Para retorna da sua primeira viagem à África

Publicado em 01/12/2015 | Categoria: Notícias Papa Francisco |


Terminou ontem, 30 de Novembro, a Primeira viagem do Papa Francisco à África que culminou com a Missa em Bangui. O avião que trouxe a bordo o Santo Padre aterrou no aeroporto italiano de Ciampino às 18.30 horas de Roma, depois de 6 horas de viagem. Como de costume, antes de entrar no Vaticano o Papa foi à Basílica de Santa Maria Maior para a agradecer a “Salus Populi romani” gratidão à virgem Maria pelo bom sucesso da viagem e da visita apostólica à África. Trata-se da 28ª visita do Santo padre a essa Basílica, tradição que o Para segue sempre, imediatamente antes e depois das suas viagens apostólicas e nas festividades marianas. A Basílica de Santa Maria Maior, contém uma das estátuas mais antigas e veneradas pelos romanos, desde a idade média. 

Veja aqui as fotos do Papa na África

Papa aos muçulmanos: não ao ódio e à violência em nome de Deus

Na manhã da segunda-feira (30/11), o Papa Francisco teve um encontro com a comunidade muçulmana, na Mesquita Central de Koudoukou, em Bangui. No seu discurso Francisco agradeceu aprticularmente ao Imã Tidiani Mousa Naibi pelas amáveis palavras de boas-vindas.

Em seguida o Papa sublinhou os laços de fraternidade que unem cristãos e muçulmanos, e o empenho a que são chamados para se comportarem como tais. Na verdade, sabemos bem que as violências que abalaram recentemente o vosso país não se fundavam em motivos propriamente religiosos, antes pelo contrário, quem afirma crer em Deus deve ser também um homem ou uma mulher de paz, e na RCA cristãos, muçulmanos e membros das religiões tradicionais viveram juntos, em paz, durante muitos anos, disse Francisco, tendo também acrescentado:

«Por isso, devemos permanecer unidos, para que cesse toda e qualquer acção que, dum lado e doutro, desfigura o Rosto de Deus e, no fundo, visa defender, por todos os meios, interesses particulares em detrimento do bem comum. Juntos, digamos não ao ódio, à vingança, à violência, especialmente aquela que é perpetrada em nome duma religião ou de Deus. Deus é paz, salam ».

O Papa recordou depois o importante papel dos líderes religiosos cristãos e muçulmanos nestes momentos difíceis para restabelecer a harmonia e a fraternidade entre todos, e citou em particular os gestos de solidariedade que cristãos e muçulmanos tiveram para com os seus compatriotas, mesmo de outras confissões religiosas, durante a crise no País. E em vista às próximas eleições o Papa disse esperar que elas possam dar ao País Responsáveis que saibam unir os centro-africanos, tornando-se assim símbolos da unidade da nação em vez de representantes duma facção:

« Encorajo-vos vivamente a fazer do vosso país uma casa acolhedora para todos os seus filhos, sem distinção de etnia, filiação política ou confissão religiosa. A República Centro-Africana, situada no coração da África e graças à colaboração de todos os seus filhos, poderá dar a todo o continente um impulso nesta direcção, e poderá influenciá-lo positivamente e ajudar a extinguir os focos de tensão presentes nele e que impedem os africanos de beneficiar do desenvolvimento que merecem e a que têm direito ».

A terminar o Papa convidou a comunidade muçulmana a rezar e a trabalhar pela reconciliação, a fraternidade e a solidariedade entre todos, sem esquecer as pessoas que mais sofreram com estes acontecimentos. « Que Deus vos abençoe e proteja! » – concluiu o Papa. (BS)

Papa com jovens em Bangui: resistir à guerra e à divisão

Foi depois da Missa na Catedral de Bangui e da Solene Abertura da Porta Santa da Catedral, com a qual foi inaugurado o Jubileu da Misericórdia na República Centro-Africana que o Papa deu início à Vigília de Oração com os jovens na noite deste domingo dia 29 de novembro.

O Santo Padre, antes de confessar alguns jovens no átrio da Catedral discursou de improviso à multidão. Disse-lhes:

“A estrada que lhes é proposta neste momento difícil de guerra e divisão é a estrada da resistência. Fugir dos desafios da vida jamais é uma solução. É preciso resistir, ter a coragem para resistir e lutar pelo bem! Quem foge, não tem coragem de dar vida”.

