Papa: “Igreja não marginaliza. Como Jesus, quer salvar todos”
Na manhã de domingo, às 12h (hora local), o Papa rezou o Angelus com os fiéis, turistas e romanos presentes na Praça São Pedro e como de costume, fez também uma breve reflexão. Antes, havia celebrado a missa de encerramento da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família e portanto, suas palavras iniciais foram de agradecimento pelas três semanas de trabalhos intensos, animados pela oração e o espírito de comunhão. “Foi cansativo, mas um verdadeiro dom de Deus que vai trazer muitos frutos”, prometeu.
A palavra ‘sínodo’, explicou, significa ‘caminhar juntos, e “nós vivemos a experiência da Igreja em caminho, especialmente com as famílias do Povo santo de Deus espalhado pelo mundo”.
Assim o Papa recordou a dramática realidade dos migrantes. Inspirando-se na Palavra de Deus na profecia de Jeremias, Francisco disse que a Igreja não exclui ninguém:
“É uma família de famílias, aonde quem se cansa não é marginalizado, não é deixado para trás, mas caminha junto com os outros porque este povo caminha com o passo dos últimos; como se faz nas famílias e como nos ensina o Senhor, que se fez pobre com os pobres, pequeno com os pequenos, último com os últimos. Não o fez para excluir os ricos, os maiores e primeiros, mas porque este é o único modo para salvá-los, para salvar todos”.
“Confesso-lhes – continuou o Papa – que comparei esta profecia do povo em caminho com as imagens dos refugiados em marcha nas estradas da Europa: uma realidade dramática dos nossos dias. Também a eles Jesus diz: ‘Partiram no pranto, eu os consolarei após o sofrimento’. Estas famílias que sofrem, extirpadas de suas terras, também estiveram conosco no Sínodo, em nossa oração e nos nossos trabalhos, por meio da voz de alguns pastores presentes na Assembleia”.
“A Igreja, disse o Papa, está próxima das muitas famílias de refugiados erradicados de suas terras: ‘Estas pessoas, em busca de dignidade, em busca de paz, permanecem conosco. A Igreja não as abandona porque fazem parte do povo que Deus quer libertar da escravidão e clamar à liberdade”.
Antes de conceder a bênção, Francisco fez votos que “o Senhor, por intercessão da Virgem Maria, nos ajude também a colocar na prática as indicações emersas em fraterna comunhão”. (CM)
Fonte: Rádio Vaticano