita está se mobilizando para ajudar, sobretudo, nesta emergência”.
Padre Moreno diz ainda que em Lviv, os orionitas acolhem os refugiados, de modo particular, mães com filhos pequenos ou pessoas com deficiência física: “Essas pessoas podem ficar conosco enquanto não encontrarem novas acomodações em Lviv ou em outros lugares. Para os que desejam deixar o país, damos a oportunidade de ir até aos centros de acolhimento da nossa Congregação na Itália. Visto que nossa Casa dispõe de quartos com três ou quatro camas, cozinha, refeitório, lavandaria, sala de reuniões, etc., não precisamos de voluntários. Na verdade, os próprios hóspedes se organizam e se ajudam mutuamente, como uma grande família em trágica situação. Convivendo conosco, entendem que o medo e o trauma, principalmente das crianças, após terem vivido em bunkers, podem ser superados estando unidos, pois a ‘dinamite’ da caridade une e muda o coração e as ações das pessoas”.
O missionário orionita confirma que “a guerra muda as pessoas, as cidades e o mundo inteiro. Mas, os muitos gestos de caridade e solidariedade também mudam os corações, aproximam de Deus, e dão o dom da paz. “A guerra é uma loucura”, como diz o Papa Francisco e o que estamos vivendo, em primeira mão, realmente não tem explicação racional. A caridade sim e a paz e a fraternidade também. Só a caridade pode salvar o mundo”!
O sacerdote orionita conclui dizendo: “Estamos dando ajuda humanitária e compartilhando o sofrimento dos que estão pior que nós, dando-lhes a possibilidade de partir de ônibus para lugares seguros, sem contar a comida e os víveres que mandamos para as crianças. As pessoas que, apesar do perigo, entregam as ajudas aos necessitados, arriscam suas vidas! Rezemos pela paz que todos nós precisamos! Rezemos pela Ucrânia! Obrigado a todos!”
*Com Agência Fides