Como podemos resistir? – perguntou o Papa.

“Antes de tudo: a oração. A oração é poderosa. A oração vence o mal. A oração nos aproxima de Deus que é Todo-Poderoso”.

“Em segundo lugar: trabalhar pela paz. A paz não é um documento que se assina e fica na gaveta. A paz faz-se todos os dias. A paz é um trabalho de artesãos, faz-se com as mãos. Faz-se com a própria vida”.

“Não odiar, jamais! Se alguém te faz mal, procure perdoar. Nada de ódio. Muito perdão. Digamos juntos, nada de ódio, muito perdão!”

“Se você não tiver ódio no coração, se perdoares, serás um vencedor! Porque serás vencedor da mais difícil batalha da vida: vencedor no amor! E pelo amor, vem a paz”.

“Somente se vence pela estrada do amor. É possível amar o inimigo? Sim! Podemos perdoar quem nos fez mal? Sim! Assim, com o amor e com o perdão, vocês serão vencedores”.

“Com o amor, vocês serão vencedores na vida e darão vida sempre. O amor jamais fará de vocês derrotados. Corajosos no amor, no perdão e na paz!”,

Ao dizer que estava muito contente de poder encontrar os jovens, Francisco finalizou:

“Hoje abrimos esta Porta, isto significa a Porta da Misericórdia de Deus. Confiem em Deus, porque ele é misericordioso. Ele é amor. Ele é capaz de dar a vocês a paz”.

(RS/RB)

 

Papa: depor instrumentos de morte, armar-se de amor e misericórdia

Na tarde deste I domingo do Advento (29/11), na Catedral de Bangui, o Papa Francisco procedeu à abertura da Porta Santa, dando assim início ao Jubileu Extraordinário do Ano da Misericórdia na República Centro-Africana, Jubileu proclamado pelo Papa a 11 de abril deste ano. Na homilia da Missa, participada por sacerdotes, religiosos, seminaristas e milhare de fiéis da RCA, o Papa disse ante de tudo que Deus guiou os seus passos até esta terra, precisamente quando a Igreja universal se prepara para inaugurar o Ano Jubilar da Misericórdia. E na pessoa dos presentes Francisco saudou o pvo da RCA:

“Através de vós, quero saudar todos os centro-africanos, os doentes, as pessoas idosas, os feridos pela vida. Talvez alguns deles estejam desesperados e já não tenham força sequer para reagir, esperando apenas uma esmola, a esmola do pão, a esmola da justiça, a esmola dum gesto de atenção e bondade».

Em seguida o Papa convidou a todos a confiar na força e no poder de Deus que curam o homem, convidando-os a «passar à outra margem», como diz o moto da visita do Papa à RCA, uma travessia, reiterou o Papa, que não faremos sozinhos mas juntamente com Jesus. E Francisco sublinhou :

« Devemos estar cientes de que esta passagem para a outra margem só se pode fazer com Ele, libertando-nos das concepções de família e de sangue que dividem, para construir uma Igreja-Família de Deus, aberta a todos, que cuida dos mais necessitados. Isto pressupõe a proximidade aos nossos irmãos e irmãs, isto implica um espírito de comunhão. Não se trata primariamente duma questão de recursos financeiros; realmente basta compartilhar a vida do Povo de Deus, dando a razão da esperança que está em nós e sendo testemunhas da misericórdia infinita de Deus”.

Na verdade, depois de nós mesmos termos feito a experiência do perdão, devemos perdoar, pois uma das exigências essenciais da vocação à perfeição é o amor aos inimigos, um amor que nos protege contra a tentação da vingança e contra a espiral das retaliações sem fim, disse Francisco que também acrescentou:

“Consequentemente os agentes de evangelização devem ser, antes de mais nada, artesãos do perdão, especialistas da reconciliação, peritos da misericórdia. É assim que podemos ajudar os nossos irmãos e irmãs a «passar à outra margem», revelando-lhes o segredo da nossa força, da nossa esperança, e da nossa alegria que têm a sua fonte em Deus, porque estão fundadas na certeza de que Ele está connosco no barco”.

