Papa no Angelus: cesse a violência na Síria, não a guerras para vender armas; a paz requer paciência

Publicado em 08/09/2013 | Categoria: Notícias |


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 “Caminhemos com orações e obras de paz” e rezemos a fim de que, sobretudo na Síria, “cessem imediatamente a violência e a devastação”.

 

Em estreita continuidade com a Vigília de oração e jejum celebrada neste sábado à noite na Praça São Pedro, também no Angelus deste domingo o Papa voltou a invocar a paz para todo o Oriente Médio. Diante de dezenas de milhares de pessoas, o Santo Padre repetiu com veemência: “Não ao ódio fratricida e às mentiras de que se serve”.

Basta com o ódio entre povos irmãos e basta com as guerras que encobrem interesses mais perversos do que os objetivos oficiais a que se propõem. Na oração mariana, o Papa evidenciou mais uma vez a inutilidade da guerra, reiterando seu apelo em favor da paz na Síria e no mundo:

“Para que serve fazer guerras, tantas guerras, se não se é capaz de fazer essa guerra profunda contra o mal? Não serve para nada! Não está bem… Isso comporta, entre outras coisas, essa guerra contra o mal comporta dizer não ao ódio fratricida e às mentiras de que se serve. Dizer não à violência em todas as suas formas. Dizer não à proliferação das armas e a seu comércio ilegal. Existe muito. Existe muito!”

E é também abundante, objeta realisticamente o Pontífice, aquela “dúvida” que “fica” quando alguém impele a dar a palavra às armas:

“Fica sempre a dúvida: essa guerra ali, essa guerra acolá, porque há guerras em todos os lugares, é realmente uma guerra por problemas ou é uma guerra comercial para vender essas armas no comércio ilegal?”

O Santo Padre fez apelo às consciências de cristãos, não cristãos e homens e mulheres de boa vontade, a fim de que façam uma escolha de campo em favor da “lógica do serviço”, “não seguindo outros interesses senão os da paz e do bem comum”. E a todos esses renovou o agradecimento com o qual concluíra na noite precedente as quatro horas da Vigília pela paz:

“Mas o compromisso deve seguir adiante: continuemos com a oração e com as obras de paz! Convido-vos a continuar a rezar para que cesse imediatamente a violência e a devastação na Síria e se trabalhe com um esforço renovado por uma justa solução do conflito fratricida.”

Em seguida, o Sucessor de Pedro deteve-se sobre os países do Oriente Médio, referindo-se especificamente a alguns deles. “Rezemos também pelos outros países do Oriente Médio, particularmente pelo Líbano, para que encontre a desejada estabilidade e continue a ser um modelo de convivência; pelo Iraque, para que a violência sectária dê lugar à reconciliação.” E rezou por dois outros conflitos, um antigo e outro recente:

“Pelo processo de paz entre israelenses e palestinos, para que possa avançar com decisão e coragem. E rezemos pelo Egito, para que todos os egípcios, muçulmanos e cristãos, se comprometam em construir, juntos, uma sociedade para o bem de toda a população. A busca pela paz é um longo caminho que exige paciência e perseverança! Continuemos com a oração!”

Antes de despedir-se da multidão de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, Francisco recordou a Beatificação de Maria Golognesi, ocorrida neste sábado na localidade italiana de Rovigo.

“Viveu toda a sua vida a serviço dos outros, especialmente pobres e doentes, suportando grandes sofrimentos em profunda união com a paixão de Cristo. Demos graças a Deus por este testemunho do Evangelho.” Na alocução que precedeu a oração mariana, o Bispo de Roma enfatizara que “seguir Jesus não significa participar de um cortejo triunfal! Significa partilhar o seu amor misericordioso, entrar na sua grande obra de misericórdia por cada homem e por todos os homens”.

O Pontífice dirigiu, ainda, uma série de saudações a vários grupos presentes na Praça, entre os quais aos fieis do Patriarcado de Veneza, conduzidos pelo Cardeal Patriarca Francesco Moraglia.

Antes de desejar um bom domingo a todos, o Santo Padre concedeu a sua Bênção apostólica.

Após a oração mariana, nosso colega Alberto Goroni entrevistou alguns dos presentes na Praça São Pedro, entre os quais o pároco da Paróquia de Nossa Senhora das Graças, na Arquidiocese de Manaus, Pe. Mauro. Falando sobre os apelos e iniciativas do Santo Padre em favor da paz, e atendo-se às palavras do Pontífice na alucução que precedeu a oração dominical, eis o que disse o sacerdote: RealAudioMP3

 

 

Fonte: Rádio Vaticano

 



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