Papa aos novos sacerdotes: não ‘senhores’ mas pastores do povo de Deus

Publicado em 07/05/2017 | Categoria: Notícias Papa Francisco |


Jesus-o-Bom-Pastor

O Papa Francisco presidiu à Missa, na Basílica de S. Pedro, neste domingo do Bom Pastor e Dia de oração pelas vocações, Missa na qual o Papa ordenou 10 novos sacerdotes. Na sua homilia, Francisco falou antes de tudo do ministério sacerdotal ao qual foram chamados os novos presbíteros, reiterando que é o Senhor Jesus, único Sumo Sacerdote do NT, que dentre os discípulos quis escolher alguns para que, exercendo na Igreja o serviço sacerdotal, continuem a sua missão como mestre, sacerdote e pastor. E foram eleitos, portanto, pelo Senhor Jesus não para fazer carreira mas para fazer este serviço – ressaltou o Papa.

E, dirigindo-se aos ordenando-os, Francisco lembrou-lhes que eles serão participantes da missão de Cristo, único Mestre, e exortou-os a dispensar a todos a Palavra de Deus que eles mesmos receberam com alegria. E acrescentou:

“Seja, portanto, alimento para o Povo de Deus a vossa doutrina, simples, como falava o Senhor, que tocava o coração. Não façais homilias demasiado intelectuais, elaboradas,  falai com simplicidade, falai aos corações. A vossa palavra seja alegria e apoio para os fiéis de Cristo o perfume da vossa vida, para que com a palavra e o exemplo possais edificar a casa de Deus, que é a Igreja”.

Na verdade, palavra sem exemplo não serve, disse Francisco, é melhor voltar para trás, porque a dupla vida é uma doença feia na Igreja.

Em seguida, o Papa recordou aos novos Presbíteros três particulares tarefas da sua futura missão: o baptismo, para agregar novos fiéis ao povo de Deus; a penitência para perdoar os pecados em nome de Cristo e da Igreja e a visita aos enfermos, tendo sublinhado a necessidade de serem sempre misericordiosos:

“E eu, em nome de Jesus Cristo, o Senhor, e da sua esposa, a Santa Igreja, peço-vos para serdes misericordiosos, sempre. Não carregueis nos ombros dos fiéis pesos que não podem suportar e que nem vós podeis suportar. Jesus criticou a estes doutores chamando-os “hipócritas”.

E sobre a importância da visita aos doentes, Francisco acrescentou:

“Com o óleo santo dareis alívio aos doentes. Uma das tarefas, talvez aborrecida e também dolorosa, ir visitar os doentes – fazei-o vós. Não deixeis de tocar a carne sofredora de Cristo nos doentes: isto vos santifica, vos aproxima de Cristo. Celebrando os ritos sagrados e elevando nas várias horas do dia, a oração de louvor e súplica, sereis a voz do Povo de Deus e de toda a humanidade”.

Por último, o Papa convidou os novos sacerdotes a serem alegres, nunca tristes, no serviço de Cristo, mesmo no meio dos sofrimentos, incompreensões e os próprios pecados, tendo sempre presente o exemplo do Bom Pastor, que não veio para ser servido mas para servir, e pediu-lhes por favor, não sejais “senhores”, não sejais “clérigos de estado”, mas pastores, pastores do Povo de Deus. (BS)

Papa: seguir Jesus, Bom Pastor, atenção às falsas sabedorias do mundo

Antes da oração mariana do Regina Coeli, e dirigindo aos milhares de fiéis e peregrinos vindos da Itália e do mundo, Francisco comentou o Evangelho deste domingo, dito do bom pastor, em que Jesus se apresenta com as imagens de pastor e porta do redil, que se complementam, disse o Papa. Ao rebanho se aproximam diversas pessoas: há quem entra no recinto passando pela porta e quem “sobe por outra parte” – explicou o Papa – o primeiro é o pastor, o segundo um estranho que não ama as ovelhas.

Jesus identifica-se com o primeiro e manifesta uma relação de familiaridade com as ovelhas, expressa através da voz com a qual as chama, e que elas reconhecem e seguem. Ele as chama para levá-las para fora, às pastagens verdes onde encontram boa comida.

A segunda imagem com a qual Jesus se apresenta é a da “porta das ovelhas”, pois ele diz: “Eu sou a porta: se alguém entrar por mim, será salvo”, isto é, terá a vida e a terá em abundância. Cristo, Bom Pastor, tornou-se a porta da salvação da humanidade, pois ele ofereceu a vida pelas suas ovelhas – ressaltou o Papa acrescentando:

“Jesus, bom pastor e porta das ovelhas, é um chefe cuja autoridade se exprime no serviço, um chefe que para mandar dá a vida e não pede aos outros para sacrificá-la. Um chefe assim pode-se confiar, como as ovelhas que ouvem a voz do seu pastor, porque sabem que com ele vai-se a pastagens boas e abundantes”.

Assim é Cristo para nós, continuou Francisco, convidando a cada qual a não racionalizar demasiado a fé mas antes a cuidar da sua dimensão espiritual e afectiva para se ligados por um vínculo especial ao Senhor como as ovelhas ao seu pastor, como aconteceu com os dois discípulos de Emaús. É a maravilhosa experiência de sentir-se amado por Jesus, pois para Ele nunca somos estranhos, mas amigos e irmãos. Mas também advertiu o Papa:

“No entanto, nem sempre é fácil distinguir a voz do bom pastor. Estejam atentos: há sempre o perigo do ladrão, do salteador e o falso pastor. Há sempre o risco de se distrair com o ruído de muitas outras vozes. Hoje somos convidados a não nos deixarmos enganar pelas falsas sabedorias deste mundo, mas a seguir Jesus, o Ressuscitado, como o único guia seguro que dá sentido à nossa vida”.

Neste Dia Mundial de oração pelas vocações sacerdotais, concluiu Francisco, invoquemos a Virgem Maria para que acompanhe os dez novos sacerdotes e venha em auxílio daqueles que Ele, o Senhor, chama para que estejam prontos e generoso em seguir a sua voz.

Depois do Regina Coeli Francisco falou das beatificações, ontem, em Gerona, Espanha, de Antonio Arribas Hortigüela e seis companheiros, religiosos da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração. Estes fiéis e heróicos discípulos de Jesus, disse o Papa, foram mortos por ódio à fé em tempos de perseguição religiosa. Que o seu martírio, aceite por amor de Deus e pela fidelidade à sua vocação, desperte na Igreja o desejo de testemunhar com coragem o Evangelho da caridade.

E o Papa saudou cordialmente os milhares de fiéis e peregrinos, vindos da Itália e do resto do mundo e, em particular, saúdo a associação “Meter”, que há mais de duas décadas se opõe a todas as formas de abuso infantil. Muito obrigado pelo vosso empenho na Igreja e na sociedade; continuai sempre em frente com coragem! – frisou o Papa.

A concluir Francisco recordou a festa de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia que amanhã se celebra. Neste mês de maio, acrescentou o Santo Padre, rezemos o Rosário especialmente pela paz, como pediu a Virgem em Fátima, onde irei em peregrinação dentro de poucos dias, por ocasião do centenário da primeira aparição.

E a  todos o Papa desejou um bom domingo pedindo, por favor, para que não nos esqueçamos de rezar por ele. (BS)

Fonte: Rádio Vaticano



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