Comentando os textos litúrgicos do domingo, o Papa falou de algumas características da salvação anunciada por Deus. Antes de tudo a felicidade de Deus é justiça. Aqui, como noutros lugares, muitos homens e mulheres têm sede de respeito, justiça, equidade, sem avistar no horizonte qualquer sinal positivo para eles, o Salvador vem trazer o dom da sua justiça, vem tornar fecundas as nossas histórias pessoais e colectivas, as nossas esperanças frustradas e os nossos votos estéreis, reiterou Francisco.

A salvação de Deus tem igualmente o sabor do amor, continuou o Papa,  e o Filho nos veio revelar um Deus que não é só Justiça mas também e antes de tudo Amor. Em todos os lugares, mas sobretudo onde reinam a violência, o ódio, a injustiça e a perseguição, os cristãos são chamados a dar testemunho deste Deus que é Amor.

E por último, a salvação de Deus é força invencível que triunfará sobre tudo. Deus é mais forte que tudo, e esta convicção dá ao crente serenidade, coragem e força de perseverar no bem frente às piores adversidades. E Papa Francisco concluiu com um importante apelo:

“A todos aqueles que usam injustamente as armas deste mundo, lanço um apelo: deponde esses instrumentos de morte; armai-vos, antes, com a justiça, o amor e a misericórdia, autênticas garantias de paz».

E aos discípulos de Cristo, sacerdotes, religiosos, religiosas ou leigos comprometidos na RCA, este desafio e missão: «a vossa vocação é encarnar o coração de Deus no meio dos vossos concidadãos».

(BS)

Leia e veja o vídeo:

Porta Santa de Bangui: o início do Jubileu da Misericórdia

 

 

Papa visita favelados de Nairobi e pede terra, teto e trabalho para todos

O Santo Padre iniciou o terceiro dia de atividades em Nairobi, capital do Quênia, com uma visita a Kangemi, uma das favelas da capital.

Kangemi é um bairro onde se encontra uma das favelas de Nairobi, situada em um pequeno vale, que confina com a favela de Kalangware. Kangemi conta com uma população multiétnica de mais de 100 mil pessoas, cuja maioria pertence à tribo Lubya. A paróquia local, de cerca de 20 mil fiéis, dedicada a São José Operário, é confiada aos Padres Jesuítas, que dirigem também um ambulatório, um Instituto Técnico Superior, um Centro de Assistência às mães mais necessitadas e diversas iniciativas profissionais.

Ao chegar à favela Kangemi, o Santo Padre percorreu a pé as ruas de terra até chegar à igreja de São José Operário, onde foi acolhido pelas autoridades religiosas e locais.Depois do canto de boas vindas, da projeção de um filme-documentário e da leitura de um trecho evangélico, o Papa tomou a palavra para agradecer a calorosa acolhida, dizendo:

“Na verdade, me sinto em casa ao partilhar este momento com irmãos e irmãs que – não tenho vergonha de o dizer – ocupam um lugar especial na minha vida e nas minhas opções. Estou aqui, porque quero que saibam que suas alegrias e esperanças, angústias e sofrimentos não me são indiferentes. Sei das dificuldades que enfrentam, todos os dias! Como não denunciar as suas injustiças”?

Desta forma, o Papa de deteve em um aspecto que os discursos de exclusão não conseguem reconhecer ou parecem ignorar: a sabedoria dos bairros populares.

Citando a sua Encíclica “Laudato Si”, o Pontífice explicou que “se trata de uma sabedoria que “brota da resistência obstinada do que é autêntico, dos valores evangélicos que a sociedade opulenta, entorpecida pelo consumo desenfreado, parece ter esquecido”.

Vocês, acrescentou Francisco, são capazes de “tecer laços de pertença e de convivência que transformam a sua existência em uma experiência comunitária, onde são abatidos os muros e as barreiras do egoísmo”. E ponderou:

“A cultura dos bairros populares, permeada por esta sabedoria particular, tem características muito positivas, que são uma contribuição para o tempo em que vivemos; ela se exprime mediante valores concretos de solidariedade, dar a vida pelo outro, preferir o nascimento à morte, dar sepultura cristã aos seus mortos, oferecer hospitalidade aos doentes, partilhar o pão com quem tem fome, ter paciência e fortaleza nas grandes adversidades. Esses valores são baseados nisto: todo ser humano é mais importante do que o deus dinheiro. Obrigado por nos lembrar que existe este outro tipo de cultura!”

Neste sentido, o Papa quis começar a reivindicar estes valores, que que não são cotados na Bolsa: valores que não são objeto de especulação e nem têm preço de mercado. O caminho de Jesus teve início na periferia, entre os pobres e pelos pobres. Reconhecer isso não significa ignorar a terrível injustiça da marginalização urbana. As feridas provocadas pelas minorias concentram o poder, a riqueza e esbanjam egoisticamente enquanto a crescente maioria deve refugiar-se em periferias abandonadas, contaminadas, descartadas.

Isto se agrava ainda mais, frisou Francisco, diante da injusta distribuição do terreno que, em muitos casos, leva inteiras famílias a pagarem aluguéis abusivos por habitações em condições imobiliárias completamente inadequadas. O Papa recordou ainda o grave problema da sonegação de terras por parte de “empresários privados” sem rosto.

Aqui, o Santo Padre referiu-se a outro grave problema: a falta de acesso às infraestruturas e serviços básicos, de modo particular, à água potável: “O acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas. Negar a água a uma família, sob qualquer pretexto burocrático, é uma grande injustiça”.

Este contexto de indiferença e hostilidade, de que sofrem os bairros populares, se agrava, disse o Papa, quando a violência se espalha e as organizações criminosas, ao serviço de interesses econômicos ou políticos, utilizam crianças e jovens como “bala de canhão” para os seus negócios sangrentos. E exortou:

“Peço a Deus que as autoridades assumam em conjunto o caminho da inclusão social, da educação, do esporte, da ação comunitária e da tutela das famílias, porque esta é a única garantia de uma paz justa, verdadeira e duradoura. Estas realidades são uma consequência de novas formas de colonialismo, que pretendem que os países africanos sejam peças de um mecanismo e de uma engrenagem gigantesca. Na verdade, não faltam pressões para que sejam adotadas políticas de descarte, como a redução da natalidade”.

Por fim, o Bispo de Roma propôs retomar a ideia de uma respeitosa integração urbana, sem erradicação e paternalismo, sem indiferença e mero confinamento. A dívida social e ambiental para com os pobres das cidades pode ser paga com o direito sagrado dos três “T”: terra, teto e trabalho.

O santo Padre concluiu seu discurso aos favelados de Kangemi, com o seguinte apelo:

“Quero chamar a atenção de todos os cristãos, especialmente dos Pastores, para que renovem o impulso missionário; tomem iniciativas contra as tantas injustiças; envolvam-se nos problemas dos vizinhos e os acompanhem nas suas lutas; salvaguardem os frutos do seu trabalho comunitário e celebrem juntos todas as vitórias, pequenas ou grandes. Esta é uma tarefa talvez a mais importante, porque os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho”.

Rezemos, trabalhemos e nos comprometamos, disse por fim o Papa, para que cada família tenha um teto digno, acesso à água potável, energia para iluminar, cozinhar e melhorar suas casas; que todo o bairro tenha ruas, praças, escolas, hospitais, espaços desportivos, recreativos e artísticos; que todos possam gozar da paz e da segurança que merecem. (MT)

Papa aos consagrados:   “a alma de um sacerdote que não reza é feia”

papa africa

 

O Papa Francisco encontrou-se nesta quinta-feira (26/11), com o clero, religiosos, religiosas e seminaristas do Quênia. O evento realizou-se na Escola de Santa Maria, em Nairóbi.

“Alguns não sabem porque Deus os chamou, mas sentem que Deus os chamou. Existem outros que seguem o Senhor por interesse”, disse o pontífice.

“No seguimento de Jesus não há espaço para aqueles com ambições de poder e riqueza, e que querem ser uma pessoa importante no mundo. O Senhor os escolheu todos, iniciou a sua obra no dia em que nos olhou. Na sequela de Jesus no sacerdócio e na vida consagrada se entra pela porta e a porta é Cristo. Foi ele quem iniciou o caminho, não nós”, disse Francisco. 

O Papa recordou que a “Igreja não é uma empresa, não é uma ONG. A Igreja é um mistério, mistério do olhar de Jesus sobre cada um que Ele diz: segui-me”. 

Jesus única resposta

“Todos somos pecadores, eu por primeiro, porém temos diante de nós o amor e a ternura de Jesus. Nunca deixem de chorar. Quando num sacerdote, num religioso ou religiosa as lágrimas se secam, algo não funciona. Chorar pela própria infidelidade, pela dor do mundo, chorar pelas pessoas descartadas, pelos idosos abandonados, pelas crianças assassinadas, pelas coisas que não entendemos”, disse ainda Francisco.

“Jesus é a única resposta para certas situações da vida”, frisou o Papa. “Cada vez que eu saúdo uma criança com uma doença rara, me pergunto: por que aquela criança? Não tenho resposta, somente olho para Jesus”, disse. 

O Papa convidou os consagrados a não deixarem de rezar. A se colocarem diante de Jesus. Se um consagrado deixa a oração de lado a alma se seca e fica com uma  aparência feia. “A alma de um sacerdote que não reza é feia”, sublinhou. 

Oração

Francisco recordou aos sacerdotes e consagrados que eles foram escolhidos por Jesus para servir. “Servir ao povo de Deus, aos pobres, aos descartados, servir as crianças e os idosos, e servir também as pessoas que não são conscientes da soberba. Servir e não servir-se da Igreja”, disse ainda o Papa.

Aos seminaristas Francisco disse: “se algum de vocês não tem vocação para esse caminho, não perca tempo. Procure um trabalho, se case e forme uma família”. 

O Papa agradeceu aos consagrados do Quênia por seguirem Jesus, por todas as vezes que se sentem pecadores, por toda carícia de ternura que eles dão e pelas vezes que ajudaram alguém a morrer em paz. “Obrigado por darem esperança na vida. Obrigado por ajudar, corrigir e perdoar a cada dia”, concluiu.

Veja em VaticanBR

(MJ)

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O amor de Deus contra novos desertos da indiferença

 

O Papa Francisco celebrou na manhã desta quinta-feira (26/11) a primeira missa em solo africano. No campus da Universidade de Nairóbi, apesar da chuva, um milhão de fiéis participaram da celebração.

 

Comentando as leituras do dia, o Pontífice, que falou em italiano com tradução simultânea em inglês, falou da profecia de Isaías, que nos convida a olhar para as nossas famílias.

“A sociedade do Quênia tem sido longamente abençoada com uma vida familiar sólida, um respeito profundo pela sabedoria dos idosos e o amor pelas crianças. A saúde de qualquer sociedade depende da saúde das famílias”, disse o Papa, que convida a acolher as crianças como uma bênção para o nosso mundo, e a defender a dignidade de cada homem e mulher.

Obedecendo à Palavra de Deus, prosseguiu o Pontífice, “somos chamados também a resistir a práticas que favorecem a arrogância nos homens, ferem ou desprezam as mulheres e ameaçam a vida dos inocentes nascituros”. 

Para Francisco, as famílias cristãs têm esta missão especial: “irradiar o amor de Deus e difundir a água vivificante do seu Espírito. Isto é particularmente importante hoje, porque assistimos ao crescimento de novos desertos criados por uma cultura do materialismo e da indiferença para com os outros”.

Estando dentro de uma Universidade, o Pontífice citou os jovens de modo particular:

“Os grandes valores da tradição africana, a sabedoria e a verdade da Palavra de Deus e o idealismo generoso de sua juventude os guiem no compromisso de formar uma sociedade que seja cada vez mais justa, inclusiva e respeitadora da dignidade humana”.

Assim como no discurso de boas-vindas, o Papa pediu uma atenção especial às necessidades dos pobres, rejeitando tudo aquilo que leva ao preconceito e à discriminação. “E esta é a tarefa que o Senhor dá a cada um de nós. Pede-nos para sermos discípulos missionários, homens e mulheres que irradiem a verdade, a beleza e a força do Evangelho que transforma a vida. Homens e mulheres que sejam canais da graça de Deus.”

O Papa conclui dizendo em suaíle:

“Mungu awabariki! Mungu abariki Kenya!”

(Deus os abençoe, Deus abençoe o Quênia.)

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(BF)

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Religião “jamais seja usada para justificar ódio e violência”

 

Na Nunciatura de Nairóbi, aonde passou a noite, o Papa presidiu na manhã desta quinta-feira (26/11) um Encontro Ecumênico e Inter-religioso, com a presença de líderes das diferentes confissões cristãs (anglicana, evangélica, metodista, pentecostal e outras) e das diversas crenças religiosas professadas no país. Também participaram algumas personalidades civis engajadas na promoção do diálogo inter-religioso. 
 
Em seu discurso, Francisco advertiu que a religião “jamais deve ser usada para justificar o ódio e a violência” e lamentou que muitas vezes, “os jovens se tornam extremistas em nome da religião para semear discórdia e terror, para dilacerar o tecido das nossas sociedades”.
 
O Pontífice ressaltou, por outro lado, a importância do diálogo “neste mundo tão ferido por conflitos e divisões”. A este respeito, recordou os quatro atentados mais graves ocorridos no Quênia nos últimos quatro anos, cometidos pelo grupo jihadista Al Shabab: o ataque ao centro comercial de Westgate (com 67 mortos), os dois na cidade de Mandera (com 64 mortos) e o massacre na Universidade de Garissa (que deixou 148 mortos).

Segundo Francisco, o diálogo ecumênico e inter-religioso “não é um luxo, nem algo exterior ou opcional”, mas algo de que “nosso mundo tem cada vez mais necessidade”. 

“Num mundo cada vez mais interdependente, vemos sempre mais claramente a necessidade da compreensão inter-religiosa, da amizade e da cooperação na defesa da dignidade e o seu direito de viver em liberdade e felicidade”.  

Neste sentido, lembrou que este ano, “se comemora o cinquentenário do encerramento do Concílio Vaticano II, no qual a Igreja Católica se comprometeu no diálogo ecumênico e inter-religioso ao serviço da compreensão e da amizade”.  

Depois deste Encontro, o Papa presidiu uma missa na Universidade de Nairóbi, aonde os fiéis já o aguardavam desde a madrugada. (CM)

 

 

No Quênia, Papa pede autêntica preocupação com os pobres

“A vossa nação é também uma nação de jovens.” “A juventude é o recurso mais valioso de qualquer nação”: nesses termos, o Papa Francisco quis dirigir suas primeiras palavras à nação queniana, no início de sua primeira viagem ao continente africano.

Na visita de cortesia ao presidente do Quênia – na State House de Nairóbi –, no encontro com as autoridades da nação africana e com o corpo diplomático, teve lugar a execução dos hinos, as honras militares com a tradicional execução das 21 salvas de canhão e a apresentação das duas delegações.

Antes do discurso, o Santo Padre plantou uma oliveira, na esteira da tradição existente no país – por parte dos alunos – de plantarem árvores para a posteridade.

Futuro

Após expressar sua expectativa, neste dias, de encontrar muitos jovens e falar com eles a fim de encorajar suas esperanças e aspirações para o futuro, Francisco disse que “proteger os jovens, investir neles e dar-lhes uma mão amiga é o modo melhor para garantir um futuro digno da sabedoria e dos valores espirituais queridos aos seus anciãos, valores que são o coração e a alma de um povo”.

Tendo agradecido pela calorosa recepção em sua primeira visita à África, o Papa disse olhar com esperança a sua estada entre eles.

Reconhecendo no Quênia uma comunidade com ricas diversidades, que desempenha um papel significativo na região, o Pontífice disse tratar-se de “uma nação jovem e vigorosa.”

País abençoado

Evidenciando as riquezas do país, Francisco disse que “o Quênia foi abençoado não só com uma beleza imensa nas suas montanhas, rios e lagos, nas suas florestas, savanas e regiões semi-desertas, mas também com a abundância de recursos naturais.

“A grave crise do meio ambiente, que o mundo enfrenta, exige uma sensibilidade ainda maior pela relação entre os seres humanos e a natureza. Temos a responsabilidade de transmitir a beleza da natureza, na sua integridade, às gerações futuras e a obrigação de exercer uma justa administração dos dons que recebemos”, disse o Papa.

Estes valores estão profundamente arraigados na alma africana. Num mundo que continua mais a explorar do que proteger a nossa casa comum, tais valores devem inspirar os esforços dos governantes para promover modelos responsáveis de desenvolvimento econômico, acrescentou.

Dito isso, Francisco evidenciou que há uma ligação clara entre a proteção da natureza e a construção duma ordem social justa e equitativa. “Não pode haver renovação da nossa relação com a natureza, sem uma renovação da própria humanidade”, disse o Santo Padre, citando a Laudato si (118).

A busca do bem comum deve ser um objetivo primário na obra de construção duma ordem democrática sã, fortalecendo a coesão e a integração, a tolerância e o respeito pelos outros, disse o Papa, acrescentando:

Superação

“A experiência demonstra que a violência, os conflitos e o terrorismo se alimentam com o medo, a desconfiança e o desespero que nascem da pobreza e da frustração. Em última análise, a luta contra estes inimigos da paz e da prosperidade deve ser conduzida por homens e mulheres que, destemidamente, acreditam e, honestamente, dão testemunho dos grandes valores espirituais e políticos que inspiraram o nascimento da nação.”

Em seu primeiro discurso em terras africanas, o Papa fez, por fim, uma premente exortação:

“Peço-vos, de modo particular, que manifesteis uma autêntica preocupação com as necessidades dos pobres, as aspirações dos jovens e uma distribuição justa dos recursos naturais e humanos com que o Criador abençoou o vosso país. Garanto-vos a prossecução dos esforços da comunidade católica, através das suas obras educacionais e caritativas, procurando oferecer a sua contribuição específica nestas áreas.”

O Papa Francisco concluiu invocando abundantes bênçãos ao povo queniano.

Veja em VaticanBR

(RL)

Papa Francisco chega ao Quênia

 

 

O Papa Francisco chegou ao Quênia, nesta quarta-feira (25/11), primeira etapa de sua 11ª viagem apostólica internacional. 

O avião papal, Airbus A330 da Alitália, aterrissou às 16h45, hora local, em Nairóbi, no aeroporto internacional Jomo Kenyatta.

Francisco foi acolhido com danças tradicionais, cantos modernos e muitos trajes coloridos. 

A seguir, o Pontífice se dirigiu para a State House de Nairóbi para a cerimônia de boas-vindas e ali foi acolhido pelo Presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta. Depois da execução dos hinos, honras militares e a apresentação das respectivas delegações, o Papa Francisco entrou no Palácio Presidencial para as saudações oficiais.

Após assinar o Livro de Ouro, o Papa foi ao escritório presidencial para um encontro privado. Contemporaneamente, se realizou o encontro bilateral entre as delegações vaticana e queniana no qual estavam presentes o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, Cardeal Fernando Filoni, Cardeal Peter Turkson, o Arcebispo de Nairóbi, Cardeal John Njue, o Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu, e os arcebispos Balvo e Anyolo.

No final do encontro entre o Papa e Uhuru Kenyatta a família do presidente entrou no escritório onde se realizou a troca de dons.

O Papa Francisco tuitou nesta quarta-feira: Mungu abariki Quênia! Deus abençoe o Quênia!

Veja como foi a chegada no canal VaticanBR

(MJ)

Francisco embarca para a África

Logo cedo, por volta das 7h45, hora local, o avião papal decolou do aeroporto Leonardo Da Vinci com destino ao Quênia. A previsão é que, após 7h15 de voo, o airbus A330 aterrisse no aeroporto de Nairóbi Jomo Kenyatta às 17h locais (12h de Brasília).

Francisco dá início assim a 11ª Viagem Apostólica de seu Pontificado. Agora, com a chegada ao continente africano, o Papa terá visitado 4 continentes, a exceção é a Oceania.

Antes de sair do Vaticano, o Papa recebeu 11 mulheres com 6 crianças provenientes de uma Casa de Refúgio para vítimas de violência doméstica e do tráfico de seres humanos para a prostituição. Todas são acolhidas por uma Congregação religiosa em uma cidade próxima a Roma.

A Rádio Vaticano prepara uma série de transmissões especiais dos principais eventos papais no Quênia, Uganda e República Centro-Africana. Acesse as nossas redes socias e o nosso canal VaticanBR no YouTube para conferir conteúdos exclusivos direto dos países visitados.

Confira a tabela das transmissões ao vivo. (RB)

Fonte: Rádio Vaticano



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